Na
missa na Casa Santa Marta, Francisco pede orações pelos sacerdotes e bispos,
exortando-os a quatro “formas” de proximidade.
Debora Donnini – Cidade do Vaticano
Os bispos estejam próximos a Deus com
a oração, a seus sacerdotes, próximos entre si e, por fim, ao povo de Deus.
Este é o caminho que o Papa Francisco indicou esta manhã (20/09) na homilia da
missa na Casa Santa Marta. A sua reflexão foi inspirada nas leituras da
Liturgia de ontem e hoje, concentrando-se nos conselhos que o apóstolo Paulo dá
ao jovem bispo Timóteo: conselho que prosseguem, depois, também na segunda
Carta.
Ontem,
no centro desses conselhos estava a exortação a viver o ministério como um dom.
Hoje, o cerne da reflexão é o dinheiro, mas também a intriga, “as fofocas, as
discussões estúpidas”: todas coisas que enfraquecem a vida ministerial,
destacou Francisco. “Quando um ministro – seja sacerdote, diácono, bispo –
começa a se apegar ao dinheiro”, se une à raiz de todos os males, reiterou o
Papa, evocando a primeira leitura de hoje, na qual Paulo recorda que a avidez
do dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6,2c-12). “O diabo entra pelo
bolso”, diziam as “velhinhas do meu tempo”, voltou a recordar o Papa.
Amar o seu
próximo mais próximo
Na homilia, Francisco se concentrou nos conselhos que o apóstolo
Paulo dá a Timóteo e a todos os ministros nas duas cartas. A serem próximos são
chamados, de fato, não só os bispos, mas também os sacerdotes e os diáconos.
São as quatro “proximidades” que o Papa indicou. Antes de tudo, o bispo “é um homem
de proximidade a Deus”. O Pontífice recordou que quando os apóstolos, para
servir melhor viúvas e órfãos, “inventaram” os diáconos, para explicar bem tudo
isso Pedro ressalta que “a nós” cabe “a oração e o anúncio da Palavra”. “A
primeira tarefa de um bispo, portanto, é rezar: “dá força”, explicou, e
desperta também “a consciência deste dom, que não devemos ignorar, que é o
ministério”.
A segunda proximidade à qual o bispo é chamado é aos seus
sacerdotes e diáconos, os seus colaboradores, que são os vizinhos mais
próximos. “É preciso amar primeiro o seu próximo, que são os seus sacerdotes e
os diáconos”, observou:
É
triste quando um bispo esquece os seus sacerdotes. É triste ouvir as
lamentações de sacerdotes que dizem: “Liguei para o bispo, preciso de um
encontro para dizer algo, e a secretária me disse que está tudo lotado nos
próximos três meses e não podia...”. Um bispo que sente esta proximidade aos
sacerdotes, se sabe que um sacerdote ligou hoje, no máximo amanhã deveria
chamá-lo, porque ele tem o direito de conhecer, de saber que tem um pai.
Proximidade aos sacerdotes. E os sacerdotes vivam esta proximidade entre si,
não as divisões. O diabo entra ali para dividir o presbitério, para dividir.
Cuidado
com as ideologias
Assim, advertiu o Papa, começam os grupinhos que “dividem por
ideologias”, “por simpatias”. Por fim, a quarta próximidade é ao povo de Deus:
Na
segunda Carta, Paulo começa dizendo a Timóteo para não se esquecer da sua mãe e
da sua avó, isto é, para não se esquecer de onde ele saiu, de onde o Senhor o
tirou. Não se esqueça do seu povo, não se esqueça das suas raízes! E agora,
como bispo e como sacerdote, é preciso estar sempre perto do povo de Deus.
Quando um bispo se afasta do povo de Deus, acaba numa atmosfera de ideologias
que nada têm a ver com o ministério: não é um ministro, não é um servo.
Esqueceu-se do dom, gratuito, que lhe foi dado.
Em conclusão, o Papa voltou a pedir para não esquecer estas
quatro "proximidades", incluindo a do colégio episcopal e
presbiteral: "a proximidade com Deus, a oração; a proximidade do bispo aos
sacerdotes e dos sacerdotes ao bispo e dos sacerdotes entre eles e dos bispos
entre eles, ou seja, a proximidade filial com Deus e fraternal ou paternal no
bispo e nos sacerdotes". E proximidade ao povo de Deus". E exorta,
com determinação, a rezar para que os bispos e os sacerdotes tenham essa
proximidade, "aos seus líderes": "aqueles que os conduzem pelo
caminho da salvação". "Teria a curiosidade de perguntar-lhes",
continua o Papa, "se vocês rezam pelos bispos, ou se apenas os
criticam":
Vocês
rezam pelos seus sacerdotes, pelo pároco, pelo vice-pároco, ou apenas os
criticam? Devemos rezar pelos sacerdotes e pelos bispos, porque todos nós - o
Papa é um bispo - saibam conservar o dom - não negligenciar este dom que nos
foi dado - com esta proximidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário