A Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), levando em consideração a condição crônica na qual se encontram cristãos católicos permanentemente intolerantes ao glúten em sua alimentação, divulgou uma carta na qual orienta os bispos, sacerdotes, diáconos e a todo o Povo de Deus sobre o uso do pão e o vinho para a Comunhão Eucarística.
O texto é assinado pelo bispo de Paranaguá (RS), dom Edmar Peron, e informa que os fiéis que tiverem extrema intolerância ao glúten, de tal forma que até mesmo uma pouca quantidade é capaz de causar-lhes graves sequelas, podem comungar apenas sob a espécie do vinho. Nesse caso, a Comissão orienta o celíaco para que adquira um pequeno cálice exclusivo, próprio para uso litúrgico e apresente sua situação ao sacerdote que, ao presidir a missa colocará o cálice sobre o altar para que o vinho seja consagrado na Celebração Eucarística.
Na carta, a Comissão chama atenção para o fato da importância que os bispos, presbíteros, diáconos e ministros extraordinários da comunhão eucarística devem dar à doença e aos cuidados que ela exige, entre eles, a atenção para que o cálice para o uso do celíaco não tenha contato com partículas com glúten ou materiais que possam ter tido esse tipo de contato, a fim de garantir a comunhão eucarística segura dessas pessoas.
Ainda na ocasião, a Comissão orienta os sacerdotes para que sequer realizem no cálice o rito da immixtio, isto é, o gesto no qual se coloca uma fração da hóstia no cálice. “Desejamos com isso favorecer aquilo que nos recorda o Papa Francisco em seu discurso de 11 de junho de 2016: ‘a comunidade cristã está chamada a trabalhar para que cada batizado possa fazer a experiência de Cristo nos sacramentos’”, diz um trecho da carta.
Condição autoimune
A doença celíaca é uma condição autoimune, desencadeada pelo consumo do glúten presente no trigo, na aveia, na cevada, no centeio e em todos os derivados destes cereais. Ela pode se manifestar em qualquer fase da vida, afetando todo o corpo e, se não tratada, pode trazer consequências graves para a saúde das pessoas celíacas. Há formas dessa doença em que a pessoa é afetada até mesmo pela presença de traços de glúten ou até pelo simples contato com ele. Segundo as estatísticas, a cada 400 pessoas, uma é celíaca.
Fonte: CNBB
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