REDAÇÃO
CENTRAL, 19 ago. 20 / 05:00 am (ACI).- “Autor, pai,
doutor, apóstolo, promotor e propagandista da devoção litúrgica aos sagrados
Corações de Jesus e Maria”. Foi assim que São Pio X definiu São João Eudes,
cuja memória litúrgica a Igreja celebra
neste dia 19 de agosto.
O sacerdote
francês é o fundador da Congregação de Jesus e Maria e da Congregação de Nossa
Senhora da Caridade do Bom Pastor. Também foi ele quem, pela primeira
vez,introduziu a festa pública do Sagrado Coração.
João Eudes
nasceu em 14 de novembro de 1601, na Normandia, França. Era o primogênito dos
seis filhos do casal Isaac e Marta. Desde menino, deu sinais de grande
inclinação ao amor de Deus.
Aos 14 anos,
João ingressou no colégio dos jesuítas de Caen. Seus pais desejavam que se
casasse e seguisse trabalhando na granja da família. Mas João, que tinha feito
voto de virgindade, recebeu as ordens menores em 1621 e estudou Teologia em
Caen com a intenção de consagrar-se aos ministérios paroquiais.
Pouco depois ingressou na congregação do oratório, que tinha sido fundado em 1611. Depois de solicitar com grande dificuldade a permissão paterna, foi recebido em Paris pelo superior geral em 1623. A finalidade da congregação do oratório consistia em promover a perfeição sacerdotal. Dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se integralmente à pregação entre o povo. Em 1627, ocorreu na Normandia uma violenta epidemia de peste e João se ofereceu para assistir a seus compatriotas. O Pe. Eudes passou dois meses na assistência espiritual e material aos doentes. Depois, foi enviado ao oratório do Caen, onde permaneceu até que uma nova epidemia se desatou nessa cidade, em 1631. Para evitar o perigo de contagiar seus irmãos, João se separou deles e viveu no campo, onde recebia a comida do convento.
Passou os dez
anos seguintes em missões evangelizadoras. São João Eudes se distinguiu entre
todos os missionários. Assim que acabava de pregar, sentava-se para ouvir
confissões, já que, segundo ele, “o pregador agita os ramos, mas o confessor é
o que caça os pássaros”.
Uma das
experiências que adquiriu durante seus anos de missionário, foi que as mulheres
que tinham estado na prostituição e que tentavam se converter encontravam-se em
uma situação particularmente difícil. Durante algum tempo, buscou resolver a
dificuldade alojando-as provisoriamente nas casas das famílias piedosas, mas se
deu conta de que esse remédio não era de todo adequado.
Assim, em
1671, São João Eudes alugou uma casa para as mulheres arrependidas, na qual
podiam albergar-se, desde que encontrassem um emprego. Mais tarde, as
religiosas que atendiam as mulheres arrependidas formaram a Congregação das
Irmãs de Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, ordem que deu origem, no século
XIX, à Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, conhecida como
as Irmãs do Bom Pastor.
Em 1643,
depois de muito rezar, refletir e consultar, São João Eudes abandonou a
congregação do oratório. A experiência lhe ensinou que o clero precisava se
reformar dos fiéis e que a congregação só poderia conseguir seu fim mediante a
fundação de seminários.
Decidiu
formar uma associação de sacerdotes diocesanos, cujo objetivo principal seria a
criação de seminários para a formação de um clero paroquial zeloso. A nova
associação foi fundada no dia da Anunciação de 1643, em Caen, com o nome de
“Congregação de Jesus e Maria”.
São João
Eudes e seus cinco primeiros companheiros se consagraram à “Santíssima
Trindade, que é o primeiro princípio e o último fim da santidade do
sacerdócio”. O distintivo da congregação era o Coração de Jesus, no que estava
incluído misticamente o de Maria; como símbolo do amor eterno de Jesus pelos
homens.
Em 1671,
publicou um livro intitulado “A Devoção ao Adorável Coração de Jesus”. Já
antes, o santo tinha instituído em sua congregação uma festa do Santíssimo
Coração da Maria. Em seu livro incluiu uma Missa e um ofício do Sagrado Coração de
Jesus.
Em 31 de
agosto de 1670, celebrou-se pela primeira vez a dita festa na capela do
seminário de Rennes e logo se estendeu a outras Dioceses. Assim, embora São
João Eudes não tenha sido o primeiro apóstolo da devoção ao Sagrado Coração em
sua forma atual, foi ele “quem introduziu o culto do Sagrado Coração de Jesus e
do Santo Coração da Maria”, como o disse Leão XIII em 1903. O decreto de
beatificação acrescentava: “Foi o primeiro que, por divina inspiração lhes
tributou um culto litúrgico”.
Clemente X
publicou seis bulas nas que concedia indulgências às confrarias dos Sagrados
Corações de Jesus e Maria, instituídas nos seminários de São João Eudes.
Durante os
últimos anos de sua vida, o santo escreveu seu tratado sobre “O
Admirável Coração da Santíssima Mãe de Deus”; trabalhou na obra muito tempo e a
terminou um mês antes de morrer, no dia 19 de agosto de 1680.
Foi
canonizado em 1925 e sua festa foi incluída no calendário da Igreja do ocidente
em 1928.
Fonte:
ACI Digital
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