O
Vice-presidente do Brasil, Antônio Hamilton Mourão esteve presente na
celebração Eucarística desta manhã de domingo, 13 de outubro, na Praça São
Pedro, no início da qual foi canonizada a Irmã Dulce Lopes Pontes, no civil
Maria Rita, primeira santa brasileira, da Congregação das Irmãs Missionárias da
Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
Silvonei José - Cidade do Vaticano
Momentos antes do início da
celebração na Praça São Pedro o vice-presidente, chefe da Delegação Oficial do
governo do Brasil nesta ocasião, se encontrou com o Papa Francisco dentro da
Basílica vaticana. “Um encontro muito cordial”, disse à Rádio Vaticano,
VaticanNews, o vice-presidente Mourão.
Após a Santa Missa o chefe da
Delegação brasileira concedeu uma entrevista exclusiva ao jornalista da Rádio
Vaticano – VaticanNews, Silvonei José.
Silvonei José com o vice-presidente Antônio
Hamilton Mourão
O
vice-presidente Hamilton Mourão falando sobre a canonização da Irmã Dulce,
Santa Irmã Dulce dos pobres, disse que “esse nome é mais do que conveniente por
todo o trabalho extraordinário que essa mulher fez; 37º brasileiro a ser
canonizado. É uma mostra da força do catolicismo, da Igreja Católica no Brasil.
E o Brasil que eu vim representar, - continuou – eu que fui companheiro do
presidente Bolsonaro nas eleições do ano passado, na qual 57 milhões de
brasileiros nos elegeram, é o Brasil que busca a sua inserção soberana no
concerto das nações, dentro daqueles princípios da paz, da busca do
entendimento, do diálogo, da defesa dos interesses, da cooperação, do benefício
mútuo com todos os países: o Brasil é um país pacífico. É esse Brasil que eu
vim representar aqui. Na minha visão eu estou aqui, sendo mais um daqueles
milhões de católicos que compõem a nossa população”.
Foram mais de 10 mil
brasileiros presentes na Praça São Pedro, um número muito expressivo – disse o
vice-presidente – acrescentando que o prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que
muita gente veio de Salvador e que ele mesmo encontrou em alguns pontos de Roma
muitos brasileiros, que conversou com eles; “muita gente vindo do Nordeste,
berço da formação da nossa nacionalidade, e onde há uma religiosidade muito
grande”.
Falando em
seguida sobre a Obra de Irmã Dulce o vice-presidente Mourão disse que a mesma
expressa algo que considera um dos pilares da civilização moderna, que é a
sociedade civil. “A Irmã Dulce - disse -, com o seu trabalho representa
um segmento da sociedade civil brasileira, um segmento forte, dedicado ao
auxílio das pessoas mais necessitadas. Um trabalho que ela começou de forma
empírica, vencendo obstáculos o tempo todo. E hoje compete àqueles que
receberam o legado prosseguirem com este trabalho”. É óbvio – afirmou o
vice-presidente - que os governos não só do município de Salvador como também do
Estado da Bahia e do Governo Federal devem propiciar os recursos necessários
para que essa Obra continue.
Falando
sobre o encontro com o Santo Padre momentos antes da celebração Eucarística e
da canonização da Irmã Dulce o vice-presidente disse que Francisco “é uma
figura muito simpática” e que lhe fez uma pergunta muito difícil de responder:
“quem era melhor Pelé ou Maradona”. A resposta foi diplomática, “os dois”. Foi
um encontro muito interessante, continuou, acrescentando que a ligação do
Brasil com a Santa Sé tem mais ou menos 190 anos, porque a Santa Sé foi um dos
primeiros a reconhecer a nossa independência. “Dom Pedro I já no século XIX,
entre 1825 e 1826, mandou um representante para Roma, e esse ano estamos
completando 100 anos que a nossa Representação aqui na Santa Sé foi elevada à
categoria de embaixada. Então, é uma relação profícua, baseada nos princípios
humanistas que regem a Igreja Católica e regem o nosso país”.
Outra
questão é a realização do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica, no
Vaticano. Um evento eclesial muito importante para a Igreja no Brasil e no
mundo. Falando sobre esse tema o vice-presidente Mourão destacou o caminho
conjunto com a Igreja Católica. “Existe um histórico de trabalho conjunto”,
afirmou, entre a Igreja Católica e as organizações do governo na área da
Amazônia, na Amazônia Legal que compreende mais da metade do território
brasileiro, em torno de 54%. “O bioma amazônico específico são 2,6 milhões de
quilômetros quadrados, que seriam mais de 15 países da Europa. É uma região com
características muito especiais, uma região de difícil acesso, um ambiente que
não é fácil viver lá dentro, por causa da selva, da umidade. O transporte se dá
maciçamente por meio hidroviário, e a Igreja Católica teve uma penetração que
chegou até às pontas das nossas fronteiras, lado a lado com os primeiros
desbravadores portugueses e posteriormente com demais entidades do Estado. Eu
destacaria, - continuou -, onde eu passei boa parte da minha vida, que foi o
exército, e o exército está presente na Amazônia, em todas as regiões. Eu tive
a oportunidade de viver em São Gabriel da Cachoeira, que é considerado o
município mais indígena do Brasil. Lá tínhamos o bispo da Igreja Católica, na
época era um bispo de origem chines, Dom Song, e eu admirava muito o seu
trabalho, porque ele pegava uma embarcação pequena, uma voadeira e ia por
aqueles rios afora na busca da evangelização e do contato com as diferentes
comunidades. Então, Igreja e governo, dentro da região amazônica têm interesses
comuns e ligados especialmente ao desenvolvimento sustentável, ao apoio
espiritual àquela população. Não podemos esquecer jamais que eles têm um método
de vida e que nós temos que dar assistência técnica, capacitá-los para que
vivam de forma coerente e de acordo com aquele meio ambiente.
O
vice-presidente disse que atual governo tem muito claro que é responsabilidade
do Brasil preservar e proteger a Amazônia e o Brasil não pode abrir mão disso.
“Sabemos dos problemas que ocorrem – disse -, problemas muitas vezes ligados às
ilegalidades que são cometidas, e então os três entes governamentais, governos
federal, estadual e municipal, devem ter um trabalho conjunto com a
participação de forma pró-ativa, no sentido de que eventuais ilegalidades sejam
combatidas.
Ainda
falando sobre o Dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, celebrado
neste sábado, o vice-presidente Mourão afirmou que “todos nós que
professamos a fé Católica – mas outras religiões também, que acreditam na
existência de um ser maior, de um grande arquiteto que controla esse
universo - todos nós sentimos nos dias que referenciamos alguns dos
nossos santos, e no caso específico 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora
Aparecida, que é um momento de reflexão, um momento da gente buscar o nosso
interior, e também de mostrar a nossa determinação para superar os obstáculos
que ainda existem no nosso país, na busca de vencer as desigualdades”.
Fonte: Vatican News

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