O
tuíte desta quarta-feira do Papa Francisco é dedicado a São Maximiliano Kolbe,
cuja memória a Igreja celebra neste 14 de agosto.
Cidade do Vaticano
“Peçamos a graça de recordar todos os
dias que não somos esquecidos por Deus, que somos seus filhos amados, únicos e
insubstituíveis: recordá-lo nos dá a força para não nos rendermos diante das
adversidades da vida.”
O tuíte desta quarta-feira do Papa
Francisco é dedicado a São Maximiliano Kolbe, cuja memória a Igreja celebra
neste 14 de agosto.
Por ocasião de sua viagem à Polônia,
em 2016, Francisco visitou a cela onde o santo polonês ficou preso no Campo de
extermínio de Auschwitz.
Para o Papa, São Maximiliano
- “mártir da caridade” - soube transformar uma obscura opressão em lugar
de luz .
A São Maximiliano Kolbe são
atribuídas as seguintes palavras, que ele teria pronunciado em pleno furor da
perseguição nazista: "O ódio não é uma força criativa: somente o amor o
é". E do amor foi uma prova heroica a generosa oferta que ele fez de si
mesmo em troca de um dos seus companheiros de prisão, oferta esta que culminou
com a sua morte no bunker da fome, em 14 de agosto de 1941.
A origem
Maximiliano Kolbe nasceu em 7 de
janeiro de 1894, em Zduńska-Wola, na região polonesa controlada pela Rússia.
Seu pai, tecelão, e sua mãe, parteira, eram cristãos fervorosos: no Batismo,
escolheram para ele o nome de Raimundo.
Frequentou a escola dos franciscanos
em Leópolis. Em 1910, entrou para a Ordem dos Frades Menores Conventuais, onde
recebeu o nome de Maximiliano; sendo enviado primeiro a Cracóvia e, depois,
para Roma, onde permaneceu seis anos, estudou Filosofia, na Pontifícia
Universidade Gregoriana, e Teologia no Colégio Seráfico. Foi ordenado sacerdote
em 28 de abril de 1918.
A Milícia da Imaculada
Em Roma, enquanto jogava bola em um
campo ao aberto, Maximiliano começou a cuspir sangue: era tuberculose, uma
doença que o acompanhou pelo resto da sua vida.
Com a autorização dos Superiores, fundou a "Milícia da Imaculada", uma Associação religiosa, cujo objetivo era a conversão de todos os homens, por meio de Maria.
Com a autorização dos Superiores, fundou a "Milícia da Imaculada", uma Associação religiosa, cujo objetivo era a conversão de todos os homens, por meio de Maria.
Ao regressar a Cracóvia, na Polônia,
não obstante tenha se formado com notas altas, não pôde lecionar o pregar, por
causa do seu estado de saúde, pois não podia falar muito. Ainda com a permissão
dos Superiores, dedicou-se à promoção da "Milícia da Imaculada",
contando com numerosas adesões entre professores e estudantes da Universidade,
profissionais e camponeses, e até com religiosos da sua própria Ordem.
Sucesso da revista "O Cavaleiro
da Imaculada"
Durante o Natal de 1921, Padre
Maximiliano Kolbe fundou, em Cracóvia, uma revista de poucas páginas intitulada
"O Cavaleiro da Imaculada", para difundir o espírito da
"Milícia".
Tendo-se transferido para Grodno, a 600 quilômetros de Cracóvia, criou uma pequena tipografia para imprimir a revista, com máquinas antigas. Com esta iniciativa conseguiu atrair muitos jovens, desejosos de compartilhar do estilo de vida franciscano inspirado em Maria. A revista propagou-se cada vez mais.
Tendo-se transferido para Grodno, a 600 quilômetros de Cracóvia, criou uma pequena tipografia para imprimir a revista, com máquinas antigas. Com esta iniciativa conseguiu atrair muitos jovens, desejosos de compartilhar do estilo de vida franciscano inspirado em Maria. A revista propagou-se cada vez mais.
Em Varsóvia, graças à doação de um
terreno pelo Conde Lubecki, Maximiliano fundou "Niepokalanów",
"Cidade de Maria". O centro desenvolveu-se rapidamente: das primeiras
cabanas, passou-se a construções verdadeiras; a antiga impressora foi
substituída por novas técnicas de redação e imprensa.
Em pouco tempo, "O Cavaleiro da
Imaculada" atingiu rapidamente uma tiragem de milhões de cópias, enquanto
eram criados outros sete periódicos.
A “Cidade de Maria” na Polônia e no
Japão
Com o ardente desejo de expandir seu
Movimento mariano para além das fronteiras da Polônia, Maximiliano Kolbe partiu
para o Japão, onde fundou a "Cidade de Maria" em Nagasaki. Ali, após
a explosão da primeira bomba atômica, os órfãos de Nagasaki encontraram abrigo.
Padre Maximiliano colaborou com
judeus, protestantes e budistas, certo de que Deus lança a semente da verdade
em todas as religiões.
Enfim, abriu ainda uma Casa em
Ernakulam, no litoral oeste da Índia. Para se tratar da tuberculose, voltou
para a sua “Niepokalanów”, na Polônia.
Niepokalanów, abrigo para refugiados
e judeus
Após a invasão da Polônia, em 1° de
setembro de 1939, os nazistas mandaram destruir a Niepokalanów. Os religiosos
foram obrigados a deixar o centro. A eles o Padre Kolbe recomendou apenas uma
coisa: "Não se esqueçam do amor".
Ali permaneceram cerca de quarenta
Frades, que transformaram a “Cidade de Maria” em lugar de acolhida para
feridos, doentes e refugiados. Em 19 de setembro de 1939, os alemães prenderam
o Padre Maximiliano Kolbe e os outros frades e os levaram para o Campo de
Extermínio, de onde foram, inesperadamente, libertados no dia 8 de dezembro.
Assim, retornaram para a Niepokalanów e retomaram sua atividade de assistência
de cerca de 3500 refugiados, dos quais 1500 judeus.
No entanto, depois de alguns meses,
os refugiados foram expulsos ou presos. Por sua vez, o Padre Kolbe, ao recusar
a naturalização alemã, para se salvar, foi preso em 17 de fevereiro de 1941,
junto com quatro frades. Ao ser maltratado pelos guardas da prisão, foi
obrigado a usar um hábito civil, porque o saio franciscano
"perturbava" os nazistas.
Em 28 de maio, Padre Kolbe foi
deportado para o Campo de extermínio de Auschwitz. Com o número 16670, foi
colocado junto com os judeus, por ser sacerdote, onde foi obrigado a trabalhos
forçados, como o transporte de cadáveres para os fornos crematórios.
Vida e testemunho em Auschwitz
Sua dignidade de sacerdote encorajava
os outros prisioneiros. Uma testemunha recorda: "Kolbe era um príncipe
para nós".
No final de julho, o Padre foi
transferido para o Bloco 14, onde os prisioneiros trabalhavam na lavoura. Mas,
um deles conseguiu fugir escapar. Por isso, os nazistas pegaram dez
prisioneiros para morrer no “lager”. Padre Kolbe ofereceu-se para morrer no
lugar de um dos "escolhidos", pai de família e companheiro de prisão.
O desespero dos condenados transformou-se em oração comum, guiada pelo
sacerdote.
Após
14 dias, apenas quatro ficaram vivos, inclusive o Padre Maximiliano. Então, os
guardas decidiram abreviar sua agonia com uma injeção letal de ácido fênico.
Padre Maximiliano Kolbe estendeu seu braço, recitando a "Ave Maria"!
Estas foram suas últimas palavras. Era o dia 14 de agosto de 1941.
Fonte: Vatican News
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