O arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou à ASA (Articulação do Semiárido) uma mensagem por ocasião da celebração dos 20 anos de aniversário da organização não governamental.
Olhando para a trajetória da Asa, dom Walmor, diz em sua mensagem, que a “fé e cidadania sustentam como colunas o caminho da solidariedade”. “Como é importante este trabalho das cisternas no semi-árido. Que estes 20 anos tragam fôlego para chegar a mais anos para mudar realidade e vidas”, disse dom Walmor. O presidente da CNBB destacou o papel das organizações não governamentais como a ASA que tem como missão levar água, por meio da construção de cisternas, ao semiárido Nordestino e desenvolver tecnologias sociais que permitam a amenizar os efeitos da seca.
Os 20 anos da ASA foram comemorados de 19 a 22 de novembro com o Seminário Ciência, Tecnologia e Inovação no Seminárido Brasileiro, realizado em Petrolina (PE). Os conhecimentos das famílias agricultoras em diálogo com a Embrapa, academia, institutos de pesquisa, acadêmicos e estudantes, e a sistematização da realidade frente às perspectivas e desafios na realização das atividades e pesquisa em ciência, tecnologias e inovações no Semiárido brasileiro foram os pontos estruturantes do encontro.
Coordenado por Alexandre Pires, que compõe a coordenação executiva da ASA, o seminário contou com a participação da agricultora familiar, Ana Lúcia, da professora da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Rebeca Mascarenhas, do diretor da Embrapa Semiárido, Pedro Gama e do do deputado Federal, Gonzaga Patriota, representando a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Convivência com o Semiárido.
No intuito de permitir uma ampla troca de saberes das iniciativas em desenvolvimento – e quais os passos são necessários para manter e ampliar tais iniciativas em diálogo com o conhecimento e demandas das famílias agricultoras, o seminários despertou interesse de pesquisadores e pesquisadoras, estudantes e muitos jovens agricultores, que lotaram a sala Mandacaru durante toda a manhã da sexta-feira. A presença desses jovens foi celebrada pelo deputado Federal Gonzaga Patriota, que destacou a importância da juventude do campo, dos Institutos Federais e academia para o desenvolvimento da região.
Alexandre Pires, da ASA, analisou como oportuna a presença de pesquisadores e jovens estudantes neste seminário, “É fundamental que, o que esses estudantes e jovens pesquisadores, na maioria agricultores ou filho de agricultores, desenvolvem, seja para carreira acadêmica ou para desenvolver algum trabalho nas propriedades rurais, que essas pesquisas e estudos estejam comprometidos com essa realidade, com a realidade da construção da convivência com o semiárido”, pontuou.
A pesquisa e a inovação no Semiárido exigem a observação da realidade e partir das características socioeconômicas, culturais, entre outras; das condições climáticas; das necessidades urgentes da população, dos limites temporais; das suas singularidades, e, principalmente, das potencialidades dos agricultores e agricultoras familiares, como fundamentais para o desenvolvimento da região .
As tecnologias e inovações para serem bem sucedidas precisam cumprir um rito de diálogo entre os sujeitos que atuam no Semiárido, e também uma ação do poder executivo no fortalecimento das iniciativas já em curso na região e na garantia e ampliação de recursos públicos para o funcionamento das instituições de pesquisa. Requer ainda das casas legislativas a criação e atualização de marcos regulatórios favoráveis ao desenvolvimento de pesquisas, tecnologias e a inovações no Semiárido.
O seminário foi um momento de troca de saberes e debate sobre a convivência com a região e o futuro da produção agropastoril na região entre agricultores e agricultoras, ONGs, estudantes, pesquisadores, institutos de pesquisa e universidades.
Com o tema “Inovações e Dinâmicas de Desenvolvimento Regional”, a oitava edição da Feira Semiárido Show reuniu, dos dias 19 a 22 de novembro, agricultores, estudantes, ONGs e agentes de assistência técnica e extensão rural de todos os estados que compõem a região semiárida. A feira ocupou uma área de aproximadamente 20 hectares da Embrapa Semiárido, na zona rural de Petrolina, no sertão de Pernambuco, com estandes institucionais e exposição produtores da região.
Fonte: CNBB
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