O
novo documento, elaborado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da nova
Evangelização, foi aprovado pelo Santo Padre no dia em que a Liturgia celebrava
a memória litúrgica de São Turíbio de Mogrovejo, que, no século XVI, deu um
forte impulso à evangelização e à catequese.
Isabella Piro - Manoel Tavares -
Vatican News
Foi publicado, no Vaticano, nesta
quinta-feira (25/6), o novo Diretório Geral para a Catequese, herdeiro do
"Diretório Geral para a Catequese" de 1971 e do "Diretório Geral
para a Catequese" de 1997.
O
novo documento, elaborado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova
Evangelização, foi aprovado pelo Santo Padre no dia em que a Liturgia celebrava
a memória litúrgica de São Turíbio de Mogrovejo, que, no século XVI, deu um
forte impulso à evangelização e à catequese.
A peculiaridade do
novo Diretório é a estreita ligação entre a Evangelização e a Catequese, que
destaca a íntima união entre o primeiro anúncio e o amadurecimento da fé, à luz
da cultura do encontro. Tal peculiaridade – lê-se no texto – torna-se bem mais
necessária diante de dois desafios para a Igreja, na época contemporânea: “a
cultura digital e a globalização da cultura”.
Texto do Documento
Em mais de
300 páginas, divididas em 3 partes e 12 capítulos, o texto do novo Diretório
recorda que “todo batizado é um discípulo missionário” e que “são urgentes
esforços e responsabilidades, necessários para encontrar novos instrumentos de
linguagem para comunicar a fé”.
Os princípios basilares, com os quais podemos agir, são três: “testemunho, misericórdia e diálogo”. Testemunho, porque "a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração"; misericórdia, “por meio da qual a verdadeira catequese torna crível a proclamação da fé”; diálogo, “livre e gratuito, que não obriga, mas, partindo do amor, contribui para a construção da paz”. Assim, - explica o Diretório – “a catequese ajuda os cristãos a dar pleno sentido à sua existência”.
O novo
Diretório é dividido em três partes: a primeira, dedicada à
"Catequese na missão evangelizadora da Igreja", fala da formação dos
catequistas; a segunda,
intitulada "O processo da Catequese", frisa a importância da família:
parte integrante e ativa da evangelização; e a terceira, dedicada à
"catequese nas Igrejas particulares", ressalta o papel das paróquias,
definido como "exemplo de apostolado comunitário": catequese criativa
e ensino da religião”.
Aspectos essenciais da Catequese
Outras partes
especiais da Catequese, segundo o novo Diretório, são: “ecumenismo,
diálogo inter-religioso com o Judaísmo e o Islamismo”. A catequese deve
"despertar o desejo de unidade" entre os cristãos, se quiser ser
"um instrumento crível de evangelização". Quanto ao Judaísmo,
convida-se a manter um diálogo para combater o antissemitismo e promover a paz
e a justiça.
Diante do
fundamentalismo violento, que, às vezes se defronta com o Islamismo, a Igreja
exorta a favorecer o conhecimento e encontro com os muçulmanos. Em um contexto
de pluralismo religioso, a Catequese deve "aprofundar e fortalecer a
identidade dos fiéis", promovendo o impulso missionário, mediante o
testemunho e um diálogo "afável e cordial".
Cultura digital
O novo
Diretório Geral para a Catequese reflete ainda sobre a “cultura digital”, hoje
"natural", que mudou a linguagem e as hierarquias dos valores em
escala global. Tal cultura é rica de aspectos positivos, apesar do seu
"lado sombrio", que pode causar solidão, manipulação, violência, cyber-bullying,
preconceito, ódio. Aqui, os jovens devem ser acompanhados a buscar sua
liberdade interior, para se diferenciar do "rebanho social".
Além da
cultural digital, o Documento aborda também a ciência e a tecnologia, que devem
ser orientadas para melhorar as condições de vida da família humana; trata
ainda da bioética, partindo do pressuposto de que "nem tudo o que é
tecnicamente possível é moralmente admissível", partindo do princípio da
sacralidade e inviolabilidade da vida humana, em contraste com a cultura da
morte; aconselha a discernir entre intervenções, manipulações terapêuticas e
eugenia; sugere a tratar, numa perspectiva de fé, “a sexualidade, como resposta
à chamada original de Deus".
Enfim, o
novo Documento do Vaticano, faz referência a uma "profunda conversão
ecológica", promovida por uma catequese em defesa da Criação, do bem
comum, dos direitos dos mais fracos.
Fonte: Vatican News
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