A
encarnação do próprio Verbo, foi absolutamente por amor, para redimir o ser
criado, por amor, e para testemunhar que é possível amar em todas as ocasiões
da vida humana e, mais que tudo, quem ama não peca, já que pecar é não amar!
Pe. Cesar Augusto dos Santos, SJ
O desejo mais profundo do ser humano
é amar e sentir-se amado, afinal ele foi criado pelo Amor!
Pelo amor tudo se faz possível,
percorrer longas caminhadas, morar distante da terra natal, sujeitar-se a uma
vida menos confortável, tudo; não existem barreiras; até morrer por amor!
A encarnação do próprio Verbo, foi
absolutamente por amor, para redimir o ser criado, por amor, e para testemunhar
que é possível amar em todas as ocasiões da vida humana e, mais que tudo, quem
ama não peca, já que pecar é não amar! Amar é sair de si, é abrir espaço para o
outro, é acolhê-lo em sua vida! São José de Anchieta escreveu: “Ó chaga
sagrada, não foi o ferro de uma lança que te abriu, mas sim o apaixonado amor
que ao nosso amor tinha Jesus foi quem te abriu! E por que Anchieta
escreveu isso? Porque do mesmo modo que o Apóstolo São João, que era conhecido
como “aquele que Jesus amava”, reconheceu durante a pesca milagrosa, que era o
Senhor quem operara aquilo. “É o Senhor!” Quem ama reconhece os sinais do
amado, identifica seus rastros!
Na segunda leitura da liturgia de
hoje, extraída de 1Jo 4,7-16, o discípulo amado nos fala que o Pai “enviou seu
Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados” . Isso significa que Deus
reconhece nossos pecados e fragilidades e, cheio de misericórdia quer nos
resgatar, como já havia afirmado após o pecado de nossos primeiros pais, de que
Eva esmagaria a cabeça da serpente e essa feriria o calcanhar daquela . Deus
quer que tenhamos vida, quem ama, quer que o amado tenha vida e a tenha
plenamente! E quem ama é feliz amando e não se sente diminuído por isso, ao
contrário, a vida, ao se doar, provoca mais vida, mais satisfação, mais gozo,
mais amor!
Existe uma oração, ou melhor, uma
jaculatória que diz “Sagrado Coração de Jesus, fazei o nosso coração semelhante
ao vosso!” O que significa isso, senão que pedimos ao Senhor que
“re-forme” nosso modo de amar, que amemos de verdade, como Deus nos ama e nos
aceita como somos. Queremos que nosso modo de amar seja conforme o amor do pai
da parábola do “Filho Pródigo” que não permitiu, através de um abraço e
de carinhosas palavras de acolhida, que o filho se humilhasse. O retorno do
rapaz já era sinal de arrependimento e a vida precisava ser festejada! Do mesmo
modo, esse coração divino não iria deixar na esperança o “bandido” Dimas, o
“bom ladrão”, em sua esperançosa profissão de fé no amor divino: ”Jesus,
lembra-te de mim, quando estiveres com teu reino”. E o Senhor, a Vida,
responde não com lições de moral, reprimendas, mas, como o Pai do filho
pródigo, quer mais é ver feliz aquele filho desviado e que retornara ao amor da
Trindade. Jesus, o Deus que salva, proclama: “Em verdade, eu te digo,
hoje estarás comigo no Paraíso”. O coração de Jesus estava escancarado,
seu amor, como disse São José de Anchieta, arrebentou e rasgou todo e qualquer
empecilho para dar ao pecador o Reino; afinal ele, Jesus, estava agonizante na
cruz exatamente para isso, par dar vida ao pecador, ele era o Deus Salva!
No Evangelho, tirado de Mt 11, 25-30,
Jesus, já anuncia no versículo 25 que os sábios e entendidos “não estão com
nada”, mas sim os pequeninos. O fato comentado logo acima, a entrada no céu
pelo pecador São Dimas, certifica-nos que, de fato, o Senhor preza muito mais a
fé em suas palavras e em seus valores do que uma vida “perfeita” e moralmente
aceita. A salvação não está principalmente no conhecimento da Lei e em seu
cumprimento, mas em crer no Filho do Homem, Jesus Cristo e em seu projeto de
Reino!
Nos versículos 28 a 30, aparece
plenamente a bondade do coração de Deus, em favor de seus prediletos, os
oprimidos; aqueles que não apenas carregavam os fardos da faina diária, mas
também o jugo criado pelos doutores da Lei, que sobrecarregavam os filhos de
Deus, com pesadas regras e preceitos.
O carinho de Deus não está na
meritocracia, mas se revela na fé no Poder de Deus e na Humildade.
Jesus,
manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!
Fonte: Vatican News
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