Estas
são as palavras do novo bispo da Diocese de Balsas (MA), pe. Valentim Fagundes
de Meneses, nomeado pelo Papa Francisco em 29 de julho.
Vatican News
“O Papa Francisco me pede essa missão
e com alegria me coloco à disposição, com a graça de Deus, para servir o povo
de Balsas neste caminho de construção do Reino de Deus. A nomeação foi
surpresa, mas uma alegria, por ser nomeado para uma diocese missionária que
fica na Região Sul do Maranhão”, disse o bispo eleito da Diocese de Balsas,
monsenhor Valentim Fagundes de Meneses, desde 2015, provincial dos Missionários
do Sagrado Coração (MSC) da Província do Rio de Janeiro, com sede em Juiz de
Fora (MG), e presidente da Conferência Americana dos MSC na América Latina.
No mesmo dia da eleição, monsenhor
Valentim esteve com o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta,
e ganhou de presente um anel, a cruz peitoral e um solidéu. Ele veio para
agendar a sua ordenação episcopal a ser realizada no Rio de Janeiro, marcada
para o dia 26 de setembro, memória dos mártires São Cosme e São Damião, às 9h,
na Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Praça Seca, onde ele foi
pároco entre 2012 e 2014. A celebração será transmitida ao vivo para todo o
Brasil pela RedeVida de Televisão, WebTV Redentor, Rádio Catedral e demais
mídias do Setor de Comunicação da Arquidiocese do Rio.
Segundo monsenhor Valentim, seu
ordenante principal será o bispo de Macapá, no Amapá, Dom Pedro José Conte.
“Ele é uma pessoa próxima, foi importante na minha vida e, por outro lado, quis
trazer a presença da Igreja da Amazônia na celebração, lembrando meus tempos de
missão na Diocese de Conceição do Araguaia”, disse. Nesta diocese, situada no
sul do Estado do Pará, ele trabalhou de 1996 a 2001, sendo professor do
seminário, coordenador dos religiosos e pároco da Paróquia Nossa Senhora das
Dores, em Floresta do Araguaia.
Um dos coordenantes será Dom José
Carlos Brandão Cabral, bispo de Almenara (MG), cuja diocese monsenhor Valentim
também atuou como missionário de 2009 a 2001, sendo vigário da Paróquia Senhor
Bom Jesus e pároco da Paróquia Nossa Senhora da Ajuda, em Monte Formoso, ambas
situadas no Vale do Jequitinhonha. O outro coordenante será seu irmão de
congregação, o bispo de Caicó (RN), Dom Antônio Carlos Cruz Santos.
“Estou chegando como alguém que entra
numa procissão”, disse monsenhor Valentim, referindo-se a sua nova missão na
Diocese de Balsas, que estava vacante desde o dia 2 de fevereiro de 2020, após
o falecimento de seu quarto bispo, Dom Enemésio Angelo Lazzaris.
“A Diocese de Balsas tem sua
história, e sempre contou com bispos comprometidos, vigilantes na fé, atentos
às necessidades do povo de Deus. Venho para entrar nessa caminhada, na
esperança de ser fiel ao mandato que Deus me pede, de caminhar com o povo, na
construção de um Reino de justiça, de paz, de vida. O sul do Maranhão é uma
região desafiante, mas peço a bênção de Deus para seguir o caminho e servir
esta diocese, com atenção aos mais pobres, os últimos, os mais necessitados”,
afirmou.
De origem portuguesa, monsenhor
Valentim afirmou: “me sinto carioca”. Ele nasceu na Freguesia de Algualva, Ilha
Terceira, em Açores, Portugal, no dia 22 julho de 1953. “Aos 6 anos cheguei ao
Brasil, e boa parte da minha vida passei aqui neste chão, nas terras do Rio de
Janeiro. Após cursar filosofia em Campinas (SP) e teologia em São Paulo, fui
ordenado no dia 2 de julho de 1982, na Praça Seca, cuja paróquia é confiada à
minha congregação. Em seguida, fui enviado para a Cidade de Deus, na zona oeste
do Rio, onde aprendi a ser padre. Fui vigário e pároco da Paróquia Pai Eterno e
São José, de 1982 a 1987. O povo me ensinou os primeiros passos do sacerdócio”,
afirmou.
Ainda no Estado do Rio de Janeiro,
também exerceu, de 1991 a 1995, as funções de formador de filosofia no
Seminário Padre Júlio Chevalier, em Nova Iguaçu, pároco da Paróquia Nossa
Senhora da Conceição, no Tinguá, e professor de teologia Pastoral no Seminário
Paulo VI, em Nova Iguaçu.
Durante os 38 anos do exercício do
ministério sacerdotal, monsenhor Valentim teve uma intensa vida missionária. De
1988 a 1990, participou da fundação de uma missão da congregação em El
Salvador-Centro América, atuando na pastoral paroquial, como capelão de
presídio e na direção dos religiosos. “Tive a graça de fazer uma bela
experiência com o povo de Deus numa época em que o país vivia uma guerra civil,
e o privilégio de conviver com muitos mártires”, disse.
Ele também colaborou na fundação de
nova missão em Quito, no Equador, de 2002 a 2007, onde atuou como formador de
candidatos à vida religiosa e superior local da congregação. “Trabalhei com os
indígenas nas periferias de Quito, acolhendo e convivendo com uma cultura
maravilhosa. Foi muito rico fazer a experiência de ver Deus presente em todas
as culturas e povos”, disse.
Formado na Escola da ternura do
Sagrado Coração de Jesus, monsenhor Valentim ficou feliz por Ele ser também
padroeiro da Diocese de Balsas, afirmando que seu ministério será um reflexo
dessa manifestação do amor de Deus.
“Um sinal forte na minha vida e
missão. Tudo o que eu fizer na seara da evangelização estará conectado com o
coração de Jesus. Quero ser um pastor que testemunha a misericórdia, a ternura
e o amor de Deus por cada um de nós. Deixar transparecer o amor de Jesus, o
rosto de Deus vivo, o verdadeiro pastor”, disse.
Eleito em tempos de pandemia,
monsenhor Valentim, em tom de brincadeira, disse que faz parte da equipe de
Abraão, pediu orações, mas afirmou que está pronto para a missão.
“Fui chamado para ser bispo aos 67
anos. Faço parte de uma geração abraãmica e a minha missão vai exigir apoio e
oração de todos. Assim como pediu o Papa Francisco no início de seu
Pontificado, também peço: rezem por mim. Nossa geração está vivendo um tempo
único na História por causa da pandemia, mas também é uma oportunidade de
perceber a presença e a ternura de Deus nesse momento de caminhada de cruz, mas
com a esperança de chegar à ressurreição”, completou.
Carlos
Moioli
Fonte: Vatican News
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