Em
sua alocução dominical, o Papa falou de dois efeitos da celebração eucarística:
o efeito místico e o efeito comunitário.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do
Vaticano
Após celebrar a missa de Corpus
Christi neste domingo, o Papa Francisco rezou da janela de seu escritório a
oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro.
Em sua alocução, falou de dois
efeitos da celebração eucarística: o efeito místico e o efeito comunitário.
Sem a nossa transformação, missas são ritos vazios
O efeito
místico ou espiritual diz respeito à união com Cristo, que no pão e no vinho se
oferece para a salvação de todos.
“Jesus
está presente no sacramento da Eucaristia para ser o nosso nutrimento, para ser
assimilado e se tornar força renovadora." Mas isso requer o nosso
consenso, a nossa disponibilidade para nos deixar transformar; do contrário,
advetiu o Papa, "as celebrações eucarísticas se reduzem a ritos vazios e
formais".
Muitos
vão à missa como ato social, disse o Pontífice, mas o mistério é outra coisa:
"é Jesus presente, que vem para nos nutrir".
Sincera fraternidade
O segundo
efeito é comunitário, isto é, da comunhão recíproca entre os que participam da
Eucaristia, a ponto de se tornar um só corpo.
“Não se pode participar da Eucaristia sem se empenhar
numa sincera fraternidade recíproca.”
Mas
sabendo que as forças humanas não são suficientes, pois entre os discípulos
haverá sempre a tentação da rivalidade, o Senhor nos deixou o Sacramento da sua
Presença real, concreta e permanente.
Este é o
dúplice fruto da Eucaristia: a união com Cristo e a comunhão entre os que se
nutrem Dele. Citando a Constituição conciliar Lumen gentium,
Francisco recordou que a Igreja faz a Eucaristia, mas é mais fundamental que a
Eucaristia faz a Igreja e lhe permite ser a sua missão antes mesmo de
realizá-la.
“Este é o mistério da Eucaristia: receber Jesus
para que nos transforme interiormente, para que faça a unidade entre nós, não a
divisão.”
“Que Nossa Senhora nos ajude a acolher sempre com
estupor e gratidão o grande dom que Jesus nos fez deixando-nos o Sacramento do
seu Corpo e do seu Sangue”, foi a oração final do Papa.
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