JOSÉ ANTONIO
APARECIDO TOSI MARQUES
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza,
1º. de junho
de 2020.
Memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da
Igreja
Circular 005/2020:
A respeito
da reabertura das igrejas.
Aos Párocos
e Vigários Paroquiais responsáveis por Áreas Pastorais em suas comunidades, e
todos os fiéis irmãos em Cristo Jesus.
Graça e Paz
do Senhor!
No tempo de
pandemia em que estamos vivendo são necessárias restrições pessoais para o bem
de todos, e já que está ainda em crescimento a contaminação com o coronavírus e
suas consequências dolorosas, especialmente agora entre os mais vulneráveis da
humanidade. Diante da expectativa da parte de muitos irmãos sacerdotes e fiéis,
sinto-me na necessidade de dirigir a todos alguns esclarecimentos.
As autoridades civis e sanitárias tem dado
insistente recomendação de continuar com o isolamento social rígido, apesar de
gradativamente, por razões de promoção da atividade econômica, ir entrando em
uma retomada de atividades sociais.
Neste
contexto, muito se tem debatido sobre a abertura dos templos das diversas
confissões religiosas para atendimento de fiéis. O governo estadual e
municipal, diante de pressões de alguns líderes religiosos e fiéis, estão
propondo uma gradual abertura dos mesmos com determinação de porcentagem de
participação dos fiéis e determinando as condições em que isto será permitido.
A cada etapa deverá ser feita uma avaliação para maior abertura ou retorno a
mais rígido isolamento e fechamento novamente dos templos.
Diante
destas determinações e para esclarecer a nossos fiéis da Igreja Católica na
Arquidiocese de Fortaleza estamos enviando esta nova Carta Circular. Repetimos
o que já tínhamos dito em Carta Circular anterior (oo4/2020): COM MUITA CALMA
CHEGAREMOS A ESTE PONTO, MAS AINDA NÃO É O TEMPO PARA TAL. As condições de
isolamento social rígido, necessário para enfrentar a pandemia, nos impede
ainda de atrair os fiéis a saírem de casa para participar do culto nas igrejas.
Ninguém controlaria que todos obedecessem às condições que se fazem necessária
para evitar o contágio, seja pela locomoção externa, seja pelo encontro com
muitas pessoas. Quem poderia escolher quem participaria das missas e quem não?
Ademais, nosso povo tão religioso costuma encher as igrejas para as celebrações.
Como conter que saiam de casa apenas alguns e outros não?
ASSIM AINDA
NÃO ABRIREMOS NOSSOS TEMPLOS (igrejas, capelas e dependências de atendimento
público – secretarias, salões paroquiais e centros pastorais), ATÉ NOVA
DETERMINAÇÃO, quando as condições de segurança realmente permitirem.
A
criatividade do amor dará aos pastores e fieis a descoberta de diversas
possibilidades de continuar a alimentar a própria vida cristã e a comunhão
eclesial na vivência da Palavra de Deus, das obras de Caridade, da renúncia e
sacrifícios da própria vida, unidos à Paixão do Senhor.
A Igreja,
Mãe dos filhos de Deus, como Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja, quer cuidar
com desvelo materno de seus filhos e por isso deseja o pleno bem de toda pessoa
humana. Ouvimos ainda ontem as palavras do Santo Padre, o Papa Francisco,
falando aos fiéis, em especial aos brasileiros, referindo-se à Amazônia (o que
serve para todos nós!): ”Cuidar das
pessoas que são mais importantes que a economia. Nós, pessoas, somos templo do
Espírito Santo, a economia não.”
Esperamos
assim, que seja a comunhão fraterna em Cristo a nos iluminar e fortalecer no
enfrentamento da situação pandêmica que vivemos. E será esta mesma a nos dar
lições para o futuro de um mundo mais de acordo com o projeto amoroso de Deus.
Desejamos a todos e às comunidades a que
servem como pastores as graças e alegrias do Senhor Ressuscitado que está
conosco pelo Seu Espírito Santo de Amor.
Em Jesus e Maria,
Dom José
Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo
Metropolitano de Fortaleza
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