Recentemente uma pessoa me pediu para explicar “as cinco provas” de Santo Tomás de Aquino para a existência de Deus. Obviamente essas “provas” não devem ser entendidas como provas empíricas que se baseia só na experiência. De fato não são provas no sentido estrito da palavra, mas ajudam pessoas pensantes chegarem à conclusão da existência de Deus através da inteligência.
A primeira “prova” baseia-se no princípio da causalidade. Pelos efeitos que constatamos, chegamos à causa. Onde há um efeito deve haver uma causa. Como exemplo, vamos examinar uma árvore: das folhas passamos aos ramos, ao tronco, descemos às raízes, chegamos à semente. E, na semente, quem colocou a árvore em potencial, a vida? Nada pode ser a causa de si mesmo porque a causa é sempre maior que o efeito. Assim chegaremos a primeira causa que não foi causada. Alguém?
A segunda “prova” fundamenta-se no princípio de movimento. Todo movimento supõe um primeiro impulso, alguém que, lá no começo, deu o primeiro empurrão. Alguém? A terceira “prova” apela para o conceito de contingência. O ser contingente, isto é, transitório, que pode existir ou não existir, supõe o ser necessário, subsistente ao existente. O contingente, o que pode “não ser”, só se explica se existir o que não pode “não ser”. Em outras palavras, o relativo não existe sem o absoluto ou o necessário. Este absoluto pode ser Deus?
A quarta “prova” talvez possa ser chamada a prova da ordem na natureza. O homem percebe que há uma organização no Cosmo, desde a movimentação das estrelas e planetas, até a organização encontrada nas plantas, nos corpos dos seres vivos, nas estações e na natureza em geral. Há realmente uma tendência inata nos seres para uma ordem e uma organização. Assim, o homem chega a concluir pela existência de uma inteligência que organizou e comanda essa organização toda. Esta suprema inteligência pode ser Deus?
A quinta “prova” é interessante. O homem dotado de inteligência e liberdade, percebe em si uma “lei interior” que sempre o adverte da moralidade de seus atos ou, em outras palavras, uma consciência moral. O homem percebe a existência e necessidade de uma sanção moral que recompensa o bem e pune o mal. Assim ele conclui que existe um legislador dessa lei moral, essa consciência. Alguém de ser a Lei Suprema. Deus? Assim, através de sua inteligência e filosofia, o homem pode verificar vários atributos de Deus como: a onipotência, a onisciência, a eternidade, a bondade etc. Porém, mais uma vez, tenho que dizer que estas “provas” não são suficientes para a crença em Deus. O dom da fé é um dom gratuito, iluminado pela revelação provem da graça divina e é concedido por Deus aos seus escolhidos, ou para citar o Catecismo da Igreja Católica: “A graça é o favor, o socorro gratuito, que Deus nos dá para responder a seu convite para tornar-nos filhos de Deus…” (No.1996).
Pe. Brendan Coleman Mc Donald,
Redentorista
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