No dia 11 de junho a Igreja Católica celebra a Festa de
Corpus Christi, ou como é oficialmente chamada a Festa do Santíssimo Corpo e
Sangue de Cristo. Esta festa nos convida a refletir sobre o amor incondicional
de Deus por nós e nos alegramos pela presença permanente de Jesus Cristo, o
centro de nossa fé, nossa esperança e nossa salvação. A festa é sempre
celebrada na quinta-feira depois da Solenidade da Santíssima Trindade que, por
sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. Pode-se dizer que esta
festa se constitui um desdobramento da Quinta-feira Santa. Quer comemorar a
presença de Cristo como sacrifício eucarístico de seu corpo e de seu sangue.
Esta solenidade deve ser vista em conexão com a devoção do Santíssimo
Sacramento, que desabrochou poderosamente ao longo do século Xll e na qual se
realçava de maneira particular a presença real de Cristo todo no pão e vinho consagrado.
A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende uma
recomendação do Código de Direito Canônico (art.944) que determina ao Bispo
Diocesano que providencie, onde for possível, “para testemunhar publicamente a
veneração para com a Santíssima Eucaristia principalmente na Solenidade do
Corpo e Sangue de Cristo”. Em muitas cidades no Brasil é costume ornamentar as
ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de
inspiração religiosa.
Católicos reverenciam e adoram a hóstia consagrada, pois de
acordo com sua fé, nela está presente o corpo de Cristo. Esta presença se
explica pela transubstanciação do pão e do vinho no corpo e sangue de Jesus.
Não se trata de símbolo, rememoração ou lembrança apenas, mas de uma
transformação real, embora as aparências permaneçam.
A este movimento eucarístico
estava ligado um grande desejo de contemplar a hóstia consagrada por parte do
homem da Idade Média. Desejo este que levou, entre outras coisas, ao costume de
elevar a hóstia depois da consagração, atestado pela primeira vez em 1200. A
origem da Festa de Corpus Christi
remonta à história das visões de Juliana de Mont Cornellon. No ano 1246, o
bispo Dom Roberto de Liège, introduzia essa festa pela primeira vez em sua
diocese. Em 1264, o papa Urbano lV prescreveu-a para toda a Igreja. Na Bula de
introdução “Transciturus” o papa fundamenta a instituição da festa e faz uma
exposição mais ou menos global da doutrina da Eucaristia enquanto sacrifício e
refeição. O mesmo papa solicitou ao Santo Tomás de Aquino que compusesse os
cânticos e orações para festa. O resultado foi algumas das mais famosas e
emocionantes composições da música sacra, entre as quais podemos citar: “O
Sacrum Convivium”, “Lauda Sion”, “Adoro Te Devote”, “Pange Lingua”, e Tantum
Ergo. Este último têm as palavras iniciais dos dois últimos versos do hino
“Pange Lingua” e cantados durante adorações e benções do Santíssimo Sacramento.
A Eucaristia é a renovação do sacrifício de Cristo na cruz. É a celebração do
amor infinito de Deus.
O Catecismo da Igreja Católica afirma que: “O modo de presença
de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de
todos os sacramentos e faz com que ela seja como
que o coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os sacramentos”. No santíssimo sacramento da Eucaristia estão
“contidos verdadeiramente, realmente e
substancialmente o Corpo e Sangue juntamente com a alma e a divindade de
Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo”. (cf. Tomás de Aquino, S.Th., lll, 73,3). “Esta presença chama-se “real” não por
exclusão, como se as outras não fossem “reais”, mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus
e homem, se torna presente completo” (cf. CIC, no. 1374).
Pe. Brendan Coleman Mc Donald,
Sacerdote Redentorista
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