Por Mercedes
de la Torre
Papa Francisco no 50º aniversário da Renovação Carismática
Católica, em junho de 2017. Foto: Vatican Media
Vaticano, (ACI).- No próximo domingo, 9 de junho,
Solenidade de Pentecostes,
entrará em vigor a nova realidade eclesial que agrupa todos os movimentos de
Renovação Carismática Católica, uma medida incentivada pelo Papa Francisco.
Trata-se de Charis (Catholic
Charismatic Renewal Internacional Service), que dependerá diretamente do
Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; que, após a aprovação de seus estatutos
em 2018 e de um tempo “ad experimentum”, a partir de Pentecostes começará suas
plenas funções.
Charis substituirá o Serviço
Internacional da Renovação Carismática Católica (ICCRS) e a Fraternidade
Católica de Comunidades e Associações Carismáticas de Aliança, conhecida como
“Catholic Fraternity”.
Em entrevista concedida ao
Grupo ACI, o secretário do Dicastério para os
Leigos, a Família e a Vida, Pe. Alexandre Awi Mello, explicou que o Papa
Francisco solicitou em 2015 que existisse uma única realidade que englobasse
todas as manifestações dentro da Igreja Católica desta “corrente de
graça”.
Mas, quais são as implicações
de fundo que tem esta reforma da Renovação Carismática dentro da Igreja
Católica impulsionada pelo Papa Francisco? Em primeiro lugar, a partir deste
domingo, 9 de junho, deixarão de existir o Serviço Internacional da Renovação
Carismática Católica (ICCRS) e a Fraternidade Católica de Comunidades e
Associações Carismáticas de Aliança, que agrupavam a maioria dos movimentos e
grupos de oração da Renovação Carismática Católica. O sacerdote indicou que Charis busca desenvolver “seu serviço em benefício de
todas as expressões da Renovação Carismática Católica”, mas “sem exercer alguma
autoridade sobre elas”.
“O Papa Francisco está
insistindo muito nisso, que a Renovação Carismática Católica seja vista
realmente como uma única corrente de graça. E, por isso, constitui-se um único
serviço a esta corrente, que não é um serviço de governo”, explicou Pe. Mello.
Nesse sentido, o sacerdote
recordou que, desde seu começo, o Dicastério no qual serve “está acompanhando
muito de perto esta nova realidade que é uma ‘notícia muito boa’ para toda a
Renovação Carismática do mundo e também para a Igreja”, sobretudo pelo serviço
que a Renovação Carismática realiza no âmbito da evangelização.
“Temos que pensar que a
renovação chega a mais de 120 milhões de pessoas no mundo, com diferentes
comunidades, grupos de oração, diferentes escolas de evangelização, meios de
comunicação. É uma realidade muito rica, muito ampla e, como tal, mais do que
um movimento, é uma corrente de graça”, destacou o secretário de Dicastério
para os Leigos, a Família e a Vida.
Impulso
ecumênico
Além disso, Charis busca
oferecer “um maior impulso ecumênico” a partir da “efusão no Espírito Santo, do batismo no Espírito que eles recebem como
constitutivo de sua vida, do serviço aos pobres, que é muito próprio da ação do
Espírito, seja através do serviço ecumênico com o qual também nasceu esta
corrente de graça, através dessa dimensão ecumênica”, descreveu Pe. Mello.
Neste sentido, o sacerdote
explicou que se pode esperar que Charis colaborará também com o Pontifício
Conselho para a Unidade dos Cristãos, como o demonstrou a participação de seu
presidente, o Cardeal Kurt Koch, durante a reunião em Roma que começou em 6 de
junho e que será concluída com a audiência com o Santo Padre no sábado, 8 de
junho.
“Nós sabemos que o serviço
ecumênico está muito presente no coração do Papa”, reiterou o sacerdote. “Nós
esperamos que Charis possa ser um serviço muito efetivo para que toda a
Renovação Carismática no mundo recupere essa dimensão ecumênica, que talvez em
alguns lugares do mundo se perdeu um pouco ao longo dos anos”, ressaltou.
“O Papa Francisco quer
acentuar novamente a dimensão ecumênica e o serviço aos pobres, que é próprio
da ação do Espírito Santo – e da Renovação Carismática Católica –, que agora
serão certamente mais impulsionados através da Charis”, concluiu o secretário
do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.
Fonte:
ACI Digital
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