quarta-feira, 9 de outubro de 2019

EM MEIO À REALIZAÇÃO DO SÍNODO, BISPOS DA CETEL TECEM ELOGIOS AOS DISCURSOS DO PAPA



Em meio à realização do Sínodo, bispos da Cetel tecem elogios aos discursos do Papa
O bispo de Paranaguá (PR), dom Edmar Peron, afirmou que as falas do papa Francisco durante o Sínodo dos Bispos, evento eclesial que se realiza no Vaticano até o dia 27 deste mês, com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, vão de encontro a um processo de contemplação. “O que me chama atenção no discurso do Papa Francisco é que ele diz que o Sínodo precisa ser feito na contemplação de Deus e na contemplação da cultura”, afirma.
Foi durante uma pausa na reunião extraordinária da Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos (Cetel) que acontece até quinta-feira, dia 10 de outubro, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Brasília, que dom Edmar falou sobre as expectativas em relação ao Sínodo. Para ele sem o olhar de contemplação, o Sínodo correria o risco de ter planos bonitos, ações planejadas, mas que não respeitassem a realidade da Amazônia. “O Sínodo quer ser um momento de descobrir o caminho juntos, porque é uma realidade Sinodal, não é uma realidade onde já se chega com projetos prontos para serem aprovados”, afirmou dom Edmar.
Dom Edmar Peron, presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB
Para ele a expectativa, principalmente no campo da liturgia, é que sejam dadas pistas de inculturação durante a Assembleia Sinodal. “Essa é uma perspectiva do Concílio Vaticano II e que pouco se avançou na Igreja nesse sentido. Os passos que já foram dados, às vezes parece que tem gente querendo puxar para trás como se eles não tivessem sido importantes”, falou dom Edmar. Por fim, o bispo salientou que é importante que as expectativas não se sobreponham aos trabalhos do Sínodo. “É preciso dar espaço para que a própria Assembleia Sinodal faça o seu caminho”, disse.
Dom Aloísio Alberto Dilli, membro da Cetel, à direita
Ainda durante a pausa da reunião o bispo de Santa Cruz do Sul (RS), dom Aloísio Alberto Dilli, ponderou ser estranho as manifestações contra o Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica, inclusive daqueles que se dizem cristãos e católicos. “Nós estamos percebendo que o Sínodo é coisa de Deus, é coisa do Espírito, o Espírito de Deus que acompanha a caminhada da Igreja, por isso é estranho que tenhamos tantos manifestos ao contrário. O Sínodo é de suma importância para a vida daqueles que vivem na Amazônia, como também para todos nós que somos Igreja“, completou.
Para o bispo o que se está buscando com a realização desta Assembleia Sinodal são novos caminhos para a Igreja, especialmente para a Amazônia e para uma ecologia integral. “Certamente depois nós iremos receber a documentação escrita e ela vai nos orientar enquanto Igreja, não simplesmente sobre a Amazônia que é evidentemente o aspecto principal, mas também sobre outras realidades de acompanhamento humano, espiritual em nossa Igreja“, finalizou.
Cetel
Convocada de forma extraordinária, a Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos (Cetel) esteve mais uma vez reunida com o objetivo de avançar nos últimos detalhes da revisão da tradução do missal romano. “O desejo nosso e de todos é que esse missal possa vir à luz e um pequeno uso ainda que muito discreto possa ajudar o missal chegar à Assembleia Geral da CNBB, a ser realizada em abril de 2020“, diz dom Edmar Peron, presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB.
Na ocasião, dom Alberto Dilli explicou que alguns pontos do missal ainda precisavam de tradução, como é o caso das bênçãos. “Nós também estamos dando uma atenção à introdução da celebração dos santos que precisa de uma explicação de suas vidas para que possamos melhor celebrar em nossas comunidades“, disse. Ainda de acordo com o bispo é preciso fazer uma releitura das 14 orações eucarísticas, porque segundo ele alguns aspectos ficaram de ser revisados.
Também estamos percebendo que em alguns textos nós precisamos colocar a nova tradução da Bíblia. É claro que depois desse nosso trabalho haverá uma edição em torno de 50 volumes para que especialistas possam dar também algumas sugestões, então esperamos que isso tudo termine para depois darmos uma última passada na Assembleia Geral da CNBB, em 2020“,  finalizou dom Dilli.
Fonte: CNBB

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