Irmãs felicianas que morreram por
causa do novo coronavírus
MICHIGAN, 27 Jul. 20 / 03:00 pm (ACI).-
Uma congregação religiosa feminina nos Estados Unidos sofreu um duro golpe ao
perder 13 religiosas no convento de Livonia (Michigan), e mais uma no convento
de Nova Jersey.
Trata-se da Congregação das Irmãs de
São Félix e Cantalice, comumente conhecidas como Irmãs Felicianas. As
religiosas começaram a morrer desde a última Sexta-feira Santa.
Em declarações ao National Catholic Register,
Suzanne Wilcox English, diretora para a missão avançada das Irmãs Felicianas da
América do Norte, disse que as irmãs falecidas haviam contribuído com muitos
talentos ao serviço de Deus. Entre elas, havia professoras, professoras
universitárias, uma tradutora multilíngue, uma bibliotecária, uma diretora de
educação religiosa, uma organista e uma enfermeira. Uma havia servido como
secretária na Secretaria de Estado do Vaticano e outra havia escrito uma
história completa da congregação. Algumas estavam aposentadas - as irmãs que
morreram tinham entre 69 e 99 anos - mas todas compartilharam seu ministério de
oração.
A ordem religiosa tem nos Estados
Unidos e Canadá 469 irmãs em aproximadamente 60 conventos, assim como uma
missão no Haiti. O Convento da Apresentação da Virgem
Maria em Livonia, Michigan, onde 13 irmãs faleceram com
COVID-19, é o lar de 44 irmãs felicianas e cinco membros de outras congregações
que são estudantes da Madonna University, nas proximidades.
A irmã Noel Marie Gabriel, diretora
de serviços de saúde clínica da província, relatou que, além das 13 irmãs que
morreram em Michigan, outras 17 foram infectadas, mas se recuperaram. No
convento de Lodi, Nova Jersey, onde uma irmã morreu, outras 11 se recuperaram
gradualmente da COVID-19.
Desde o início da epidemia, as irmãs
foram francas e diretas ao abordar o problema enfrentado por suas comunidades.
A irmã Mary Christopher Moore, ministra provincial da América do Norte,
publicou uma carta semanal para mantê-las informadas dos casos e mortes,
detalhando os passos que estavam tomando para garantir que a doença não se
espalhasse mais. Em abril, informou que todos os conventos grandes estavam em
quarentena e que as religiosas usavam máscaras quando se encontravam com outra
pessoa. Também, desde o início da pandemia, participaram da Missa através de um circuito fechado de
televisão.
À medida que passavam os dias e as
primeiras irmãs sucumbiram à doença, a irmã Mary Christopher continuou
informando as suas irmãs, e incentivando-as. "Nesta semana", escreveu
em 4 de maio, "o Senhor chamou mais uma de nossas irmãs para casa devido
aos efeitos do coronavírus, e continuamos chorando por ela e pelas outras irmãs
que perdemos".
Enquanto a comunidade continuava
vigilante, a Irmã Mary elogiava a fortaleza dos doentes e de seus cuidadores.
"Hoje queremos homenagear vocês, nossas irmãs que enfrentam corajosamente
a COVID-19", escreveu, "assim como as enfermeiras, auxiliares de
enfermagem, cozinheiras, auxiliares de dieta, donas de casa" e outras que
prestam seus cuidados.
"Estão sobrevivendo aos efeitos
físicos do vírus e conhecendo o isolamento no sentido mais verdadeiro da palavra,
tendo um contato mínimo com seus cuidadores, para a segurança de todos",
acrescentou.
No final de junho - com 13 membros
chamadas por Deus - a irmã Mary Christopher compartilhou a boa notícia de que
todas as irmãs haviam saído do isolamento da COVID-19, sem nenhum caso ativo em
nenhum de seus conventos. As sobreviventes que contraíram COVID-19, mas não
morreram, experimentaram a lenta recuperação que caracterizou a pandemia,
incluindo a fraqueza muscular prolongada e a fadiga, tanto física como emocional.
Em 8 de julho, apesar da triste
notícia de que outra das irmãs mais velhas havia morrido, a irmã Mary
Christopher pôde compartilhar algumas boas notícias.
Enquanto a lavagem das mãos, o uso de
máscaras, o distanciamento social e a desinfecção regular continuavam sendo
elementos básicos de suas rotinas, as irmãs voltaram a jantar juntas e podiam
sair do convento para as tarefas necessárias. Mais uma vez, puderam viajar para
trabalho, retiros ou férias, observando cuidadosamente as diretrizes de
distanciamento e desinfecção, assim como as diretrizes de viagem emitidas por
cada estado ou província.
“Depois de muitos meses de
restrição”, escreveu a irmã Mary Christopher, “as mudanças são bem-vindas, mas
continuaremos muito vigilantes”. Indicou que serão prudentes em seu
planejamento e cautelosas ao sair dos conventos, seguindo as medidas de
segurança.
Devido às restrições de viagem e
requisitos de distanciamento social, não foi possível realizar funerais para as
irmãs falecidas. Em resposta, o Pe. Bruce Lewandowski realizou um serviço
virtual na Igreja do Sagrado Coração de Jesus
Cristo, em Baltimore.
Aqui estão os nomes das irmãs que
faleceram devido à COVID-19, com as datas da morte e as idades:
Irmã Mary Luiza Wawrzyniak, 99 (10 de
abril)
Irmã Celine Marie Lesinski, 92 (12 de
abril)
Irmã Mary Estelle Printz, 95 (12 de
abril)
Irmã Thomas Marie Wadowski, 73 (15 de
abril)
Irmã Mary Patricia Pyszynski, 93 (17
de abril)
Irmã Mary Ramona (Florence)
Borkowski, 93, Lodi, Nova Jersey (18 de abril)
Irmã Mary Clarence Borkoski, 83 (20
de abril)
Irmã Rose Mary Wolak, 86 (21 de
abril)
Irmã Mary Janice Zolkowski, 86 (22 de
abril)
Irmã Mary Alice Ann Gradowski, 73 (25
de abril)
Irmã Victoria Marie Indyk, 69 (26 de
abril)
Irmã Mary Martinez Rozek, 87 (28 de
abril)
Irmã Mary Magdaleine Dolan, 82 (10 de
maio)
Irmã Mary Danatha Suchyta, 98 (27 de
junho)
Que as suas almas e as almas de todos
os fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz.
Fonte: ACI Digital
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