Já
são 13 dias de protestos em escala nacional que têm parado o país com escolas,
universidades, lojas e bancos fechados, além de manifestantes bloqueando
estradas. No domingo (27), depois da oração mariana do Angelus, o Papa
Francisco pediu a busca por melhores soluções, com a ajuda da comunidade
internacional, para que o Líbano continue a ser um espaço de convivência
pacífica. Uma corrente humana de 170 Km também percorreu o país.
Andrea
De Angelis, Andressa Collet - Cidade do Vaticano
O protesto já dura
quase duas semanas e continua envolvendo todas as regiões do país. Não somente
na capital de Beirute, mas de norte a sul do Líbano prosseguem as manifestações
contra o governo que começaram em 17 de outubro. Nesta segunda-feira (28),
através da imprensa, o primeiro-ministro Saad Hariri e os seus ministros,
acusados de abusar do poder, afirmaram de não ter nenhuma intenção de
renunciar. O próprio presidente do Banco Central do país, Riad Salame,
evidenciou como a renúncia do governo complicaria a já difícil situação
econômica do Líbano – a maior crise desde a guerra civil que o país viveu de
1975 a 1990.
No
domingo (27), uma corrente humana de 170 Km, com cerca de 100 mil pessoas,
bloqueou as estradas costeiras e rodovias de forma pacífica. No mesmo dia veio
o apelo do Papa, depois da oração mariana do Angelus na Praça São Pedro, quando
Francisco exortou que se chegue rápido a uma solução, através do diálogo e do
apoio da comunidade internacional.
A corrente humana contra o governo
De mãos
dadas, homens e mulheres libaneses, com famílias inteiras e crianças, quiseram
apoiar os manifestantes que há mais de 10 dias lutam por uma mudança política,
econômica e social da parte de quem governa o país. Uma situação que não tende
a mudar, já que foram rejeitados pedidos de vários líderes políticos para se
por fim aos protestos.
A
corrente humana foi uma manifestação de solidariedade formada por quem está
protestando nas praças do Líbano, pedindo a renúncia do governo. Foram cerca de
170 Km cobertos por uma verdadeira corrente humana que atravessou todo o
Líbano, de norte a sul, passando pela capital de Beirute.
As manifestações são formadas por muitos jovens
O papel dos jovens
A
iniciativa, que recebeu cobertura midiática internacional, nasceu de uma ideia
criada nas próprias redes sociais e com a adesão de muitas pessoas. Os jovens,
que são os que mais pedem essa mudança, são os principais mobilizadores e usam
a rede para agregar os cidadãos às manifestações. O Papa Francisco, ao dirigir
um “pensamento especial ao querido povo libanês” durante o Angelus quis
enfatizar como a mensagem também era, “em particular, aos jovens”.
As
palavras do Pontífice tiveram uma notável importância para os cristãos
libaneses e para a toda a população que vive uma grave crise econômica, como
afirma Pe. Paul Karam, presidente da Caritas do país. Segundo ele, tanto o
governo como o povo devem assumir a responsabilidade de todos, além do diálogo
que é o melhor caminho – e o único possível – para resolver a situação. Mas,
como disse o Papa, “é fundamental o papel da comunidade internacional”. E Pe.
Paul acrescentou:
“
Não podemos ficar só na rua gritando, sem ter uma pessoa de referência com quem
podemos dialogar. Não podemos somente fechar as estradas e basta. Então, que
haja um diálogo, sereno e com responsabilidade, e assim alcançamos as palavras
do Santo Padre. E a comunidade internacional tem o grande dever de assegurar
esse movimento pacífico e também a missão do Líbano, assegurando a estabilidade
e a paz nesta região.
Fonte:
Vatican News

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