Dari Pereira, que perdeu
todos os bens materiais na tragédia de janeiro passado, encontrou-se com o Papa
Francisco e lhe entregou as fotos dos 270 mortos. Com ele, Frei Rodrigo Péret,
da Rede Igrejas e Mineração.
Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
Um dia antes de viajar para a Bulgária, sexta-feira, 3 de maio,
o Papa recebeu
no Vaticano um dos sobreviventes do rompimento da barragem de Brumadinho e
abençoou fotos de 270 pessoas que morreram ou desapareceram no desastre da Mina
do Córrego do Feijão, na Grande BH.
Dari Laurindo Pereira, que perdeu todos os bens materiais naquele dia de janeiro
passado, veio a Roma a convite do Vaticano para representar o Brasil no evento “A
indústria minerária para o bem comum”. O encontro teve como objetivo traçar
reflexões e propor ações para evitar que a atividade de mineração cause vítimas
e desrespeite o meio ambiente.
Ao ouvir o boato, que ele define como ‘bomba’, Dari só teve
tempo de salvar a família. Mas com ele, no Vaticano, estava simbolicamente toda
a comunidade de Brumadinho que sofreu com a perda de seus entes queridos e
ainda sofre efeitos econômicos e psicológicos do rompimento.
Dari encontrou-se com o Pontífice por intermédio do Frei
Rodrigo Péret, da Rede
Igrejas e Mineração e Grupo de Trabalho de Mineração da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), segundo o qual, a mineração tem causado
uma série de impactos pelo mundo afora e no Brasil, está ocorrendo um
rompimento ‘serial’ de barragens.
No dia 18 de maio, um representante do Papa, Monsenhor Duffé, estará visitando Brumadinho e conhecendo de perto a realidade e a luta dos atingidos.
Na reportagem, Frei Rodrigo fala também do apoio da Arquidiocese
de Belo Horizonte, que com o arcebispo, Dom Walmor Azevedo (Presidente
eleito da CNBB), e os auxiliares, Dom Vicente Ferreira e Joaquim
Mol. Desde o início, eles acompanharam de perto os desdobramentos do drama.
“Do ponto de vista da paróquia, morreu muita
gente: catequista, ministro da Eucaristia, integrantes do coro... foi um
impacto muito grande. Eles assumiram e estão assumindo um papel que, para mim
hoje, é um papel fundamental: a dor, o sofrimento, a solidariedade, a
compaixão. Dom Mol tem dito muito que o que aconteceu em Brumadinho foi um ‘homicídio
coletivo e um crime ambiental', e realmente é verdade”.
FOTOS DOS 270 MORTOS EXPOSTAS NO VATICANO
FOTOS DOS 270 MORTOS EXPOSTAS NO VATICANO
Photogallery
FotoFOTOSFs expostas no Vaticano
Fonte:
Vatican News
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