Pentecostes /
Waiting for the World (CC-BY-2.0)
REDAÇÃO CENTRAL, 07 Jun. 19 / 05:00
am (ACI).-
No ´roximo domingo, 9 de junho, a Igreja celebra a
Festa de Pentecostes,
dia em que se cumpriu a promessa de Cristo aos apóstolos de que o Pai lhes
enviaria o Espírito Santo para guiá-los na missão evangelizadora. Para
compreender mais esta data, apresentamos 8 chaves:
1. O que significa o nome
Pentecostes?
Provém da palavra grega que significa
“quinquagésimo” (pentecoste). O motivo é porque Pentecostes é o quinquagésimo
dia (em grego, pentecoste hemera) depois do Domingo da Páscoa (no calendário
cristão).
Este nome começou a ser usado no
período final do Antigo Testamento e foi herdada pelos autores do Novo
Testamento.
2. Quais outros nomes tem esta
festividade?
A festa das semanas; a festa da
colheita; o dia dos primeiros frutos.
Hoje em dia, nos círculos judeus, é
conhecida como Shavu’ot (em hebraico, “semanas”). Além disso, é conhecida com
diferentes nomes em vários idiomas.
Nos países de fala inglesa também é
conhecido como “Whitsunday” (Domingo Branco), nome que deriva, provavelmente,
das vestes brancas dos recém-batizados.
3. Que tipo de festa Pentecostes foi no
Antigo Testamento?
Foi um festival para a colheita e
significava que estava chegando ao seu fim. Deuteronômio 16 diz:
“Contarás sete semanas, a partir do
momento em que meteres a foice em tua seara. Celebrarás então a festa das
Semanas em honra do Senhor, teu Deus, apresentando a oferta espontânea de tua
mão, a qual medirás segundo as bênçãos com que o Senhor, teu Deus, te cumulou”
(Dt 16,9-10).
4. O que Pentecostes representa no
Novo Testamento?
Representa o cumprimento da promessa
de Cristo ao final do Evangelho de São Lucas:
“Assim é que está escrito, e assim
era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro
dia. E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a
todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de tudo isso.
Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até
que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,46-49).
5. Como é simbolizado o Espírito
Santo nos eventos no dia de Pentecostes?
O capítulo 2 de Atos dos Apóstolos
recorda:
“Chegando o dia de Pentecostes,
estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como
se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados.
Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram
sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar
em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.
Esta passagem contém dois símbolos do
Espírito Santo e sua ação: o vento e o fogo.
O vento é um símbolo básico do
Espírito Santo; a palavra grega que significa “Espírito” (Pneuma) também
significa “vento” e “sopro”. Embora o termo usado para “vento” nesta passagem
seja ‘pnoe’ (em termo relacionado com penuma), ao leitor é dado a entender a
conexão entre o vento forte e o Espírito Santo.
Em relação ao símbolo do fogo,
o Catecismo assinala:
“Enquanto a água significava o
nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito
Santo, o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo. O
profeta Elias, que ‘apareceu como um fogo e cuja palavra queimava como um facho
ardente’ (Sir 48, 1), pela sua oração faz descer o fogo do céu sobre o
sacrifício do monte Carmelo, figura do fogo do Espírito Santo, que transforma
aquilo em que toca. João Batista, que ‘irá à frente do Senhor com o espírito e
a força de Elias’ (Lc 1, 17), anuncia Cristo como Aquele que ‘há-de batizar no
Espírito Santo e no fogo’ (Lc 3, 16), aquele Espírito do qual Jesus dirá: ‘Eu
vim lançar fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha ateado!’ (Lc 12, 49).
É sob a forma de línguas, ‘uma espécie de línguas de fogo’, que o Espírito
Santo repousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si
(31). A tradição espiritual reterá este simbolismo do fogo como um dos mais
expressivos da ação do Espírito Santo (32). «Não apagueis o Espírito!» (1 Ts 5,
19)” (CIC696).
6. Há uma ligação entre as “línguas”
de fogo e o fato de os discípulos falarem em outras “línguas” nesta passagem?
Sim. Em ambos os casos a palavra
grega para “línguas” é a mesma (glossai) e o leitor é destinado a entender a
ligação.
A palavra “língua” é utilizada para
significar tanto uma “chama (de fogo)” como o “idioma”.
As “línguas como de fogo” que se
distribuem e pousam sobre os discípulos fazem com que comecem a falar
milagrosamente em “outras línguas” (ou seja, os idiomas).
Esse é o resultado da ação do
Espírito Santo, representado pelo fogo.
7. Quem é o Espírito Santo?
Segundo o Catecismo da Igreja
Católica, o Espírito Santo é a “Terceira Pessoa da Santíssima Trindade”. Ou
seja, havendo um só Deus, existem Nele três pessoas distintas: Pai, Filho e
Espírito Santo. Esta verdade foi revelada por Jesus em seu Evangelho.
O Espírito Santo coopera com o Pai e
o Filho desde o começo da história até sua consumação, mas é nos últimos
tempos, inaugurados com a Encarnação, que o Espírito se revela e nos é dado,
quando é reconhecido e acolhido como pessoa. O Senhor Jesus o apresenta a nós e
se refere a Ele não como uma potencial impessoal, mas como uma Pessoa
diferente, com um agir próprio e um caráter pessoal.
8. O que significa a festa de
Pentecostes para nós?
A solenidade de Pentecostes é uma das
mais importantes no calendário da Igreja e contém uma rica profundidade de
significado. Desta forma, Bento XVIa resumiu em 27
de maio de 2012:
“Esta solenidade faz-nos recordar e
reviver a efusão do Espírito Santo sobre os Apóstolos e os outros discípulos,
reunidos em oração com a Virgem Mariano Cenáculo
(cf. At 2, 1-11). Jesus, tendo ressuscitado e subido ao céu, envia à Igreja o
seu Espírito, para que cada cristão possa participar na sua mesma vida divina e
tornar-se sua testemunha válida no mundo. O Espírito Santo, irrompendo na
história, derrota a sua aridez, abre os corações à esperança, estimula e
favorece em nós a maturação na relação com Deus e com o próximo”.
Publicado originalmente em National
Catholic Register.
Fonte : ACI Digital
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