terça-feira, 14 de janeiro de 2020

ENTREVISTA: ARIANY LEITE, REPRESENTANTE DA CNBB NO CONSELHO NACIONAL DE JUVENTUDE




Entrevista: Ariany Leite, representante da CNBB no Conselho Nacional de Juventude
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) continua a favorecer a participação dos cristãos leigos e leigas na vida da sociedade. Mais uma vez, a entidade terá uma cadeira no Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e será representada por uma pessoa escolhida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude: a jovem Ariany Leite, de 30 anos, será a representante da Igreja no Conselho nos próximos dois anos.
Representante das juventudes de Congregações na Coordenação Nacional da Pastoral Juvenil, Ariany continuará o trabalho no conselho após o período de um ano representando a conferência, que foi eleita para uma das 40 vagas reservadas a entidades da sociedade civil entre as 164 organizações habilitadas no processo voltado para os próximos anos.
Ariany participou do encontro em preparação para o Sínodo dos Jovens, em 2018
A jovem faz parte da Juventude Missionaria Redentorista (Jumire) – vinculada à Congregação do Santíssimo Redentor e suas congregações irmãs, Congregação das Irmãs Mensageiras do Amor Divino e Congregação da Copiosa Redenção. Em entrevista ao Portal da CNBB, Ariany Leite afirma que assume a responsabilidade de estar representando a juventude “com esperança para que consiga ser a diferença neste espaço à luz do Evangelho de Jesus Cristo e em acordo com a Doutrina Social da nossa Igreja”.
Confira a entrevista na íntegra:
Como funcionou a eleição do Conjuve? Você pode explicar um pouco como é o processo de escolha das entidades?
O Processo Seletivo do CONJUVE se dá por etapas: abertura do edital convocatório para processo seletivo, períodos de inscrição e a eleição com as entidades que foram habilitadas conforme o edital; esta, por sua vez, se dá de modo presencial, onde cada entidade vota em uma outra entidade inscrita em seu eixo de atuação, no caso das entidades nacionais, ou região, no caso das entidades regionais.

E a sua escolha, como foi? Foi uma recondução, certo?
A minha escolha foi a convite da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, uma vez que já havia atuado por um ano como representante da CNBB neste conselho.

Ariany faz parte da Juventude Missionária Redentorista (Jumire)
Recorde um pouco sua caminhada… Qual a sua expressão juvenil? Idade? Diocese? Formação…
Eu sou da Juventude Missionária Redentorista (Jumire), vinculada à Congregação do Santíssimo Redentor e suas congregações irmãs, Congregação das Irmãs Mensageiras do Amor Divino e Congregação da Copiosa Redenção. Minha caminhada de formação Cristã se deu principalmente pelo Projeto Compromisso, um dos projetos da Jumire e tem como base formação de jovens lideranças. Seu tripé base está na Bíblia, Liturgia e Caridade. Sou da comissão Nacional e Latino-Americana da Juventude Redentorista e estou encerrando meu período como representante das juventudes de Congregações na Coordenação Nacional da Pastoral Juvenil da CNBB. Tenho 30 anos. Sou da arquidiocese de Goiânia, paróquia Divino Pai Eterno, em Trindade (GO). Minha formação acadêmica é em Direito e Pós-Graduanda em Criminalística e Ciências Forenses. Atualmente, trabalho no Departamento de Juventude da Congregação Redentorista da Província de Goiás. 

Você representa a CNBB na cadeira que a Conferência tem no Conjuve. Como você assume esta responsabilidade?
Eu assumo com a responsabilidade de estar representando toda a nossa juventude, com esperança para que consiga ser a diferença neste espaço à luz do Evangelho de Jesus Cristo e em acordo com a Doutrina Social da nossa Igreja (DOCAT).

A CNBB propôs em 2019 o tema “Fraternidade e Políticas Públicas para a CF e vimos na sequência algumas ações visando enfraquecer essas instâncias de participação. Ao mesmo tempo, a Comissão para a Juventude da CNBB incentivou a participação dos jovens nos conselhos de políticas públicas. Como você observa este cenário e o que te interpela para sua atuação?
Apesar de alguns momentos de adversidade que vivemos, é importante que não percamos a esperança de que podemos fazer mais pelo próximo e nossa sociedade. É importante que estejamos atentos às ações em nossa volta e nós também devemos deixar o sofá e sermos uma Igreja em saída, este é o momento. Não podemos apenas esperar que alguns ajam em nome de toda a comunidade. Deus capacita a todos nós e nos ajuda sempre, mesmo quando o caminho pedregoso. O incentivo da Comissão para a Juventude é uma resposta à CF, um gesto concreto a reflexão que a CF nos trouxe. Com o DOCAT, temos por orientação a importância em sermos protagonistas também nos espaços políticos para fortalecer as respectivas posições e torná-las capazes de alcançarem a maioria. O CONJUVE reflete as diversidades dos atores sociais que contribuem para o enriquecimento desse diálogo.  
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Ariany participou de encontro dos conselheiros de políticas públicas ligados à Igreja.
Na foto é a segunda, direita para a esquerda (CNBB/arquivo)

Quais são as principais pautas que a juventude católica leva para o Conjuve?
Na atual realidade que nossa juventude vive temos uma variedade de questões que necessitam ser trabalhadas. Mas creio que, em resumo, podemos trazer três questões que são nossas bases: Respeito, a valorização da vida e o desenvolvimento social e humano.

Gostaria de acrescentar algo?
Neste ano viveremos o processo da Conferencia Nacional de Juventude, momento ímpar para nossa juventude brasileira. Convido a todas as nossas expressões juvenis a fazer parte deste processo, desde suas etapas municipais e estaduais até o nacional. Deste espaço, são feitos importantes planejamentos podendo, por meio deles, haver mudanças significativas na vida de muitos jovens. Sejamos Sal da terra e luz do Mundo!


O Conjuve

O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) foi criado em 2005 pela Lei 11.129, que também instituiu a Secretaria Nacional de Juventude e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem). O Conselho tem, entre suas atribuições, a de formular e propor diretrizes voltadas para as políticas públicas de juventude, desenvolver estudos e pesquisas sobre a realidade socioeconômica dos jovens e promover o intercâmbio entre as organizações juvenis nacionais e internacionais.
O Conjuve é composto por 1/3 de representantes do poder público e 2/3 da sociedade civil, contando, ao todo, com 60 membros, sendo 20 do governo federal e 40 da sociedade civil. A representação do poder público contempla, além da SNJ, todos os ministérios que possuem programas voltados para os jovens; a Frente Parlamentar de Políticas para a Juventude da Câmara dos Deputados; o Fórum Nacional de Gestores Estaduais de Juventude; além das associações de prefeitos. Essa composição foi estruturada para que as ações sejam articuladas em todas as esferas governamentais (federal, estadual e municipal), o que contribuirá para que a política juvenil se transforme, de fato, no Brasil, em uma política de Estado.
Já a parcela da sociedade civil, que é maioria no Conjuve, reflete a diversidade dos atores sociais que contribuem para o enriquecimento desse diálogo. O conselho conta com representantes dos movimentos juvenis, organizações não governamentais, especialistas e personalidades com reconhecimento público pelo trabalho que executam nessa área. Os membros do Conselho são escolhidos para mandato de dois anos, mediante eleição direta, e os cargos de presidente e vice-presidente são alternados, a cada ano, entre governo e sociedade.
 – Fonte: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos

Recorde a motivação da Igreja na participação em Conselhos de Políticas Públicas

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