Até o dia 13 de março, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebe em sua sede, em Brasília (DF), a exposição fotográfica “Do Amor Ninguém Foge”. A mostra traz uma consonância como lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, da Campanha da Fraternidade 2020, que tem como tema: “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso”.
A exposição é organizada pela Associação de Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI Brasil) e contextualiza a história das Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APACs), um tipo de prisão humanizada, passando pelo cotidiano dos recuperando em suas unidades em todo país.
Além disso, a exposição ilustra aspectos da humanização carcerária que dificilmente seriam demonstrados de outra forma. De acordo com o advogado, teólogo e diretor-executivo da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), Valdeci Ferreira, o custo per capta das Apacs é de um terço do gasto no sistema comum, a taxa de reincidência cai de 85% para índices inferiores a 20% e as fugas são reduzidas.
“O sistema prisional vive o caos e caminha para o colapso. As prisões são a margem, a fronteira e nessa margem se encontram mais de 700 mil homens e mulheres presos vivendo em masmorras em condições sub-humanas e as Apacs são estes rostos samaritanos, este rosto da Igreja, que vai ao encontro daquele que está ferido, caído na beira da estrada, pessoas que foram golpeadas pela vida, preconceito, indiferença, fisicamente e psicologicamente. Pessoas que tiveram uma infância e adolescência roubadas. As Apacs chegam, enxergam, têm compaixão e cuidam dessas pessoas como se fosse o próprio Cristo”, destaca Valdeci.
O projeto conta, ao todo, com 50 unidades que funcionam nos estados do Rio de Janeiro (RJ), São João Del Rei (MG) e Belo Horizonte (MG) e em países como Itália, Portugal, Peru e Espanha. Valdeci afirma que as Apacs são a revolução do sistema prisional.
“O nosso grande desafio é vencer as barreiras do preconceito, da indiferença, aquela ideia de que o preso tem que sofrer. Que bandido bom é bandido morto e eu quero acreditar que neste ano durante 40 dias dessa quaresma a Igreja estará ajudando a colocar sangue novo nas veias desta Igreja que parecia ir ao encontro através dos cristãos de boa vontade em direção a estas pessoas que precisam de ajuda”, ressalta.
A exposição Do Amor Ninguém Foge ficará aberta ao público, na sede da CNBB, até o dia 13 de março. Para agendamento à visita guiada marcar na secretaria técnica: secretaria@cnbb.org.br
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