Dom Orani durante a Missa / Foto:
Facebook Santuário Basílica de São Sebastião - Frades Capuchinhos
RIO DE JANEIRO, 21 Jan. 20 / 03:35 pm
(ACI).-
Ao celebrar a festa de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, o Arcebispo
local, Cardeal Orani João Tempesta, advertiu que o Brasil corre o perigo “de
ser um país confessional ateu, e não um país laico que respeita todas as
religiões”.
O Purpurado presidiu a Santa Missa do padroeiro na manhã de
segunda-feira, 20 de janeiro, no Santuário Basílica de São Sebastião, na
Tijuca, quando recordou a história desse santo mártir e assinalou a perseguição
que os cristãos sofrem ainda nos dias de hoje.
“O Papa Francisco ultimamente tem
falado que os mártires dos últimos tempos são em maior número do que nos
primeiros séculos. A intolerância contra os cristãos católicos continua e muito
na sociedade mundial”, afirmou Dom Orani durante sua homilia.
o Arcebispo ressaltou que “mesmo em
nosso país nós vemos os últimos acontecimentos como falar contra Cristo, Maria
e os cristãos católicos parece que além de render muito dinheiro, interessa as
pessoas” e que se “impõem porque acham que podem fazer tudo”.
“Nosso país corre o perigo de ver uma
teocracia ateia, de ser um país confessional ateu, e não um país laico que
respeita todas as religiões. Nós vemos que um pouco essa maneira de pensar vai
cada vez mais sendo propagada em todos os cantos”, advertiu.
Por outro lado, salientou que “aquilo
que o mártir representa e é para nós faz com que nunca desanimemos em todas
essas situações, mas saibamos que, quanto mais perseguidos e martirizados, mais
fortes, mais animados e mais evangelizadores nós somos e seremos ainda mais”.
Nesse sentido, exortou os fiéis a não
temer “aqueles que nos perseguem” e saber “viver esse nosso tempo com firmeza e
sem desanimar com os duros ataques que têm contra a Igreja,
contra Cristo, contra o Papa. Que nós permaneçamos firmes no Senhor,
testemunhando em quem nós colocamos a nossa esperança e dando as razões da
nossa esperança”.
Ainda durante sua homilia, o Cardeal
Tempesta recordou a trezena realizada no Rio de Janeiro nos dias prévios à
festa do padroeiro, quando teve a oportunidade de percorrer diferentes
realidades da cidade.
“O que me chama atenção é que o
carioca, ou aquele que veio viver no Rio de Janeiro, aprendeu com São Sebastião
a se levantar das flechadas e continuar vida,
aprendeu a não desanimar”, observou o Purpurado, destacando como os moradores
do Rio de Janeiro continuem “firmes”, mesmo enfrentando a violência, problemas
nas áreas da saúde, da educação, do emprego, entre outros.
“O carioca é um forte, o habitante do
Rio de Janeiro é um forte e aprende com São Sebastião a assim viver”, exclamou.
Porém, ressaltou que “sermos fortes e
continuarmos firmes, como nos dá exemplo São Sebastião, não significa sermos
acomodados e conformados coma situação. Nós também temos o direito de sonhar
com tempos diferentes”.
“Por isso, ao mesmo tempo que nós
sabemos vencer as vicissitudes, sabemos levantar das flechadas que levamos na
vida, também somos convidados e chamados a exigir de quem tem responsabilidade,
para que realmente nós possamos ter tempos melhores em todos os campos e de
todas as maneiras”, indicou.
Além disso, pontuou que, ao olhar
essa realidade, vê-se também “a vocação de São Sebastião do Rio de Janeiro, que
sempre teve uma importância nesse país”, de modo que o que acontece nesta
cidade “se torna notícia nacional ou internacional”.
Desse modo, declarou, “temos também
uma missão de poder dar esperança para o país de que, realmente, ao recuperar a
cidade, ao retomar com alegria a justiça e a paz nessa cidade, também possamos
olhar para o Brasil e pedir também que isso aconteça na liberdade, na
fraternidade, na preocupação com o outro, sem os antagonismos e sem os ódios e
rancores que às vezes nos dividem uns contra os outros”.
À tarde, a festa de São Sebastião na
cidade do Rio de Janeiro contou ainda com uma multitudinária procissão que saiu
da Basílica no bairro Tijuca, que é administrada pelos Capuchinhos, e seguiu
até a Catedral Metropolitana no Centro da cidade.
Fonte: ACI Digital
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