Depois
das fortes palavras dos patriarcas de Moscou, Kirill, e de Constantinopla,
Bartolomeu, às quais se acrescentou a voz do Papa Francisco no Angelus do
último domingo (12/07), “tristeza e perplexidade” pela iniciativa também foram
expressas pelo secretário-geral interino do Conselho Mundial de Igrejas (CMI),
reverendo Ioan Sauca, em nome de todas as 350 igrejas-membro do organismo.
Vatican News
Prosseguem
no mundo as reações à decisão do governo turco de reconverter em mesquita o
complexo monumental de Santa Sofia em Istambul, anunciada pelo presidente turco
Recep Tayyip Erdogan, em 10 de julho. O anúncio foi dado poucas horas depois da
sentença da Suprema Corte de anular o decreto de 1934 do “Pai da Pátria”
Mustafa Kemal Atatürk, que tinha transformado em museu a antiga basílica
bizantina, que tornou-se mesquita após a conquista otomana de Constantinopla.
Depois das fortes
palavras dos patriarcas de Moscou, Kirill, e de Constantinopla, Bartolomeu, às
quais se acrescentou a voz do Papa Francisco no Angelus do último domingo
(12/07), “tristeza e perplexidade” pela iniciativa também foram expressas pelo
secretário-geral interino do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), reverendo
Ioan Sauca, em nome de todas as 350 igrejas-membro do organismo.
“Com a
reconversão de Santa Sofia em mesquita, vocês transformaram um sinal positivo
de abertura da Turquia num sinal de exclusão e divisão”, declarou Sauca.
Segundo o CMI, a reconversão deste “lugar simbólico” criará “inevitavelmente
incerteza, suspeita e desconfiança”, anulando todos os esforços feitos também
pelas Igrejas cristãs para promover o diálogo e a colaboração entre os
diferentes credos. O receio do Conselho Mundial de Igrejas é que isso possa
“incentivar as ambições de outros grupos que querem mudar o status quo e
fomentar novas tensões entre as comunidades religiosas”.
O Conselho
de Igrejas do Oriente Médio (MECC), membro do CMI, fala, por sua vez, de “um
ataque à liberdade e à convivência religiosa”. Através de sua secretária-geral,
a libanesa Souraya Bechealany, o organismo pede à ONU e à Liga Árabe que
recorram formalmente contra a decisão, a fim de preservar “o simbolismo
histórico representado pela Basílica de Santa Sofia”, afirmou ela.
Segundo o
Conselho de Igrejas do Oriente Médio, o aspecto “mais perigoso” da decisão é
que foi feita num momento crucial do caminho de diálogo iniciado por cristãos e
muçulmanos para promover a convivência pacífica contra todo extremismo,
culminado com a assinatura do histórico Documento de Abu Dhabi sobre a
Fraternidade Humana, assinado em 4 de fevereiro de 2019 pelo Papa Francisco e
pelo Grão Imame de Al Azhar, Ahmed Al-Tayeb.
Vatican
News Service - LZ/MJ
Fonte: Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário