País é o 3º do mundo em quantidade absoluta de casos de contágio, o 6º em total de mortes, o 18º em letalidade por milhão de habitantes e o 38º em incidência por milhão de habitantes
OBrasil ultrapassou nesta segunda-feira, 18, a marca de 100 mil pessoas curadas de covid-19: foram 100.459 os pacientes contabilizados pelo Ministério da Saúde que derrotaram o novo coronavírus.
Considerando-se a subnotificação, estima-se que o número tanto de brasileiros infectados quanto de curados é expressivamente maior do que apontam as estatísticas oficiais, já que uma reduzida parcela da população tem sido submetida aos testes de detecção. Por outro lado, os pesquisadores do coronavírus afirmam também que uma grande parte das pessoas infectadas não apresenta sintomas e supera a doença sem necessidade de recurso às unidades de saúde. Ainda assim, preocupa a curva ascendente e rápida de mortes vinculadas à pandemia: o país acumulava, até a noite desta segunda, 16.856 falecimentos ligados ao coronavírus, com 255.368 casos de contágio. Trata-se da terceira posição mundial em número absoluto de casos e da sexta em quantidade registrada de mortes. Quando se considera a quantidade de mortos por milhão de habitantes, o Brasil ocupa a 18ª posição no mundo; já no tocante à quantidade de casos por milhão de habitantes, o país é o 38º.
A população brasileira vive hoje um complexo dilema: por um lado, é necessário estabelecer medidas prudentes de redução de contágios para evitar o colapso do sistema de saúde e a escalada dos óbitos; por outro, é preciso adotar medidas sensatas de reativação da economia para evitar o colapso do emprego e da renda, o que também afeta, no fim das contas, a saúde física e psíquica. Grupos ideológicos adversários travam uma guerra tanto de argumentos objetivos quanto de narrativas generalizantes e reducionistas a favor ou contra as diversas alternativas, principalmente as referentes aos níveis e modalidades de distanciamento social considerados adequados, aos critérios para a liberação segura de atividades econômicas e aos protocolos sobre o uso de medicamentos, notadamente a cloroquina. A polarização e a instrumentalização política da crise agravam a situação, com grupos opostos priorizando ataques recíprocos em vez de análises imparciais e planejamento eficaz de ações coordenadas. Casos comprovados de corrupção na compra de equipamentos de proteção individual e de aparelhos médicos, em particular respiradores, complementam o quadro de descalabro. Por fim, geram contínua perplexidade tanto a reiterada minimização da seriedade do vírus e da sua rápida propagação quanto o autoritarismo de medidas unilaterais, contraditórias e de embasamento questionável impostas por autoridades dos três poderes e nos âmbitos municipal, estadual e federal com o alegado intuito de combatê-lo. Parece ficar patente que, na calamidade brasileira do coronavírus, o próprio coronavírus não é a maior das calamidades.
Fonte: Aleteia
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