Transparência,
honestidade e relação de confiança entre as instituições e cidadãos. Este foi o
apelo lançado pela delegação da Santa Sé na Organização para a Segurança e
Cooperação na Europa (Osce) que chamou os países a uma boa governança.
Isabella Piro/Mariangela Jaguraba -
Vatican News
Transparência, honestidade e relação
de confiança entre as instituições e cidadãos: estas são as formas de combater
a corrupção, que corre o risco de se espalhar sobretudo agora, em tempos de
pandemia da Covid-19.
O
alarme foi lançado pela delegação da Santa Sé na Organização para a Segurança e
Cooperação na Europa (Osce) que chamou os países a uma boa governança.
Guiada pelo
observador permanente da Santa Sé junto à Osce, dom Janusz Urbańczyk, a
delegação participou, nesta segunda-feira (15/06), através da plataforma Zoom,
da videoconferência preparatória para o 28º Fórum Econômico e Ambiental da Osce
sobre o tema “Promover a segurança, estabilidade e crescimento econômico,
prevenindo e combatendo a corrupção por meio da inovação, aumentando a
transparência e a digitalização”.
Por causa da pandemia da
Covid-19, lê-se na declaração da delegação vaticana, “vimos mudanças sociais,
econômicas e ambientais tangíveis”. Elas exigem “no campo pessoal, nacional e
internacional, uma maior atenção ao combate à corrupção”, que “representa uma
grande ameaça” porque “gera instabilidade e se estende a muitos aspectos da
dimensão econômica e humana”.
Corrupção: ferida que prejudica a
todos
“É inegável que a corrupção,
sendo uma das feridas mais dilacerantes do tecido social, cria sérios danos,
tanto do ponto de vista ético quanto econômico. De fato, dá a ilusão de ganhos
fáceis e rápidos, mas na realidade prejudica a todos, minando a confiança
recíproca, ofuscando a transparência e levando a duvidar da confiabilidade de
todo o sistema jurídico e social”, ressalta ainda a nota.
Daí a referência ao que o Papa
Francisco disse em 18 de março de 2019, na audiência com os funcionários do
Tribunal de Contas, recebidos no Vaticano: “A corrupção rebaixa a dignidade do
indivíduo e destrói todos os bons e belos ideais. A sociedade como um todo é
chamada a assumir um compromisso concreto para combater o câncer da corrupção
em suas várias formas.”
Prioridade na ação do governo
“Quem faz parte da administração
pública tem o dever crítico de trabalhar com transparência e honestidade,
favorecendo uma relação de confiança entre cidadãos e instituições. A falta
dessa confiança é uma das manifestações mais graves da crise da democracia”,
diz a Santa Sé à Osce.
Ao mesmo tempo, a delegação
vaticana afirma estar ciente do fato de que “diante de uma crise de saúde sem
precedentes, a prioridade dos governos é obviamente a proteção da saúde e da
segurança”. No entanto, são as ações de combate e resposta ao vírus da Covid-19
que “podem expor riscos potenciais e oportunidades de corrupção e violações das
normas de combate”. Especialmente neste período de pandemia “é necessário
permanecer vigilantes”.
Pandemia como uma oportunidade
Por fim, a Santa Sé reflete
sobre o fato de que “apesar de representar um desafio para toda a Comunidade
internacional, a emergência global da Covid-19 também poderia oferecer uma
oportunidade real” a fim de “buscar soluções novas e inovadoras para combater a
corrupção”. A esperança é de que essas soluções “não sejam divisórias,
politizadas ou parciais, mas que realmente busquem o bem comum e o
desenvolvimento humano integral de todos”.
Vatican News - IP/MJ
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