Em nota, emitida nesta segunda-feira, 29 de julho, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirma estar acompanhando atentamente os desdobramentos e a elucidação da morte do líder da etnia Wajãpi, ocorrida na última quarta-feira, 24 de julho, no Amapá. A Nota reforça a posição do Episcopado brasileiro, expressa em mensagem da 57ª Assembleia Geral, em maio deste ano, e reafirma o compromisso da entidade com a promoção e defesa da vida em todas as suas formas e expressões, incluindo o respeito à Natureza, na perspectiva de uma ecologia integral.
Nota da Presidência da CNBBA Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acompanha atentamente os desdobramentos da crise socioambiental que vem se agravando e atinge de modo fatal os povos da Amazônia, particularmente os indígenas.A presidência da CNBB manifesta preocupação com a elucidação da morte do líder da etnia Wajãpi, ocorrida no dia 24 de julho, no Estado do Amapá. Reforça, também, o que o episcopado brasileiro indicou na mensagem divulgada em maio deste ano, em sua 57ª Assembleia Nacional:“Precisamos ser uma nação de irmãos e irmãs, eliminando qualquer tipo de discriminação, preconceito e ódio. Somos responsáveis uns pelos outros. Assim, quando os povos originários não são respeitados em seus direitos e costumes, neles o Cristo é desrespeitado: ‘Todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes mais pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer’ (Mt 25,45). É grave a ameaça aos direitos dos povos indígenas assegurados na Constituição de 1988. O poder político e econômico não pode se sobrepor a esses direitos sob o risco de violação da Constituição. A mercantilização das terras indígenas e quilombolas nasce do desejo desenfreado de quem ambiciona acumular riquezas. Nesse contexto, tanto as atividades mineradoras e madeireiras quanto o agronegócio precisam rever seus conceitos de progresso, crescimento e desenvolvimento. Uma economia que coloca o lucro acima da pessoa, que produz exclusão e desigualdade social, é uma economia que mata, como nos alerta o Papa Francisco (EG 53)”.Há de se encontrar caminhos para superar os processos que ameaçam a vida, pela destruição e exploração que depredam a Casa Comum e violam direitos humanos elementares da população. É preciso, assim, enfrentar a exploração desenfreada e construir um novo tempo, tempo de Deus, humanizado, na Amazônia.Em solidariedade à Igreja do Amapá e ao Regional Norte 2, já manifestada a dom Pedro José Conti, bispo diocesano de Macapá (AP), a CNBB reforça seu compromisso com a promoção e defesa da vida em todas as suas formas e expressões, incluindo o respeito à Natureza, na perspectiva de uma ecologia integral.Brasília-DF, 29 de julho de 2019Dom Walmor Oliveira de AzevedoArcebispo de Belo Horizonte – MGPresidente da CNBBDom Jaime Spengler, OFMArcebispo de Porto Alegre – RS1º Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da SilvaBispo de Roraima – RR
2º Vice-Presidente da CNBBDom Joel Portella Amado
Bispo Auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro – RJ
Secretário-Geral da CNBB
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