Foi divulgada, nesta terça-feira, 30 de junho, a mensagem do Papa Francisco para a Conferência Católica dos Meios de Comunicação, promovida pela Associação Católica de Imprensa dos Estados Unidos e Canadá sobre o tema “Juntos, enquanto estamos separados” (Together While Apart), referindo-se à unidade não obstante a distância por causa da pandemia de coronavírus. Este ano, pela primeira vez na história, a conferência se realiza virtualmente por causa da emergência sanitária da pandemia. Tem início neste dia 30 de junho e prossegue até 2 de julho.
Referindo-se também à Mensagem para o Dia das Comunicações Sociais do ano passado, o Papa Francisco sublinha “como é essencial a missão dos meios de comunicação para manter as pessoas unidas, encurtando distâncias, fornecendo as informações necessárias e abrindo mentes e corações à verdade”.
Esta é uma tomada de consciência importante que já levou à criação dos primeiros jornais católicos nos Estados Unidos, como é evidente no caso do “Catholic Miscellany, publicado em 1822 em Charleston por dom John England, seguido por muitos jornais e periódicos”, porque hoje como então as “nossas comunidades”, escreve o Papa, precisam dos meios de comunicação para informar e unir.
Existe a necessidade de ajudar a distinguir o bem do mal
“O ideal da unidade na diversidade, no lema dos Estados Unidos”, deve inspirar também o serviço oferecido ao bem comum: uma necessidade que para Francisco “é hoje ainda mais urgente, numa época marcada pelo conflito e pela polarização a qual nem sequer a comunidade católica parece imune”.
“O ideal da unidade na diversidade, no lema dos Estados Unidos”, deve inspirar também o serviço oferecido ao bem comum: uma necessidade que para Francisco “é hoje ainda mais urgente, numa época marcada pelo conflito e pela polarização a qual nem sequer a comunidade católica parece imune”.
E na mensagem, o Papa explica como isso se desenrola concretamente para aqueles que trabalham na comunicação. “Precisamos de meios de comunicação capazes de construir pontes, defender a vida e abater muros, visíveis e invisíveis, que impedem o diálogo sincero e a verdadeira comunicação”, escreve, lembrando que é necessário também “meios de comunicação que possam ajudar as pessoas, sobretudo os jovens, a distinguir o bem do mal, a fazer julgamentos corretos, baseados numa apresentação clara e imparcial dos fatos, a compreender a importância do compromisso com a justiça, a concórdia social e o respeito pela Casa comum”. Portanto, precisamos de homens e mulheres de princípio que protejam a comunicação de tudo o que possa distorcê-la ou desviá-la para outros objetivos”.
Seja um sinal de unidade entre vocês
“Peço-lhes para que sejam unidos e sinal de unidade também entre vocês”, disse o Papa, dirigindo-se tanto aos pequenos quanto aos grandes meios de comunicação, porque “na Igreja não são estas as categorias que contam”. Na Igreja, somos todos membros de um só corpo.
“Peço-lhes para que sejam unidos e sinal de unidade também entre vocês”, disse o Papa, dirigindo-se tanto aos pequenos quanto aos grandes meios de comunicação, porque “na Igreja não são estas as categorias que contam”. Na Igreja, somos todos membros de um só corpo.
Toda comunicação tem a sua fonte última na vida de Deus
A comunicação “não é apenas uma questão de competência profissional”, mas de atestar pessoalmente a verdade da mensagem que transmitimos porque “toda comunicação tem sua fonte última na vida do Deus Trino, que partilha conosco a riqueza de sua vida divina e nos pede, por sua vez, para comunicar esse tesouro aos outros, unidos no serviço de sua verdade”.
Que comunicadores cristãos promovam a verdade e a dignidade humana
O Papa recorda a importância de ter o olhar do Espírito, pois somente assim “podemos trabalhar eficazmente para vencer as doenças do racismo, da injustiça e da indiferença”, e também ajudar os outros a contemplar as situações e pessoas com os olhos do Espírito. “Onde o nosso mundo fala muitas vezes com adjetivos e advérbios, que os comunicadores cristãos possam falar com nomes que reconheçam e promovam a reivindicação silenciosa da verdade e favoreçam a dignidade humana”, ressalta Francisco. E onde o mundo vê conflitos e divisões, ele os exorta a dar voz às exigências dos pobres, dos necessitados de misericórdia e compreensão.
Unidos e fortes em relação às modas fugazes
“Que o espírito de comunhão com o Bispo de Roma, que sempre foi um sinal distintivo da imprensa católica em seus países, mantenha todos vocês unidos na fé e fortes no que diz respeito às modas culturais fugazes que não têm o perfume da verdade do Evangelho”, conclui Francisco, recordando que nesta segunda-feira foi celebrada a Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, e exortando a rezar juntos pela paz no mundo.
Com informações do VaticanNews