Francisco,
no vídeo de intenção de oração para o mês de setembro, faz um apelo ao cuidado
da Criação “hoje, não amanhã, hoje” e “com responsabilidade”. Enquanto pede
oração para que os recursos do planeta “não sejam saqueados, mas partilhados de
forma justa e respeitosa”, denuncia o enriquecimento de países e empresas com a
exploração de dons naturais, gerando uma “dívida ecológica”: quem pagará essa
dívida?
Andressa
Collet - Vatican News
“Estamos
espremendo os bens do planeta. Espremendo-os, como se fosse uma laranja. Países
e empresas do Norte enriqueceram explorando dons naturais do Sul, gerando uma
‘dívida ecológica’. Quem pagará essa dívida? Além disso, a ‘dívida ecológica’ é
ampliada quando multinacionais fazem fora de seus países o que elas não têm permissão
para fazer nos seus. É ultrajante. Hoje, não amanhã, hoje, temos que cuidar da
Criação com responsabilidade. Rezemos para que os recursos do planeta não sejam
saqueados, mas partilhados de forma justa e respeitosa. Não ao saque, sim à
partilha.”
No vídeo de intenção de oração para o mês de
setembro, enquanto pede rezar pelos recursos do planeta, o Papa Francisco
denuncia o enriquecimento de países e empresas com a exploração do meio
ambiente, expressando, assim, a sua preocupação com a geração de uma “dívida
ecológica”. O convite para cuidar da Criação “hoje, não amanhã, hoje” e “com
responsabilidade” acontece nesta segunda-feira (31), véspera do Dia Mundial de
Oração pela Criação; no âmbito do #TempoDaCriação, celebrado de 1º de setembro
a 4 de outubro; e no 5º aniversário da Laudato si'.
A campanha pelo cuidado da Criação, além do novo Vídeo do Papa, com a
intenção de oração de Francisco confiada a toda Igreja por meio da Rede Mundial de Oração do Papa (que
inclui o Movimento Eucarístico Jovem - MEJ), também reúne o trabalho de várias
ONGs, buscando a transformação social e procurando melhorar a vida dos mais
desfavorecidos.
O alerta para a dívida ecológica
A mensagem do Papa Francisco sobre o cuidado
da Criação é contundente quando afirma que “estamos espremendo os bens do
planeta. Espremendo-os, como se fosse uma laranja”. É por isso que o Pontífice
encoraja todas as pessoas a tomarem consciência da grave "dívida
ecológica", resultado da exploração dos recursos naturais e da atividade
de algumas multinacionais que "fazem fora de seus países o que não é
permitido nos seus."
Um exemplo para a desproporção dos recursos, segundo relatórios
internacionais, é que quase um bilhão de pessoas vão dormir com fome todas as
noites. Isso acontece não porque não haja comida suficiente para todos, mas por
causa da profunda injustiça na maneira como a comida é produzida e distribuída.
Entre as causas estão: o aumento do poder empresarial na produção de alimentos,
a crise climática e o acesso injusto aos recursos naturais, o que afeta a
capacidade das pessoas de cultivar e comprar alimentos.
A exploração de recursos naturais não-renováveis, incluindo o
petróleo, o gás, minerais e madeira, tem sido frequentemente identificada como
um dos fatores desencadeadores, impulsionadores ou sustentadores de conflitos
violentos em diferentes partes do mundo.
A promoção da ecologia integral
O Pe. Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa,
declarou que, “nestes tempos de pandemia, estamos mais conscientes, como o
Santo Padre já disse várias vezes, da importância de nossa Casa Comum, o que
nos recorda a necessidade de cuidar dos bens do planeta”. O padre lembrou que,
em maio deste ano, Francisco divulgou uma mensagem em vídeo para a Semana
Laudato Si’ com o convite de "responder à crise ecológica, ao grito da
terra e ao grito dos pobres".
O diretor, então, encorajou à oração, junto com o Papa, e
finalizou:
“Hoje, mais do que nunca,
temos que ouvir esse clamor e promover concretamente, com um estilo de vida
pessoal e comunitário sóbrio e solidário, uma ecologia integral. Vamos rezar
por isso porque é um caminho de conversão.”
Fonte: Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário