segunda-feira, 3 de junho de 2019

SEMANA DO MEIO AMBIENTE DE 2019 OCORRE EM MEIO ÀS CELEBRAÇÕES DOS QUATRO ANOS D ENCÍCLICA LAUDATO SI



Semana do Meio Ambiente de 2019 ocorre em meio às celebrações dos quatro anos da encíclica Laudato Si’
No próximo dia 18, a encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado da Casa Comum, redigida pelo Papa Francisco, completará quatro anos. O documento é considerado um marco na abordagem da temática socioambiental pela Igreja e tem como proposta principal a conversão ecológica, numa perspectiva de uma ecologia integral, na qual relações, pessoas, a natureza e as crises, “tudo está interligado”.
No Brasil e no mundo, diversas iniciativas ressaltam o momento de celebração pelo documento que convida, entre outras provocações, a refletir sobre o futuro do planeta. O bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Valdeci Santos Mendes, afirma que celebrar o aniversário da Laudato Si é “exatamente assumir esse compromisso com a questão ambiental, com uma ecologia integral onde se leva em conta as comunidades tradicionais, o equilíbrio ambiental. Isso exige de nós sempre mais esse zelo pela casa comum, pela criação de Deus”.
Dom José Valdeci | Foto: CNBB/Daniel Flores
Dom Valdeci recorda os desafios atuais relacionados ao agronegócio, ao avanço na exploração de minério e nas instalações de parques eólicos, “tudo isso sem o devido cuidado com a casa comum e com as questões ambientais”. O bispo ressalta que a celebração do aniversário da encíclica sobre o cuidado da Casa comum “requer de nós lutar para que de fato haja um equilíbrio, que não haja tanta exploração ambiental, que atinge também nossos irmãos e irmãs indígenas, as comunidades quilombolas, pescadores e pescadoras, quebradeiras de coco, os nossos lavradores e lavradoras”.
O bispo que preside a Comissão que atua junto às Pastorais Sociais da Igreja destaca ainda que esta é ocasião para “reassumir este compromisso com o Papa Francisco”, e ressalta a preparação para o Sínodo para a Amazônia – marcado para outubro – “que, de fato, a gente possa zelar cada vez mais criação de Deus e sermos estes testemunhas da criação, sermos este testemunho de fidelidade do seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo nos comprometendo com a vida, diria a vida humana, mas também a vida de toda a criação”.
O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum
Papa Francisco – Carta encíclica Laudato Si’ (2015), 13

Bioma presente no Brasil que ganhou especial atenção do Papa no documento, a Amazônia também celebra os quatro anos da Laudato Si’. Neste ano em que será realizado o Sínodo, o regional Norte 1 da CNBB, junto com o comitê local da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), produziu vídeos com testemunhos de agradecimento pelo documento papal.
Neste quarto ano da encíclica, estamos vivendo um momento histórico muito bonito que é o Sínodo para a Amazônia. Somos muito gratos a Deus por termos nascido e estarmos vivendo neste chão sagrado da Amazônia. Obrigado ao Papa Francisco pela grande preocupação para com a criação divina. Que possamos ser os guardiões desta criação. Louvemos ao criador por tudo que temos e que somos!”, manifestou o secretário-executivo do regional Norte 1, diácono Francisco Lima.
CELEBRAR O QUARTO ANO DA LAUDATO SI"Estamos esse ano celebrando o quarto aniversário da Encíclica do Papa Francisco, Laudato SI, que para nós daqui da Amazônia tem sido um documento fundamental em vista que a Amazônia é realmente aquela Casa Comum que o documento fala, que a Laudato SI fala, aliás a Amazônia está presente na Laudato SI, essa ecologia integral, nessa integração do ser humano com a natureza e isso a gente sente e vive aqui na Amazônia. E o documento vêm reforçar, tudo aquilo que nós aqui na Amazônia tem vivido, tem buscado e lutado, que é esse equilíbrio com a natureza, com a presença nossa, nesse ambiente. E juntando a isso tudo o Papa também nos presenteia, nos brinda com um Sínodo para a Amazônia que só vem reforçar espiritualidade da Laudato SI. Nesse sentido nós só que dizer realmente aquilo que é o espírito da Laudato SI que é louvar ao criador por tido aquilo que é de Belo que nós temos aqui na Amazônia. Transcrito por Patrícia Cabral Vídeo: Diácono Francisco LimaComitê REPAM Norte 1
Posted by CNBB Regional Norte 1 – AM/RR on Wednesday, May 22, 2019
Para a religiosa Roselei Bertoldo, que atua na Comissão Episcopal de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB, o documento reforça tudo o que o povo da Amazônia e os missionários que ali aquilo têm vivido, lutado e buscado, “que é esse equilíbrio com a natureza, com a presença nossa, nesse ambiente”. Para irmã Rose, como é conhecida, o Papa os presenteou com o Sínodo para a Amazônia, “que só vem reforçar espiritualidade da Laudato Si’”.
Em âmbito mundial, o Movimento Católico Global pelo Clima tem se comprometido a levar a proposta de conversão ecológica ao mundo inteiro, com o propósito de formar a “Geração Laudato Si’”, cujo principal público são os jovens, como a sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que desencadeou paralisações pelo clima em todo o mundo a partir de uma mobilização em frente ao parlamento do seu país.
Papa Francisco com Greta Thunberg | Foto: Vatican News
Após repercussão da iniciativa pela Europa e o encontro de Greta com o Papa Francisco, no mês de abril, os eventos de sexta-feira se estenderam por todo o mundo, com registros na Casa Branca, em Roma, na Nigéria e no Equador, por exemplo.
Com o apoio de autoridades do Vaticano, o grupo tem se portado como os agentes que desafiam “comunidades de fé e a sociedade civil a uma conversão ecológica radical”.
Assinada pelo Papa Francisco no dia 24 de maio de 2015, a encíclica foi apresentada ao mundo, em 18 de junho daquele ano.
Fonte: CNBB

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