Na
Sala de Imprensa do Vaticano, o diretor Matteo Bruni fez um balanço com os
jornalistas da iminente viagem de Francisco a Moçambique, Madagascar e
Maurício.
Silvonei José, Benedetta Capelli -
Cidade do Vaticano
A paz, o encontro com as comunidades
cristãs, a reconciliação e a Criação: esses são alguns dos temas-chave
destacados por Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, em seu
habitual briefing com os jornalistas antes da partida para a 31ª viagem
apostólica do Papa, prevista para esta quarta-feira. Três países serão
visitados pelo Papa até 10 de setembro: Moçambique, Madagascar e Maurício,
visitados anteriormente por João Paulo II em várias viagens entre 1988 e 1989.
Alegria e gratidão do Papa
"O Papa Francisco encontrará
países que mudaram muito": explicou Bruni, recordando que na época a
vocação dessas nações era puramente rural, enquanto hoje há grandes
oportunidades, mas também novas pobrezas. "O Papa - disse o diretor da
Sala de Imprensa -, está se preparando com gratidão para com todos aqueles que
estão trabalhando na realização da viagem e com alegria pela ocasião de
anunciar o Evangelho em uma parte do mundo rica em variedade e humanidade”.
Bruni destacou que há também "alegria pela possibilidade de encontrar
esta bela terra, como destacou o Papa em uma mensagem em vídeo, por
causa de sua gente e da sua santidade".
Acompanha o Papa uma enfermeira do
Fas
Como de costume, o Papa Francisco
levará um funcionário do Vaticano nesta viagem e desta vez a escolha recaiu
sobre uma enfermaria que trabalha no Fas, Fundo de Assistência Sanitária, a
entidade criada para o cuidado do pessoal eclesiástico, religioso e leigo do
Vaticano. O Diretor Bruni salientou ainda que os 5 discursos do Papa em
Moçambique serão em português, os restantes 10 (8 em Madagáscar e 2 em
Maurício) em italiano.
Em Moçambique recentemente pacificado
Recordando todas as etapas da viagem
apostólica, Bruni se deteu sobre Moçambique, país pacificado graças também à
mediação da Comunidade de Sant'Egidio, em particular do futuro Cardeal Zuppi.
Em 1992, em Roma, foi assinada a paz entre o governo e os rebeldes da
Resistência Nacional Moçambicana, mas, apenas no mês passado, foi assinado um
acordo no Parque Nacional da Gorongosa para pôr fim à violência que não tinha
diminuído apesar do acordo de paz. Andrea Riccardi, fundador de Sant'Egidio,
vai encontrar-se com o Papa em Maputo, no hospital Zimpeto, onde são aplicados
os protocolos do projeto "Dream" (sonho) para doentes com AIDS. “São
130.000 – explicou Bruni -, as crianças nascidas em toda a África graças
ao proejto “Dream”.
Encontro com os fiéis de Beira
O diretor sublinhou que "a
visita à Beira não foi incluída no programa porque está em plena
reconstrução". A cidade, a segunda maior de Moçambique, foi devastada em
março passado pelo ciclone Idai, que causou quase mil mortes. "No entanto,
haverá um abraço com os fiéis de Beira e o Papa dirigir-se-á a eles. Em vez
disso, o encontro privado com a comunidade de Xai-Xai na Nunciatura, em Maputo,
foi confirmado porque "o Papa Francisco quer saber em que ponto está a
irmandade entre as dioceses que ele tinha feito quando era cardeal arcebispo de
Buenos Aires".
O abraço aos sobreviventes da
epidemia de sarampo
Um
dos encontros especiais que Francisco terá será com os sobreviventes de uma
epidemia de sarampo que, de abril de 2018 a abril de 2019, causou 1.200 mortes
em Madagascar. Trata-se de uma família de três pessoas que o Papa irá encontrar
depois de visitar as Carmelitas Descalços no mosteiro de Antanananarivo, por
ocasião da bênção do altar da Catedral de Morondava. Confirmados todos os
demais encontros no signo da caridade e da paz, palavra que acomuna os três
lemas da próxima esperada viagem do Papa Francisco à África.
Fonte: Vatican News
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