quinta-feira, 19 de setembro de 2019

PARLAMENTARES CATÓLICOS PARTICIPAM DE MISSA CELEBRADA PELO PRESIDENTE DA CNBB



Parlamentares católicos participam de missa presidida pelo presidente da CNBB
Foi retomada nesta quinta-feira, 19 de setembro, a tradicional Missa dos Parlamentares organizada pela Assessoria Política da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da entidade, em Brasília (DF). A celebração foi presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da entidade, dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Participaram da celebração deputados e senadores da Frente Parlamentar Cristã Católica, assessores, familiares e a diretoria da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC).
Ao comentar o Evangelho, que narra o episódio do fariseu escandalizado com a atitude de Jesus diante da pecadora, dom Walmor falou sobre o diálogo e a experiência de Deus.
“A CNBB é uma casa de encontro, a casa dos bispos do Brasil e, portanto, a casa da Igreja, do povo de Deus. O mais importante é a experiência do encontro como vemos na passagem do Evangelho, porque são encontros que transformam. Os encontros abrem novos caminhos. Essa casa é um encontro por força da espiritualidade, é uma casa de debates, de reflexão. Tudo que fazemos aqui buscamos a lucidez necessária que é preciso ser permanentemente buscada para o serviço importante como igreja anunciando o reino de Deus. Por isso, a importância da presença aqui dos parlamentares cristãos católicos, abertos a Palavra de Deus”, destacou dom Walmor.
O deputado Diego Garcia, Podemos (PR), foi um dos parlamentares que participaram da celebração. Para ele, essa missa é uma oportunidade que une parlamentares de forma suprapartidária. Segundo o deputado, a Igreja não tem partido, não tem deputados, senadores, prefeito, mas a Igreja incentiva a participação do leigo na política também.
“O papa tem falado muito sobre isso. Se nós nos calarmos são os maus que acabam, muitas vezes, ocupando os espaços estratégicos de governo no mundo. Nós temos que reverter esse processo e o cristão católico na política consegue sim fazer a diferença. Para nós é um momento de alegria, de celebração, de união, momento único de oração”, ressaltou.
Para a católica praticante, a deputada Carmen Zanotto, Cidadania (SC), a retomada da missa na CNBB é muito significativa. “É um momento de oração, mas também de a gente dividir algumas angústias e preocupações, em especial na hora do café, em relação a algumas matérias que estão tramitando, e poder avançar, em especial, nesse olhar coletivo pela sociedade. Olhar do bem, olhar de fazer pelo outro. Um momento de união independente de sigla partidária, independente da corrente. É um momento de a gente alimentar o espírito”.
O presidente da Frente Parlamentar Cristã Católica, deputado Francisco Vale Júnior, do PSD (GO), ressalta a importância de celebrar aquilo que une os cristãos, já que no Congresso Nacional há pensamentos muito diversos, religiões, culturas e bases sociais.
“Existem situações que nos afastam e outras que nos aproximam. Mas o fundamental do ser cristão é celebrar a comunhão, é estar próximo. Este momento de retomada das missas na CNBB é muito importante. Vamos buscar aquilo que nos aproxima, aquilo que nos une para que nós tenhamos condição de discutir aquilo que pensamos diferente”.
O deputado ressalta ainda que “se aprendermos a fazer isso, nós vamos conseguir avançar muito mais em todas as pautas no Congresso. Votar com clareza, correição, de forma a beneficiar o povo brasileiro. Saindo das discórdias, das desavenças e focando no que nos une que é o bem-estar do brasileiro”.
Antes de encerrar, dom Walmor falou da transformação do apóstolo Paulo, que rodou nas condições inóspitas, inadequadas do mundo, e deixou marca profunda por onde passou. “Nós perguntamos como um homem como ele deu conta de tudo aquilo? Não porque foi um grande estrategista simplesmente, mas porque contou com a força da espiritualidade, na pureza do coração. Essa é a nossa tarefa de cristãos nas frentes onde estamos, pelo serviço que prestamos. Volto nosso olhar para toda nossa realidade social e política brasileira. Que a nossa exemplaridade nos faça capazes de ajudar na reconstrução da sociedade, de um passo novo com as urgências que nós temos”, finalizou.
Com esta celebração, a missa volta a ser celebrada sempre na terceira quinta-feira de cada mês, às 8h.
Presidente da CNBB recebe autoridades políticas em audiência
O arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, e o arcebispo de Porto Alegre e vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, receberam na tarde da última quarta-feira, 18, parlamentares de partidos diversos para uma audiência solicitada por eles. Na ocasião, os políticos demonstraram preocupações com os direitos do povo brasileiro.
Foi consensual, no encontro, a preocupação com os cortes orçamentários na educação que atingem especialmente indígenas, quilombolas e estudantes de baixa renda. “Compreendo que todos nós e especificamente a CNBB, como instância articuladora da comunhão e dos compromissos da Igreja Católica no Brasil, tem um papel de comprometimento, de profecia, de diálogo, ajudando e participando desse processo, no qual ninguém pode ficar de fora”, afirmou dom Walmor.
Na ocasião, o presidente da CNBB expôs também aos parlamentares a preocupação da entidade quanto aos graves prejuízos para a educação brasileira que a PEC Paralela da Reforma da Previdência traz. Em suma, ela compromete a sustentabilidade das instituições filantrópicas. “Precisamos compreender o que está sendo proposto. Aceitá-la é estar na contramão de algo que, como Igreja, impossibilitará a continuidade dos serviços que prestamos. Isso traz consequências muito graves, onde é claro que os mais pobres serão penalizados”, disse dom Walmor.
Outro assunto de destaque foi a realização do Sínodo para a Amazônia, convocado pelo papa Francisco, que irá ocorrer em outubro. “Certamente o que irá pautar as discussões é o Evangelho, em primeiro lugar, e depois a ética cristã e a vida social da Igreja”, finalizou dom Jaime Spengler.

Fonte: CNBB

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