A arquidiocese de Olinda e Recife (PE) celebra, nesta terça-feira, 3 de setembro, a abertura do Ano Eucarístico Arquidiocesano. O evento marca os preparativos para o XVIII Congresso Eucarístico Nacional, a ser realizado em novembro de 2020 no Recife e cidades vizinhas.
O arcebispo de Olinda e Recife, dom Antônio Fernando Saburido, concedeu entrevista à revista Bote Fé e falou sobre o Ano Eucarístico e a preparação para o Congresso no próximo ano. Dom Saburido falou do desejo de que o evento “nos leve a entender que o ‘Pão da Vida’ move a Igreja a sair de si, das zonas de conforto, para alcançar as periferias existenciais bem lembradas pelo Papa Francisco”. O tema escolhido para o XVIII Congresso Eucarístico Nacional é “Pão em todas as mesas”, em uma referência à celebração da Eucaristia e a fé da Igreja de que o pão partilhado “é a solução para o mundo”.
Ainda neste ano, o Congresso Eucarístico de 2020 já começa a se fazer presente com o Ano Eucarístico, que será celebrado pela arquidiocese de Olinda e Recife e outras Igrejas Particulares do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a partir do dia 3 de setembro, para fazer alusão ao Congresso sediado na capital pernambucana há 80 anos.
“Desejamos muito envolver todos os fiéis da arquidiocese na perspectiva do XVIII Congresso Eucarístico Nacional, desenvolvendo ações ligadas ao culto a Jesus Eucarístico e nas ações pastorais, quando o tema nos leva a pensar e a realizar açõesda promoção humana”, destaca dom Saburido. O arcebispo também reflete sobre a relação do Congresso com as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora: “Desejamos que o Congresso Eucarístico contribua para impulsionar a todos sermos igreja, casa de Deus e casa de irmãos no meio da cultura urbana”.
A Igreja no Brasil realizará o seu XVIII Congresso Eucarístico Nacional. Qual a importância deste evento e qual a sua proposta?
Trata-se de um acontecimento da maior importância, assumido pela nossa arquidiocese de Olinda e Recife, com o apoio de todo o Regional Nordeste 2 da CNBB. Sentimo-nos privilegiados por tamanha honra. A Eucaristia é símbolo do amor e da unidade do corpo místico” e, através deste evento, podemos recordar que, de fato, “a Igreja vive da Eucaristia”. É desejo nosso que as várias atividades, no pré-congresso, na realização do mesmo e no pós-congresso, nas dimensões celebrativa, missionária e social, possam apresentar o imenso tesouro da Eucaristia, como fonte de igualdade e fraternidade sem distinção.
Esta é a segunda vez que a arquidiocese de Olinda e Recife sedia o Congresso Eucarístico Nacional. O que representa para esta Igreja particular acolher mais uma vez o evento?
De fato, no período de 3 a 7 de setembro de 1939, a Igreja particular de Olinda e Recife sediou o III Congresso Eucarístico Nacional, que teve por tema “A Eucaristia e a Vida Cristã”. Desta vez, será no período de 12 a 15 de novembro de 2020 e teremos como tema “Pão em Todas as Mesas”. Estando na região Nordeste do Brasil, com suas desafiantes desigualdades sociais, o tema não poderia ser outro. Nosso propósito é promover a comunhão das Igrejas em torno da Eucaristia, no desejo de que esse evento, que reúne o Brasil em terras do Nordeste, nos leve a entender que o “Pão da Vida” move a Igreja a sair de si, das zonas de conforto, para alcançar as periferias existenciais bem lembradas pelo Papa Francisco.
“Pão em todas as mesas”. O que o senhor pode partilhar sobre a escolha deste tema e sobre a mensagem que ele representa para a Igreja e o mundo atual?
O mundo ainda não vive a partilha da maneira que os Evangelhos nos motivam, daí o crescimento dos necessitados entre nós. A Igreja que, celebrando a Eucaristia, atendendo ao mandado do Senhor “fazeis isto para celebrar a minha memória”, acredita que o pão partilhado é a solução para o mundo. Que possamos, com a força que a Eucaristia nos dá, chegar onde chegaram os primeiros cristãos: “repartiam o pão com alegria e não haviam necessitados entre eles”. Vivendo esse sonho, que possamos constatar que a desigualdade social, que deveria ser eliminada, pelo menos está diminuindo.
Uma das ações em preparação para o Congresso promovidas pela arquidiocese é o Ano Eucarístico. Ele tem uma motivação histórica, mas também tem um sentido de envolver todo o Regional no evento do próximo ano, certo?
A motivação para o Ano Eucarístico foi, de fato, estimular a preparação para a vivência do Congresso de 2020. Seu início será no dia 3 de setembro, para fazer alusão ao início do Congresso de 1939, sediado aqui em nossa arquidiocese, há exatos 80 anos. Haverá uma grande celebração de abertura no Parque Treze de Maio, no centro da cidade – local onde aconteceu o III Congresso – presidida pelo cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília, com a participação de quase todos os bispos do nosso Regional. Desejamos muito envolver todos os fiéis da arquidiocese na perspectiva do XVIII Congresso Eucarístico Nacional, desenvolvendo ações ligadas ao culto a Jesus Eucarístico e nas ações pastorais, quando o tema nos leva a pensar e realizar ações da promoção humana. As demais dioceses do Regional Nordeste 2 da CNBB não assumiram a proposta do Ano Eucarístico, apenas participarão da abertura, cada uma delas fará a sua própria programação, conforme ficou acertado.
Uma das práticas dos últimos congressos é a possibilidade de os bispos estarem mais próximos do povo de Deus, celebrando nas comunidades da arquidiocese que os recebe. Isso vai acontecer no XVIII Congresso Eucarístico Nacional?
Sim. Os bispos ficarão, em sua grande maioria, hospedados nas paróquias e participando das atividades paroquiais desde as celebrações da Eucaristia até as ações desenvolvidas pelas paróquias com relação ao tema do CEN 2020. Dessa forma, todas as comunidades que formam as 140 paróquias da arquidiocese de Olinda e Recife terão a alegria de receber um bispo e partilhar com ele seu dia a dia na Igreja.
O texto do Estudo número 89 da CNBB, A Eucaristia na Vida da Igreja, aborda as comunidades alimentadas pela Palavra e pela Eucaristia – que visibilizam o Reino de Deus – e apresenta reflexões e estímulos às comunidades eclesiais e às comunidades de comunidades. De que forma o Congresso Eucarístico pode fortalecer essas motivações para que as comunidades eclesiais missionárias estejam cada vez mais alimentadas pela Eucaristia?
A Eucaristia faz a Igreja. Essa consciência em torno da Palavra e da celebração da Eucaristia aparece nas novas Diretrizes Gerais da CNBB, documento que diz: “A mesa está no centro da celebração da fé”. Ela vem expressa no tema do XVIII Congresso Eucarístico Nacional “Pão em todas as mesas”. As novas diretrizes trazem a imagem da igreja como casa sustentada por pilares. As comunidades eclesiais missionárias sustentam-se pelo pão da Palavra de Deus, pela caridade, pela Liturgia e pela ação missionária. Esta é a proposta do Congresso Eucarístico: sermos a Igreja, comunidade de fé, à luz da maneira como viviam os primeiros cristãos. A partir da Eucaristia, as comunidades celebram a fé, vivem a fé e anunciam a fé. Desejamos que o Congresso Eucarístico contribua para impulsionar a todos sermos igreja, casa de Deus e casa de irmãos no meio da cultura urbana.
E como a Igreja no Brasil, em sentido amplo, pode se envolver na preparação e vivência deste XVIII Congresso Eucarístico Nacional?
Na última Assembleia Geral da CNBB foi apresentado, pela segunda vez, o planejamento do Congresso Eucarístico, com o objetivo de animar e envolver os bispos, presbíteros, diáconos, religiosos(as) e todo o povo de Deus para este grande evento nacional; inclusive, foi distribuído material de divulgação. Desejamos que todas as dioceses do Brasil possam viver, à sua maneira, com criatividade, os preparativos para o Congresso, fazendo uso, sobretudo, do texto-base que até o final desse ano será publicado, como subsídio de estudo, oração e celebração. Contamos com a presença das delegações provenientes das várias dioceses para fazerem a experiência de fé diante do Cristo Sacramentado. Que todos retornem às suas respectivas Igrejas Particulares, motivados a viver mais intensamente a Eucaristia, “Pão em todas as mesas”.
Fonte: CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário