"É
indispensável e louvável que a pastoral de nossas comunidades esteja aberta às
muitas pobrezas e emergências. A caridade é sempre o principal caminho da
perfeição. Mas é preciso que as obras de solidariedade, as obras de caridade,
não desviem o contato com o Senhor Jesus."
Jackson Erpen – Vatican News
"E vós, quem dizes que eu sou?". A
passagem do Evangelho de Mateus em que Pedro professa a sua fé em Jesus como
Messias e Filho de Deus, inspirou a reflexão do Papa no Angelus deste
XXI Domingo do Tempo Comum. A nossa profissão de fé em Jesus – observou
Francisco – longe de ser uma resposta teórica, envolve toda a nossa
existência e dá sentido pleno à nossa caridade.
A cada domingo, um maior número de fiéis e turistas
participa da tradicional oração na Praça São Pedro, mesmo com o forte calor,
atenuado pela sombra sob as Colunas de Bernini, um boné e muita água. E foi a
eles que o Papa começou saudando, para então apresentar a leitura proposta pela
liturgia do dia, em que Pedro professa sua fé em Jesus, que por sua vez -
reconhecendo a pronta correspondência de Simão à inspiração da graça – diz que
sobre ele – a pedra – edificará a sua Igreja.
Caminho de educação na fé
A intenção de Jesus ao interpelar os apóstolos
sobre quem Ele era – explica o Papa – é “conduzir os seus discípulos a dar o
passo decisivo na sua relação com Ele”, pois “todo o caminho de Jesus com
aqueles que o seguem, especialmente com os Doze, é um caminho de educação de
sua fé.”
Angelus de
23 de agosto de 2020
Talvez boa parte dos apóstolos compartilhasse da
opinião da maior parte dos homens, isto é, que Jesus era um profeta. Mas quando
Jesus lhes faz a mesma pergunta - "Mas vós, quem dizeis que sou - eles
hesitam, paira um silêncio no ar. "O mesmo sucederia se eu perguntasse
para vocês agora: "Para ti, quem é Jesus?". Haverá um pouco de
hesitação", ilustra o Papa.
Confessar Jesus é uma graça do
Pai
No entanto, em um impulso, é o Apóstolo mais
mencionado nos escritos no Novo Testamento – bem 171 vezes – que os tira do
embaraço afirmando: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo".
“Uma resposta “tão plena e luminosa, não lhe vem de
um impulso, por mais generoso que fosse - Pedro era generoso - mas é fruto de
uma graça particular do Pai celeste”, observou Francisco.
De fato, o próprio Jesus lhe diz: "Nem a carne
nem o sangue te revelaram isso, isto é, na cultura, no que estudaste (...).
Te-lo revelou meu Pai que está nos Céus. Confessar Jesus é uma graça do Pai.
Dizer que Jesus é o Filho de Deus vivo, que é o Redentor, é uma graça que nós
devemos pedir: "Pai, dá-me esta graça de confessar Jesus".
Resposta de fé
E em tom solene acrescenta: "Tu és Pedro, e
sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá
vencê-la":
Com esta afirmação, Jesus faz compreender a Simão o
significado do novo nome que lhe deu, "Pedro": a fé que acaba de
manifestar é a "pedra" inquebrantável sobre a qual o Filho de Deus
quer construir a sua Igreja, ou seja, sua Comunidade. E a Igreja vai em frente
sempre na fé de Pedro, naquela fé que Deus reconhece, que Jesus reconhece e o
faz chefe da Igreja:
“Hoje,
ouvimos dirigida a cada um de nós a pergunta de Jesus: "E vós, quem dizes
que eu sou?". A cada um de nós! E cada um de nós deve dar uma resposta não
teórica, mas que envolve a fé, ou seja, a vida, porque fé é vida! "Para
mim tu és..." e confessar Jesus.”
Jesus no centro, o verdadeiro caminho
da caridade cristã
Uma resposta que requer também de nós, como dos
primeiros discípulos, a escuta interior da voz do Pai e a consonância com o que
a Igreja reunida em torno de Pedro, o que a Igreja continua a proclamar. Trata-se
de compreender quem é Cristo para nós: se Ele é o centro da nossa vida, se Ele
é a meta de todo o nosso compromisso na Igreja, de nosso compromisso na
sociedade. "Quem é Cristo para mim? Quem é Jesus Cristo para ti, para ti,
para ti? Uma resposta que nós deveríamos dar a cada dia. Mas estejam
atentos":
“[
É indispensável e louvável que a pastoral de nossas comunidades esteja aberta
às muitas pobrezas e emergências que estão por tudo. A caridade é a via mestra
do caminho da fé, da perfeição da fé. Mas é necessário que as obras de
solidariedade, as obras de caridade que nós fazemos, não desviem o contato com
o Senhor Jesus. A caridade cristã não é simples filantropia, mas, por um lado,
é olhar o outro com os próprios olhos de Jesus e, por outro, é ver Jesus no
rosto do pobre. E este é o caminho verdadeiro da caridade cristã, com Jesus no
centro, sempre.]”
Que
Maria Santíssima – disse o Santo Padre ao concluir - bem-aventurada porque
acreditou, seja para nós guia e modelo no caminho da fé em Cristo e nos torne
conscientes que a confiança nele dá sentido pleno à nossa caridade e a toda a
nossa existência.
Fonte: Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário