Imaculada Conceição
REDAÇÃO CENTRAL 08 Dez. 19 / 06:00 am (ACI).- Neste dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição, doutrina de origem apostólica foi proclamado dogma pelo Papa Pio IX em 8 de dezembro de 1854, com a bula “Ineffabilis Deus”.
Para entender melhor este dogma,
apresentamos a seguir oito coisas que deve saber:
1. A quem se refere a Imaculada
Conceição?
Há uma ideia popular de que se refere
à concepção de Jesus pela Virgem
Maria. Entretanto, não é a este fato que se refere esta solenidade,
mas sim à maneira especial em que Maria foi concebida. Esta concepção não foi
virginal (ou seja, ela teve um pai humano e uma mãe humana), mas foi especial e
única de outra maneira ...
2. O que é a Imaculada Conceição?
A explicação está no Catecismo da
Igreja Católica:
490. Para vir a ser Mãe do Salvador,
Maria “foi adornada por Deus com dons dignos de uma tão grande missão”. O anjo
Gabriel, no momento da Anunciação, saúda-a como “cheia de graça”. Efetivamente,
para poder dar o assentimento livre da sua fé ao anúncio da sua vocação, era
necessário que Ela fosse totalmente movida pela graça de Deus.
491. Ao longo dos séculos, a Igreja
tomou consciência de que Maria, “cumulada de graça” por Deus, tinha sido
redimida desde a sua conceição. É o que confessa o dogma da Imaculada
Conceição, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX:
“Por uma graça e favor singular de
Deus onipotente e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero
humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada intacta de toda a mancha
do pecado original no primeiro instante da sua conceição”.
3. Isso significa que Maria nunca
pecou?
Sim. Devido à forma de redenção que
foi aplicada a Maria no momento de sua concepção, ela não só foi protegida do
pecado original, mas também do pecado pessoal. O Catecismo explica:
493. Os Padres da tradição oriental
chamam ã Mãe de Deus “a toda santa” (“Panaghia”), celebram-na como “imune de
toda a mancha de pecado, visto que o próprio Espírito Santo a modelou e dela
fez uma nova criatura”. Pela graça de Deus, Maria manteve-se pura de todo o
pecado pessoal ao longo de toda a vida.
4. Quer dizer que Maria não precisava
que Jesus morresse por ela na cruz?
Não. O que dissemos é que Maria foi
concebida imaculadamente como parte de seu ser “cheia de graça” e assim
“redimida desde a sua conceição” por “uma graça e favor singular de Deus
onipotente e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero
humano”. O Catecismo afirma:
492. Este esplendor de uma “santidade
de todo singular”, com que foi “enriquecida desde o primeiro instante da sua
conceição”, vem-lhe totalmente de Cristo: foi “remida de um modo mais sublime,
em atenção aos méritos de seu Filho”. Mais que toda e qualquer outra
pessoa criada, o Pai a “encheu de toda a espécie de bênçãos espirituais,
nos céus, em Cristo” (Ef 1, 3). “N'Ele a escolheu antes da criação do mundo,
para ser, na caridade, santa e irrepreensível na sua presença” (Ef 1, 4).
508. Na descendência de Eva, Deus
escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe do seu Filho. “Cheia de graça”, ela é “o
mais excelso fruto da Redenção”. Desde o primeiro instante da sua concepção,
ela foi totalmente preservada imune da mancha do pecado original, e permaneceu
pura de todo o pecado pessoal ao longo da vida.
5. Como isso faz um paralelo entre
Maria e Eva?
Adão e Eva foram criados imaculados –
sem pecado original ou sua mancha. Ambos caíram em desgraça e, através deles, a
humanidade estava destinada a pecar.
Cristo e Maria também foram
concebidos imaculados. Ambos permaneceram fiéis e, através deles, a humanidade
foi redimida do pecado.
Jesus é o novo Adão e Maria, a nova
Eva.
O Catecismo diz:
494 ...“ Como diz Santo Irineu,
‘obedecendo, Ela tornou-se causa de salvação, para si e para todo o gênero
humano’. Eis porque não poucos Padres afirmam, tal como ele, nas suas
pregações, que ‘o nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de
Maria; e aquilo que a virgem Eva atou, com a sua incredulidade, desatou-o a
Virgem Maria com a sua fé’; e, por comparação com Eva, chamam Maria a ‘Mãe dos
vivos’ e afirmam muitas vezes: ‘a morte veio por Eva, a vida veio por Maria’”.
6. Como isso torna Maria um ícone do
nosso destino?
Aqueles que morrem na amizade com
Deus e assim vão para o céu serão libertados de todo pecado e mancha de pecado.
Assim, todos voltaremos a ser “imaculados” (latim, immaculatus = “sem mancha”),
se permanecermos fiéis a Deus.
Mesmo nesta vida, Deus nos purifica e
prepara em santidade e, se morrermos na sua amizade, mas ainda imperfeitamente
purificados, Ele nos purificará no purgatório e nos tornará imaculados de novo.
Ao dar a Maria esta graça desde o primeiro momento de sua concepção, Deus nos
mostra uma imagem de nosso próprio destino. Ele nos mostra que isso é possível
para os seres humanos através da sua graça. São João Paulo II disse:
“Contemplando este mistério numa perspectiva
mariana, podemos afirmar que ‘Maria é, ao lado do seu Filho, a imagem mais
perfeita da liberdade e da libertação da humanidade e do cosmos. É para ela,
pois, que a Igreja, da qual ela é mãe e modelo, deve olhar para compreender, na
sua integralidade, o sentido de sua missão’”.
“Fixemos, então, o nosso olhar sobre
Maria, imagem da Igreja peregrina no deserto da história, mas dirigida para a
meta gloriosa da Jerusalém celeste, onde resplandecerá como Esposa do Cordeiro,
Cristo Senhor”.
7. Era necessário para Deus que Maria
fosse imaculada na sua concepção para que pudesse ser Mãe de Jesus?
Não. A Igreja fala apenas da
Imaculada Conceição como algo que era “apropriado”, algo que fez de Maria uma
“morada apropriada” (ou seja, uma moradia adequada) para o Filho de Deus, não
algo que era necessário. Assim, em preparação para definir do dogma, o Papa Pio
IX declarou:
“...e, por isso, afirmaram (os Padres
da Igreja) que a mesma santíssima Virgem foi por graça limpa de toda mancha de
pecado e livre de toda mácula de corpo, alma e entendimento, que sempre esteve
com Deus, unida com ele com eterna aliança, que nunca esteve nas trevas, mas na
luz e, de conseguinte, que foi aptidíssima morada para Cristo, não por
disposição corporal, mas pela graça original”.
“Pois não caía bem que Aquele objeto
de eleição fosse atacado, da universal miséria pois, diferenciando-se
imensamente dos demais, participou da natureza, não da culpa; mais ainda, muito
mais convinha que como o unigênito teve Pai no céu, a quem os serafins exaltam
por Santíssimo, tivesse também na terra Mãe que não houvesse jamais sofrido
diminuição no brilho de sua santidade “.
8. Como celebramos a Imaculada
Conceição hoje?
No rito latino da Igreja Católica, a
Solenidade da Imaculada Conceição é no dia 8 de dezembro e em muitos países é
uma festa de guarda; portanto, os fiéis católicos devem assistir à Missa.
Publicado originalmente em National Catholic Register.
Fonte: ACI Digital
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