Ao
inaugurar a Plenária do Dicastério, Francisco pediu que os comunicadores
privilegiem os substantivos: comunicar Cristo sem a arte rococó.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do
Vaticano
Comunicar o Amor com o corpo e alma,
dando tudo de si: são as palavras que o Papa Francisco dirigiu aos membros do
Dicastério para a Comunicação, que inicia esta segunda-feira a sua Plenária.
A
audiência foi realizada na Sala Regia, no Vaticano, na presença de inúmeros
funcionários, entre os quais os jornalistas brasileiros e lusófonos que compõem
a redação em língua portuguesa do Vatican News.
Testemunho
O Pontífice preferiu entregar o discurso já preparado e
improvisar algumas palavras sobre o tema da comunicação:
“Comunica-se com a alma e com o corpo, comunica-se com a mente,
com o coração, com as mãos; comunica-se com tudo. O verdadeiro comunicador se
entrega, não se poupa. È verdade que a comunicação maior é o Amor, quando no
amor se vê que há a plenitude da comunicação: amor a Deus e nosso.”
Todavia, advertiu o Papa, comunicar não é fazer propaganda.
“Gostaria que a nossa comunicação fosse cristã”, afirmou, e não feita de
proselitismo, como dizia claramente Bento XVI. Atração significa testemunho
“ Se
quiserem comunicar uma verdade ‘mais ou menos’, mas sem se envolver, sem testemunhar
com a própria vida, com a própria carne aquela verdade, parem, não o façam. Há
sempre a assinatura do testemunho em cada coisa que fazemos. Testemunhas:
cristãos quer dizer testemunhas. Mártires. Esta é a dimensão do martírio da
nossa vocação: ser testemunhas. ”
Sem
medo
Outra advertência feita por Francisco foi quanto à resignação.
“O ar de mundanidade não é algo novo do século XXI: não. Sempre foi um perigo, sempre houve a tentação, sempre foi um inimigo: a mundanidade. (…) Esta é a segunda coisa que gostaria de dizer: não ter medo; somos poucos? Sim, mas com a vontade de ‘missionar’, de mostrar aos outros quem somos. (...) E comunicare é isto: comunicar esta riqueza grande que nós temos.”
“O ar de mundanidade não é algo novo do século XXI: não. Sempre foi um perigo, sempre houve a tentação, sempre foi um inimigo: a mundanidade. (…) Esta é a segunda coisa que gostaria de dizer: não ter medo; somos poucos? Sim, mas com a vontade de ‘missionar’, de mostrar aos outros quem somos. (...) E comunicare é isto: comunicar esta riqueza grande que nós temos.”
O terceiro ponto levantado pelo Pontífice foi o uso de adjetivos
e advérbios, em detrimento do substantivo – costume ao qual o Papa disse sentir
“alergia”.
“O comunicador deve fazer entender o peso da realidade dos
substantivos que refletem a realidade das pessoas. E esta é uma missão do
comunicar: comunicar com a realidade, sem edulcorar com os adjetivos e os
advérbios. ‘Isto é algo cristão: para que dizer autenticamente cristão? É
cristão! Só o uso do substantivo “cristão”, “sou de Cristo”, é forte: é um adjetivo
substantivado sim, mas é um substantivo. Passar da cultura do adjetivo à
teologia do substantivo. E vocês devem comunicar assim.”
“A beleza não necessita da arte rococó”, finalizou o Papa,
pedindo que os jornalistas comuniquem com alegria o Evangelho.
Fonte: Vatican
News
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