Em
uma mensagem conjunta de felicitações pelo Natal e o Ano Novo enviada ao
presidente do Sudão do Sul Kiir e ao líder da oposição Machar, o Papa
Francisco, o Primaz da Igreja Anglicana e o ex-moderador da Igreja
Presbiteriana da Escócia enviaram, garayntem sua oração "por um renovado
compromisso no caminho da paz", também para que “torne-se possível nossa
visita" a este querido país.
Alessandro Di Bussolo - Cidade do
Vaticano
Por ocasião do Natal e do início do
novo ano, o Papa Francisco, o Primaz da Igreja Anglicana Justin Welby e o
Reverendo John Chalmers, ex-moderador da Igreja Presbiteriana da Escócia,
enviaram uma mensagem conjunta aos líderes políticos do Sudão do Sul,
assegurando sua proximidade "aos seus esforços para implementar
prontamente os Acordos de Paz".
O Papa, Welby e Chalmers formulam ao
presidente sul-sudanês Salva Kiir e ao líder da oposição armada Riek Machar -
que em abril deste ano foram convidados por Francisco para um retiro espiritual
de alguns dias no Vaticano - e ao povo do Sudão do Sul, os melhores votos de
paz e prosperidade.
Que Jesus guie vossos passos, para
que nossa visita seja possível
"Elevemos, portanto – escrevem
ainda - nossas orações a Cristo Salvador por um renovado compromisso no caminho
da reconciliação e de fraternidade" e invocam abundantes bênçãos sobre os
líderes políticos e para todo o Sudão do Sul.
"Que Senhor Jesus, Príncipe da
Paz, ilumine e guie seus passos na bondade e na verdade, para que a nossa
esperada visita a este querido país seja possível".
O desejo de visitar o Sudão do Sul,
em caso de acordo
Ao final da oração do Angelus de
10 de novembro passado, o Papa Francisco expressou seu desejo de visitar o
Sudão do Sul no próximo ano. O Pontífice e o arcebispo de Cantuária, Justin
Welby - que se encontraram no Vaticano em meados de novembro - definiram a
situação no país como "dolorosa" e reiteraram sua intenção de visitar
o Sudão do Sul juntos, se as partes em conflito formarem um governo de unidade
nacional até fevereiro de 2020.
O pensamento especial de Francisco
"ao querido povo do Sudão do Sul" voltou-se novamente ao país no
momento em que era atingido por grandes inundações, que deixaram mais de 490
mil crianças necessitadas de assistência humanitária. Uma emergência que se
somou à já precária situação política, com as negociação de paz ainda
emperradas.
Mensagem de Natal do Conselho de
Igrejas do Sudão do Sul
Há alguns dias, o Conselho de Igrejas
do Sudão do Sul divulgou uma mensagem de Natal focada na esperança cristã:
esperança de paz, perdão e reconciliação em um país atormentado por guerras
sangrentas, mas também pela pobreza, pelo drama dos deslocados e pelos
desastres naturais.
"Os ventos da implementação do
Novo Acordo para a resolução do conflito no Sudão do Sul – lê-se na mensagem -
continuam soprando entre muitos obstáculos". Neste sentido, preocupado com
a persistência das hostilidades, o Conselho de Igrejas renova seu apelo ao
diálogo, comprometendo-se em trabalhar com as forças políticas para pacificar o
país: "Vamos nos unir - é a exortação final da mensagem das Igrejas
Cristãs – para fazer de 2020, um ano de paz e esperança para o povo do Sudão do
Sul, uma paz que permita às crianças ir à escola com alegria, às mulheres de
viver sem medo, aos refugiados e pessoas deslocadas de voltarem para suas casas
com dignidade e aos líderes para sentarem-se em volta de uma mesa para discutir
o futuro do nosso país".
Um país de joelhos: guerra civil,
inundações e fome
Independente do Sudão desde 2011,
após uma guerra de décadas, o Sudão do Sul é hoje um país com uma economia e
uma população de joelhos devido à nova guerra que eclodiu em 2013 entre as
milícias étnicas de Dinka, leais ao presidente Salva Kiir e aqueles da etnia
Nuer, liderada pelo ex-vice-presidente Machar, que em 2018 concluiu um novo
acordo de paz em Adis Abeba.
Sua implementação, no entanto, custa
a decolar mesmo após o histórico retiro espiritual convocado pelo Papa
Francisco no Vaticano em abril deste ano, para o qual os dois líderes rivais
foram convidados a participar.
Somam-se à instabilidade política as
inundações, a fome e as crises alimentares, que forçaram 2,5 milhões de pessoas
a fugir e procurar refúgio na Etiópia e em Uganda. O empenho das Igrejas com o
Sudão do Sul tem um histórico importante. De fato, muitos são os religiosos e
religiosas e as ONGs envolvidas em projetos de ajuda à população.
O histórico retiro espiritual na
Santa Marta, nos dias 10 a 11 de abril
Em abril, o Papa havia de fato
recebido na Santa Marta o presidente sudanês Salva Kiir e o líder da oposição
armada Riek Machar, para um retiro espiritual que durou alguns dias, ao final
do qual foi manifestado o desejo de prosseguir no caminho da reconciliação.
Na ocasião, Francisco convidou todos os atores do processo político nacional "a buscar o que une e a superar o que divide, num espírito de verdadeira fraternidade", instando todos a rezar pelo Sudão do Sul.
Em
um gesto sem precedentes, o Papa Francisco se inclinou para beijar os pés de
Salva Kir e dos outros líderes presentes, como mostram as fotografias daquele
encontro que rapidamente circularam em todo o mundo.
Fonte:
Vatican News
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