O
Papa Francisco fez a saudação inicial aos participantes do Sínodo dos Bispos
para a Amazônia pedindo coragem e prudência.
Cidade do Vaticano
Os trabalhos do Sínodo dos Bispos
sobre a Amazônia tiveram início na manhã desta segunda-feira (07/10) com um momento
de oração diante do túmulo de Pedro, na Basílica Vaticana, intercalado com um
canto da região amazônica, seguido pelo Veni Creator.
Os participantes seguiram em
procissão até a sala sinodal levando cartazes com imagens de mártires e frases
da encíclica Laudato Si’ e símbolos da região amazônica, como o barco, a rede e
objetos indígenas.
O Pontífice fez a saudação inicial,
agradecendo a todos pelo trabalho realizado desde sua visita a Puerto
Maldonado, no Peru.
Dimensão pastoral
“O
Sínodo para a Amazônia tem quatro dimensões”, explicou o Papa: pastoral,
cultural, social e ecológica. “A primeira é essencial porque abarca tudo
e vemos a realidade da Amazônia com olhos dos discípulos, porque não existem
hermenêuticas neutras, assépticas, sempre estão condicionadas a uma opção
prévia, e a nossa opção prévia é a dos discípulos. Mas também com olhos
missionários, porque o amor que o Espírito Santo colocou em nós nos impulsiona
ao anúncio de Jesus Cristo."
Francisco advertiu
para as colonizações ideológicas, que fazem ver a realidade com programas
pré-confeccionados com o afã de domesticar os povos originários. “As ideologias
são uma arma perigosa”, afirmou, porque levam a visões redutivas, a entender
sem admirar, sem assumir, sem compreender.
A
realidade é absorvida com categorias “ismos”. O lema “civilização e barbárie”
serviu para dividir, aniquilar os povos originários, demonstrando todo o
desprezo por eles.
O Pontífice citou a experiência que a própria Argentina viveu com estes povos e as atitudes depreciativas que continuam até hoje, expresso inclusive na linguagem.
Contra o
risco de medidas pragmáticas, o Papa propõe a contemplação dos povos, a
capacidade de admiração e um pensamento paradigmático. “Se alguém veio com
intenções pragmáticas, converte-se para atitudes paradigmáticas, que nasce da
realidade dos povos”, afirmou.
Francisco
alertou ainda para os riscos da mundanidade, “que sempre se infiltra e nos faz
distanciar da poesia dos povos. Viemos para contemplar, compreender, servir os
povos e fazemos percorrendo um caminho sinodal, não numa mesa-redonda, em
conferências ou em discursos, mas em sínodo. Porque um Sínodo não é um
parlamento, um locutório, é um caminhar juntos sob a inspiração do Espírito
Santo e o Espírito Santo é o protagonista do Sínodo”.
O martírio do Instrumento de trabalho
Quanto ao
Instrumento de trabalho, o Papa o qualificou como “mártir”, destinado a ser
destruído, pois é o ponto de partida.
“Vamos
caminhar sob a guia do Espírito Santo, deixar que Ele se expresse nesta
assembleia, entre nós, conosco, através de nós e se expresse apesar da nossa
resistência.”
Para assegurar que a presença do Espírito Santo seja fecunda, Francisco indicou antes de tudo a oração – “rezemos muito”. “É preciso também refletir, dialogar, escutar com humildade, sabendo que eu não sei tudo e falar com coragem, com paresia, “mesmo que tenha que passar vergonha”, discernir e tudo isso dentro, custodiando a fraternidade que deve existir aqui dentro.”
Para assegurar que a presença do Espírito Santo seja fecunda, Francisco indicou antes de tudo a oração – “rezemos muito”. “É preciso também refletir, dialogar, escutar com humildade, sabendo que eu não sei tudo e falar com coragem, com paresia, “mesmo que tenha que passar vergonha”, discernir e tudo isso dentro, custodiando a fraternidade que deve existir aqui dentro.”
Para
favorecer essa atitude de reflexão, oração, discernimento, depois das
intervenções haverá um espaço de quatro minutos de silêncio. “Pois estar no
Sínodo é entrar num processo, não é ocupar um espaço na sala, e os processos
eclesiais têm necessidade de ser custodiados, cuidados com delicadeza, com o
calor da Mãe Igreja.”
Francisco
então indicou prudência ao falar com os jornalistas, para não se criar a
impressão de que exista um “Sínodo dentro” e um “Sínodo fora”. “Uma informação
impudente leva a equívocos.”
“
Obrigado por aquilo que estão fazendo, obrigado por rezar uns pelos outros e
ânimo, não perdamos o sentido de humor. ”
Fonte: Vatican News
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