Por David Ramos
Muro de Berlim. Foto: Departamento de
Defesa dos Estados Unidos - Domínio público / Retrato oficial de São João Paulo
II.
REDAÇÃO CENTRAL, 09 Nov. 19 / 06:00
am (ACI).-
Ao celebrar neste dia 9 de novembro os 30 anos da queda do Muro de Berlim, é
importante recordar o papel fundamental de São João Paulo II na queda dos
regimes totalitários comunistas na Europa Oriental.
“Na verdade 50% da queda do muro está
relacionada a João Pablo II, 30% à Solidariedade e Lech Walesa, e apenas 20% ao
resto do mundo. Essa era a verdade naquela época e é a verdade agora”, afirmou
Walesa em 2009.
Walesa, líder político polonês e cofundador
do partido Solidariedade, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1983, devido aos seus
esforços pela democracia e acabar com a tirania comunista em Polônia, sua
terra natal.
O Muro de Berlim começou a ser
construído em 1961, mas os problemas remontam ao final da Segunda Guerra
Mundial.
Depois que terminou o regime nazista,
os aliados dividiram o controle de Berlim, a capital da Alemanha, assim como o
país: o lado oriental ficou nas mãos da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS) e o lado ocidental sob o controle dos Estados Unidos, Reino
Unido e França.
Berlim ficou inteiramente dentro do
lado soviético, mas dividida pela metade.
O muro foi construído como um esforço
do regime soviético para impedir a fuga do território que controlavam para o
lado ocidental e democrático. Deste modo, a estrutura se tornou um símbolo da
chamada “cortina de ferro” entre os países ocidentais e a URSS e seus países
satélites.
Mas, um ponto fundamental da queda do
regime soviético ocorreu quando São João Paulo II foi eleito Papa, em outubro
de 1978.
Para Walesa, antes do pontificado de
São João Paulo II, “o mundo estava dividido em dois blocos” e “ninguém sabia
como se livrar do comunismo”.
“Em Varsóvia (Polônia), em 1979, ele
(São João Paulo II) simplesmente disse: ‘Não tenham medo’ e logo rezou: ‘Que o
teu Espírito desça e mude a imagem da terra... desta terra’”.
O movimento Solidariedade, sob a
liderança de Walesa e a inspiração do Papa, chegou a aglomerar mais de um terço
dos trabalhadores da Polônia e teve um papel fundamental no fim do comunismo
nesse país, assim como no resto da URSS.
Em um comentário póstumo pela morte
de São João Paulo II em 2005, o historiador britânico Timothy Garton Ash, agnóstico
liberal, indicou que, embora “ninguém possa provar de forma conclusiva que ele
(São João Paulo II) foi a principal causa do fim do comunismo”, “as figuras
mais importantes de todos os lados”, entre eles, o falecido ex-presidente dos
Estados Unidos, Ronald Reagan, “estão de acordo que ele foi”.
“Sem o Papa polonês, não haveria
ocorrido uma revolução de Solidariedade na Polônia em 1980; sem Solidariedade,
não teria acontecido nenhuma mudança dramática na política soviética em relação
à Europa Oriental sob (Mikhail) Gorbachov; sem essa mudança, não teria ocorrido
uma revolução em 1989”, na Checoslováquia.
Em 9 de novembro de 1989, depois que
as autoridades soviéticas permitiram a passagem do leste para o oeste de
Berlim, começaram a demolir o muro. Em 1991, Mikhail Gorbachov dissolveu a
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Um fragmento do Muro de Berlim é
preservado no Santuário de Fátima, como símbolo de agradecimento à Virgem Maria por
guiar “com carinho maternal” os povos “à liberdade”.
Fonte: Vatican News
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