Na
homilia da missa na Casa Santa Marta, o Papa convidou a recordar quem acompanha
a nossa vida todos os dias: presenças que se tornam da família e às quais faz
bem agradecer ou pedir desculpa pelas nossas faltas.
Benedetta Capelli – Cidade do
Vaticano
O Papa Francisco celebrou a missa
matutina esta sexta-feira (14/04) e em sua homilia se inspirou numa funcionária
da Casa Santa Marta, Patrícia, que acaba de se aposentar. O Pontífice fez um
“ato de memória, de agradecimento” e falou do calor da Casa Santa
Marta, de uma “família ampla”, feita de pessoas que nos acompanham no caminho
da vida, que todos os dias trabalham ali, com dedicação e cuidado.
O egoísmo é um pecado
A homilia narrou a cotidianidade da
Casa Santa Marta, a residência do Papa. Francisco deu destaque à família, não
apenas “pai, mãe, irmãos, tios e avós”, mas à “família alargada, aqueles que
nos acompanham no caminho da vida por um pouco de tempo”. Depois de 40 anos de
trabalho, Patrícia está se aposentando: uma presença de família sobre a qual
refletir:
E isso fará bem a todos nós que
moramos aqui pensar nesta família que nos acompanha; e a todos vocês que
não moram aqui, pensar em tantas pessoas que os acompanham no caminho da vida:
vizinhos, amigos, companheiros de trabalho, de estudo... Nós não estamos sós. O
Senhor nos quer povo, nos quer em companhia; não nos quer egoístas: o egoísmo é
um pecado.
Obrigado, Senhor, por não nos
abandonar
Na sua reflexão, o Papa recordou a
generosidade de tantos companheiros de trabalho que cuidaram de quem adoeceu.
Por trás de cada nome, há uma presença, uma história, uma permanência breve que
deixou uma marca. Uma familiaridade que encontrou espaço no coração de
Francisco. “Penso na Luísa, penso na Cristina”, afirmou o Pontífice, na avó da
casa, irmã Maria, que entrou para trabalhar jovem e que ali decidiu se
consagrar. Mas ao recordar a sua família “alargada”, o pensamento do Papa se
dirigiu a quem não está mais: “Miriam, que foi embora com seu filho; Elvira,
que foi um exemplo de luta pela vida, até o fim”. E outros ainda que se
aposentaram ou foram trabalhar em outro lugar. Presenças que fizeram bem e que,
ás vezes, é difícil deixar.
Hoje nos fará bem, a todos nós,
pensar nas pessoas que nos acompanharam no caminho da vida, como gratidão, e
também como um gesto de gratidão a Deus. Obrigado, Senhor, por não nos
abandonar. É verdade, sempre existem problemas, e onde há gente, há fofocas.
Inclusive aqui dentro: se reza e se faz fofoca, ambas as coisas. E algumas
vezes também se peca contra a caridade.
Um grande “obrigado”
Pecar, perder a paciência e, depois,
pedir desculpa. Assim se faz na família. “Eu gostaria de agradecer pela
paciência das pessoas que nos acompanham – destacou o Papa - e pedir perdão
pelas nossas faltas”.
Hoje
é um dia para agradecer e pedir perdão, do coração, cada um de nós, às
pessoas que nos acompanham na vida, por um pedaço da vida, por toda a vida … E
gostaria de aproveitar desta despedida de Patrícia para fazer com vocês este
ato de memória, de agradecimento, e também pedir perdão às pessoas que nos
acompanham. Cada um de nós o faça com as pessoas que habitualmente o
acompanham. E àqueles que trabalham aqui em casa, um “obrigado” grande, grande,
grande. E à senhora, Patrícia, que comece esta segunda parte da vida com mais
40 anos!
Fonte:
Vatican News
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