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ONU declarou 2 de dezembro como o Dia Internacional para a Abolição da
Escravatura, e alerta diante do número recorde de vítimas da escravidão moderna
Cidade do Vaticano
Hoje, 2 de dezembro, é comemorado o
Dia Internacional para a Abolição da Escravatura, data criada pela Organização
das Nações Unidas (ONU) há 60 anos. E diante do número recorde de vítimas da
escravidão moderna, pode-se dizer que esta data tem um novo significado.
O foco deste dia está na erradicação
das formas contemporâneas de escravidão, como tráfico de pessoas, exploração
sexual, casamento forçado e recrutamento forçado de crianças para uso em
conflitos armados. E nesta realidade mulheres e meninas são
desproporcionalmente afetadas, representando 99% das vítimas na indústria
comercial do sexo e 58% em outros setores.
Escravidão moderna
Embora a escravidão moderna não seja
definida em lei, ela é usada como um termo que abrange práticas como trabalho
forçado, servidão por dívida e tráfico de seres humanos. Essencialmente,
refere-se a situações de exploração que uma pessoa não pode recusar ou deixar
devido a ameaças, violência, coerção, engano e abuso de poder.
Para cada mil pessoas no mundo,
existem 5,4 vítimas da escravidão moderna. De acordo com as Nações Unidas,
cerca de 25% das vítimas deste tipo de abuso são crianças.
ONU aponta que a escravidão evoluiu e
se manifestou de diferentes maneiras ao longo da história. Recordando que a
escravidão não é apenas uma relíquia histórica. Segundo a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo
ainda são suas vítimas.
Segundo relatórios do Programa de
Ação Especial para Combater o Trabalho Forçado, mantido pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT), o tráfico de seres humanos gera 32 bilhões de
dólares por ano no mundo. De acordo com a OIT, 44% das vítimas são traficadas
com o objetivo de exploração sexual, 32% para exploração no trabalho e 25% para
uma combinação de ambos. Além disso, estima-se que metade das vítimas são
menores de 18 anos.
Dados
De acordo com a agência da ONU, mais
de 150 milhões de crianças estão sujeitas ao trabalho infantil, representando
quase uma em cada dez crianças em todo o mundo.
Dos 24,9 milhões de pessoas em
situação de trabalho forçado, 16 milhões são exploradas no setor privado, como
trabalho doméstico, construção ou agricultura.
A exploração sexual forçada afeta 4,8
milhões de pessoas e outros 4 milhões enfrentam trabalho forçado imposto por
autoridades estatais.
Campanhas
Em novembro de 2016, entrou em vigor
um novo Protocolo juridicamente vinculativo da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) que pretende fortalecer os esforços globais para eliminar o
trabalho forçado. E a campanha 50 for Freedom, visa convencer pelo
menos 50 países a ratificar o Protocolo do Trabalho Forçado até o final de
2019.
Para o pesquisador Ricardo Rezende, a
escravidão vai continuar a existir enquanto houver desigualdade social,
desemprego e chances diferenciadas e excludentes para acesso ao trabalho
regular. Ele acredita que o trabalho de ONGs como a Anti-Slavery International
é essencial, principalmente como forma de denúncia, mas não é suficiente para
acabar com o crime. Rezende acha que apenas uma mudança estrutural, partindo de
ações do Estado, poderia efetivamente erradicar a escravidão.
(Fonte: ONU
News)
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