Padre Geovane Saraiva*
Em agosto, mês vocacional, respondamos ao chamado de Deus, inspirados no “sim” de Maria, uma simples e humilde mulher, lá da Judeia e habitante de um lugar sem muita expressão, ao mesmo tempo uma região esquecida e longínqua do Império Romano, do supremo e todo poderoso Augusto César. A partir dele, ambicioso e influenciador, se estabelece um forte duelo de Augusto e Maria, num projeto ilusório e enganador da parte do imperador. Da parte de Maria, pensemos, pois, nas celebrações, nos encontros e atenções de todo o mundo, no Oriente e no Ocidente, voltados para Maria, desaprovando o projeto do astucioso e embusteiro Augusto César, nas palavras daquela que se opõe à força do mal, ao afirmar: “O todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor, mostrou a força de seu braço, derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes”.
Que tudo ao nosso entorno possa nos falar daquilo que é dom, graça e esperança, pela bondade de Deus em Maria, possuidora do verdadeiro amor. Voltados para o mesmo Deus, sejamos capazes de nos abandonarmos em suas mãos, mergulhando no mesmo amor, mas no desejo de uma vida misteriosa, que se revela em corações afáveis e aquecidos, abertos às virtudes cristãs, sendo ao mesmo tempo ágil e dinâmico, como na linguagem de Maria, de “grandes coisas”, daquela que já galgou o prêmio maior, lá no alto, que deve ser também a nossa meta, enquanto vivemos como peregrinos neste mundo.
Maria e a Eternidade
Maria, na eternidade, participa da vitória definitiva de Cristo sobre a morte, na antecipação da nossa ressurreição, sendo a garantia de nossa esperança, a partir das palavras sagradas: “É preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés”, na mais absoluta destruição do dragão e seus frutos do mal (cf. 1Cor 15, 25).
Entre as antigas Festas Marianas, temos, tanto no Oriente como no Ocidente, a Assunção de Maria, que foi elucidada, tornando-se mais fácil a compreensão, na proclamação solene de 1950, da definição dogmática de Pio XII, exaltada acima dos Anjos, na vitória com Cristo, por todo o sempre.
Cabe a nós, como tarefa de todos os seguidores de Jesus de Nazaré, no entendimento da destruição do mal, guardar na mente e no coração, sem jamais esquecer, o grande sinal que apareceu no céu: uma mulher que tem o Sol por manto, a Lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça (Ap 12, 1). Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, escritor e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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