No final da Audiência Geral desta quarta-feira, Francisco recordou que hoje se celebra o primeiro Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques no âmbito dos conflitos armados e pediu esforços para proporcionar ambientes seguros para os jovens estudantes, sobretudo em situações de emergência humanitária.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
No final da Audiência Geral, o Santo Padre recordou
o primeiro Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques, promovido
pela ONU, celebrado nesta quarta-feira (09/09).
Hoje
se celebra o primeiro Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques no
âmbito dos conflitos armados. Convido a rezar pelos estudantes que são
gravemente privados de seu direito à educação por causa da guerra e do
terrorismo. Exorto a Comunidade internacional a garantir que os edifícios que
devem proteger os jovens estudantes sejam respeitados. Que não diminua o
esforço de lhes proporcionar ambientes seguros para a formação, sobretudo em
situações de emergência humanitária.
As Nações Unidas pretendem passar a mensagem clara de que é importante defender
as escolas como locais de proteção e segurança para alunos e educadores.
Insegurança
A ONU reforça ainda que a prioridade à educação se deve manter
no combate à pandemia, que levou ao fechamento de escolas para mais de 90% da
população estudantil mundial.
A organização indica que mais de 22 mil alunos, professores e
acadêmicos foram feridos, mortos ou afetados nos últimos cinco anos em ataques
ao setor da educação durante um conflito armado ou insegurança.
As Nações Unidas realçam que, em todo o mundo, os ataques a
crianças continuam desrespeitando a proteção infantil como “uma das regras mais
básicas da guerra. A natureza prolongada dos conflitos atuais afeta o futuro de
gerações inteiras de crianças”, sublinha a ONU.
A organização lembra que sem acesso à educação, uma geração de
crianças que vive em conflito crescerá sem as habilidades para contribuir para
seus países e economias, agravando o desespero de milhões de menores e suas famílias.
Conflitos
A data foi estabelecida pela Assembleia Geral que conta com os
esforços da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura,
Unesco, e do Fundo da ONU para a Infância, Unicef.
O órgão apela ao aumento da consciência sobre a situação de
milhões de crianças que vivem em países afetados por conflitos. A resolução que
proclama o dia foi apresentada pelo Catar e secundada por 62 países.
Em mensagem, o secretário-geral
da ONU, António Guterres, destaca que em tempo da Covid-19 “crianças e
jovens em zonas de conflito permanecem entre os mais vulneráveis a seu impacto
arrasador”.
O chefe da ONU faz um apelo às partes para garantir que haja um
ambiente seguro e protegido para que as crianças adquiram “conhecimentos e
habilidades de que precisam para o futuro. ”
Ataques
A ONU se diz preocupada com os efeitos da violência contínua
sobre essas crianças e capacidade de acesso à educação, “cujas consequências
requerem atenção especial para além das necessidades dos alunos com escolas temporariamente
fechadas devido à Covid-19”.
As estatísticas das Nações Unidas apontam que, entre 2015 e
2019, houve 93 países onde pelo menos um ataque foi relatado no setor da
educação. De forma mais direta, vários estudantes e educadores foram
frequentemente vítimas de ataques diretos em Estados como Afeganistão, Camarões
e Palestina.
Nesse período, forças ou grupos armados e outros atores estatais
usaram escolas e universidades para fins militares em 34 nações. Esses centros
educacionais serviram como bases, centros de detenção e depósitos de armas. Em
17 nações foram recrutados alunos de escolas nos últimos cinco anos.
Fontes: VNS e ONU News
Fonte: Vatican News
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