Tradicionalmente,
todo dia 20 de cada mês milhares de romeiros participam da missa em sufrágio da
alma do padre Cícero Romão Batista, no largo da Capela do Socorro, localizada
em Juazeiro do Norte. Mas a do mês de julho, celebrada na manhã deste sábado, foi
bem mais especial: é que ela foi rezada na intenção dos 85 anos de sua passagem
para a vida eterna, encerrando a Romaria do Padre Cícero, uma das maiores que
acontece na cidade.
Da torre da Capela
dava para ver que não tinha mais espaço na Praça. A quantidade de pessoas
surpreendeu até o bispo da diocese de Crato, dom Gilberto Pastana, que presidiu
a celebração. “Eu nunca tinha visto, nesses três anos aqui na diocese, uma
quantidade de romeiros tão grande como nessa celebração de hoje”, disse ele.
A explicação,
segundo o padre Cícero José da Silva, reitor da Basílica Nossa Senhora das
Dores, é que “por ser na data da morte do padre Cícero, essa celebração atraí
um maior número de fiéis”.
E são fiéis vindos
de várias partes do país, com faixas homenageando o Padrinho, chapéu de palha e
terço nas mãos. As vestes pretas não podem ser esquecidas. Eles fazem isso como
uma forma de demonstrar o luto pela partida daquele que cuidava do rebanho a
ele confiado com tanto zelo, levando-os a Jesus.
Por tanta gratidão,
homenagens não faltaram e orações feitas da forma mais singela e simples por
aqueles que participaram da celebração, que, após a bênção final, teve uma
chuva de papéis picados jogados de um helicóptero que sobrevoou a Capela.
Romaria
do Padre Cícero
Esta Romaria teve
início na última quarta- feira, dia 17, e traz como diferencial das demais o
fato dela ter nascido após o falecimento do padre Cícero dando, inclusive,
origem as tradicionais celebrações do dia 20 que também fazem parte do
calendário de peregrinações dos romeiros que vem a Juazeiro do Norte.
“Aqui eles chegam,
visitam o túmulo do padre Cícero e rezam na intenção de sua alma. Estou aqui há
sete anos e tenho percebido que esta romaria é a que tem tido o maior numero de
participantes, tanto de romeiros como também de grupos de turistas que se
sentem atraídos pelo fenômeno padre Cícero”, avaliou o padre Cícero José.
Durante os dias de
romaria, os devotos puderam participar de uma intensa programação religiosa que
acontecia não só na Basílica, mas também no Horto, onde está localizada a
estátua do sacerdote, e nas Paróquias São Francisco das Chagas e Sagrado
Coração de Jesus, outros espaços de intensa peregrinação em Juazeiro do Norte.
Saudade
esperançosa
O bispo da diocese
de Crato disse que o sentimento que motivou a imensa quantidade de romeiros a
virem a Juazeiro do Norte neste dia foi inspirado em “uma saudade esperançosa
que contagia e anima a vida de todos”.
Segundo ele, a
melhor homenagem a ser feita pela passagem deste dia é a conservação dos
ensinamentos e testemunhos das ações evangelizadoras do Patriarca do Nordeste.
“Padre Cícero deixou alguns ensinamentos muito vivos na vida de todos nós, como
caminharmos para o céu que é a felicidade plena, a vida eterna; que Deus dá
sempre a recompensa, nunca quem trabalha fica sem a recompensa; fazer da sala uma
Capela, um momento orante de encontro com o Senhor, e, uma sala nos fundos para
o trabalho, para o sustento de cada dia. A oração e o trabalho é a vida do
cristão; e assim outros e outros ensinamentos que ele vai nos recordando e
atualizando para praticarmos no dia de hoje”, falou.
A Missa
concelebrada pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Fortaleza, dom Rosalvo
Cordeiro de Lima, pelo reitor da Basílica Nossa Senhora das Dores, padre Cícero
José da Silva, e vários outros padres e religiosos da diocese de Crato e de
outras dioceses do país.
Por:
Jornalista Patrícia Silva- DRT 3815/CE
Fonte:
Site da Diocese de Crato
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