Avião atinge as Torres Gêmeas – São
João Paulo II / Foto: Wikipédia Robert (CC BY-SA 2.0) - Domínio Público
REDAÇÃO CENTRAL, 11 set. 20 / 05:00
am (ACI).- Há 19 anos, em 11 de setembro de 2001,
o então diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls deu a São
João Paulo II a notícia de que um grupo de terroristas muçulmanos havia lançado
dois aviões contra o World Trade Center de Nova York, nos Estados Unidos.
Em uma entrevista concedida ao jornal
‘Vatican Insider’ em 2011, Navarro-Valls expressou que, quando telefonou ao
Santo Padre, ele estava em Castel Gandolfo, a residência de verão dos
Pontífice.
Ao dar-lhe a notícia, o Papa
peregrino “estava profundamente abalado, entristecido. Recordo que se
perguntava como um ataque tão malvado pôde acontecer. Sua consternação diante
das imagens ia além da dor”.
“Ficou durante um momento em frente à
televisão. Depois, retirou-se à capela, que estava a alguns passos do quarto
onde estava a televisão, e ficou ali rezando por muito tempo”, contou.
Navarro-Valls comentou que São João
Paulo II quis se comunicar com George Bush, o então presidente dos Estados
Unidos, para lhe expressar “seu apoio, sua dor, suas orações. Mas, por razões
de segurança, estava voando no avião presidencial. Então, o Papa decidiu enviar
um telegrama imediatamente”.
No dia seguinte, na Audiência Geral
de 12 de setembro, o Santo Padre disse: “Diante de acontecimentos de um horror
tão inqualificável, não podemos deixar de ficar profundamente inquietos. Uno-me
a quantos nestas horas expressaram a sua condenação indignada, afirmando de
novo com vigor que os caminhos da violência nunca conduzem para as verdadeiras
soluções dos problemas da humanidade”.
“Ontem foi um dia obscuro na história
da humanidade, uma ofensa terrível contra a dignidade do homem. Logo que tomei
conhecimento da notícia, acompanhei com intensa participação o desenvolvimento
da situação, elevando ao Senhor a minha premente oração. Como podem
verificar-se episódios de crueldade tão selvagem?”, perguntou-se.
Nesse sentido, refletiu que “o
coração do homem é um abismo de que, às vezes, emergem desígnios de ferocidade
inaudita, capazes de abalar de repente a vida serena
e operosa de um povo. Todavia, nestes momentos em que todo o comentário parece
ser inoportuno, a fé vem ao nosso encontro”.
“A palavra de Cristo é a única que
pode dar uma resposta às interrogações que se agitam na nossa alma. Mesmo
quando a força das trevas parece prevalecer, o crente sabe que o mal e a morte
não são a última palavra. A esperança cristã fundamenta-se nisto; e é aí que se
alimenta, neste momento, a nossa confiança orante”, disse São João Paulo II.
Naquele dia, o Pontífice também
expressou sua proximidade aos familiares das vítimas e indicou que ofereceu
a Missa que celebrou naquela manhã pela
alma de todos os que faleceram na tragédia.
Os atentados
Em 11 de setembro de 2001, o grupo
terrorista Al Qaeda sequestrou aviões comerciais nos Estados Unidos. Dois deles
foram lançados contra as Torres Gêmeas, no World Trade Center, provocando a
completa destruição desses edifícios.
Os terroristas sequestraram outros
dois aviões, um dos quais impactou em uma das paredes do Pentágono, na
Virgínia, e o outro caiu em campo aberto.
Como resultado dos atentados, cerca
de três mil pessoas morreram e outros seis mil ficaram feridas.
O lugar onde estavam os edifícios foi
rebatizado desde então como Marco Zero ou Ground Zero. O Papa
Bento XVI o visitou em abril de 2008, para rezar pelas vítimas
desses trágicos acontecimentos.
O Papa Francisco também foi a este
memorial em 25 de setembro de 2015, durante sua visita apostólica aos Estados
Unidos.
Fonte: ACI Digital
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