sábado, 12 de setembro de 2020

ESTADO AUSTRALIANO APROVA LEI QUE EXIGE QUE OS SACERDOTES QUEBREM O SEGREDO DA CONFISSÃO



Imagem referencial / crédito: Pixabay

O Parlamento do estado australiano de Queensland aprovou uma lei na terça-feira, 8 de setembro, exigindo que os sacerdotes violem o segredo de confissão para denunciar casos conhecidos ou suspeitos de abuso sexual infantil, ou poderiam enfrentar três anos de prisão.

 

As leis de Queensland “criam um novo crime de não informar e não proteger uma criança do abuso sexual infantil institucional. As novas leis também esclarecem que os sacerdotes não poderão se basear no segredo de confissão para evitar denunciar abusos”, disse a ministra de justiça de Queensland, Yvette D'Ath, segundo informou The Guardian.

 

 “Muitos sacerdotes e bispos declararam publicamente que irão para a prisão antes de obedecer a essas leis. Quão seguro pode estar o povo de Queensland de que vive em uma democracia livre e aberta governada pelo estado de direito, onde o estado prende seus bispos?”, expressou.

 

No início de 2020, o Arcebispo de Brisbane e presidente da Conferência Episcopal Australiana, Dom Mark Coleridge, garantiu à ABC News que este requisito de informação "não faria diferença para a segurança dos jovens", e que o projeto será foi baseado em "pouco conhecimento de como o sacramento funciona na prática".

Recentemente, os bispos da Austrália entregaram ao governo federal as observações do Vaticano sobre as 12 recomendações feitas pela Royal Commission, após o relatório publicado em 2017 sobre abusos sexuais em instituições do país. No seu texto, a Santa Sé defendeu o segredo da confissão e reiterou que este é inviolável.

 

A Royal Commission foi encarregada de investigar denúncias de abusos sexuais contra menores até 2017. Após seu trabalho, emitiu mais de 100 recomendações.

 

Os procuradores-gerais do governo federal australiano e dos governos estaduais concordaram em novembro de 2019 com um conjunto de diretrizes para denunciar abusos e que exigem que os sacerdotes violem o segredo da confissão ou as normas obrigatórias da Austrália para denunciar abusos.

 

Além disso, os sacerdotes não poderiam usar a defesa das comunicações privilegiadas no segredo da confissão para evitar depor contra terceiros em processos civis ou criminais.

 

 

Fonte: ACI Digital

 

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