quinta-feira, 9 de maio de 2019

PROJETO "CAMINHOS DE SOLIDARIEDADE" PRETENDE INTEGRAR 5 MIL VENEZUELANOS NO BRASIL


Projeto “Caminhos de Solidariedade” pretende integrar 5 mil venezuelanos no Brasil
O bispo de Roraima (RR) e vice-presidente eleito da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Mário Antônio Silva, apresentou na tarde da terça-feira, 7 de maio, aos bispos participantes da 57ª Assembleia Geral (AG), a prestação de contas sobre o valor enviado pelo Fundo de Solidariedade Nacional (FNS) no trabalho de acolhida aos migrantes venezuelanos. A ajuda foi definida no ano passado, também durante a assembleia anual.
Esse valor é fruto da Coleta Nacional da Solidariedade realizada no Domingo de Ramos, durante a Campanha da Fraternidade. Ao todo, foram enviados à Roraima 40% do valor arrecadado, ou seja, R$ 2.365.391,21, dos quais já foram investidos R$ 1.011.334,79 dentro do projeto Caminhos de Solidariedade
“Não sabemos tudo da Venezuela, mas conversando com os venezuelanos se sabe que tem uma crise humanitária, mesmo que o governo não reconheça. É inegável a crise humanitária. É uma migração forçada. Em janeiro de 2019 teve início a integração e localidades receberam venezuelanos pelo plano. Foram 223 venezuelanos encaminhados por vias aéreas e 84 por via terrestre. Mas nossa meta é integrar 5 mil migrantes”, explicou.
Eixos de ação – O projeto “Caminhos de Solidariedade” traz três eixos: articulação; integração; e meios de vida. “O primeiro eixo ainda está muito tímido por causa das dificuldades de entrada pela fronteira, mas nos comunicamos efetivamente com o vicariato em Santa Helena, já na Venezuela. Já dentro do terceiro eixo, realizamos oficinas sobre economia solidária, produção e gestão de empreendimentos solidários. Também auxiliamos na alimentação, em ajudas funerárias (com traslado para a Venezuela), hospedagem e acolhidas nas comunidades. Estamos num exercício muito grande para quem está em casa alugada, para que não voltem para as ruas”, se posicionou.
Segundo dados apresentados por dom Mário, com os combates civis na Venezuela da última semana, cerca de dois mil venezuelanos entraram no Brasil em apenas três dias. O Brasil é o sexto país no destino dos migrantes do país vizinho.
“Situação tende a se agravar, caso não haja solução a curto prazo. Mas não vemos esperança. Uma imagem cotidiana é a chegada de pessoas em Roraima. A gente sabe que 96 mil venezuelanos não significam um por cento da população brasileira, mas em Roraima esse número representa dez por cento da população. A Venezuela tem 30 milhões de habitantes, mas 3,4 milhões já saíram de lá”, informou.
Através de um trabalho de integração com Cáritas brasileira e outros organismos, 1430 venezuelanos já foram recolados em condições de dignidade. Quem quiser ajudar pode acessar o site www.caminhosdesolidariedade.org.br e preencher a ficha de acolhimento.
“Temos uma equipe que faz toda essa articulação, preparando famílias e grupo de pessoas que possa acolher esses venezuelanos. O desafio maior é a inserção da moral, no trabalho, para que tenham uma vida digna”, finalizou.
O bispo de Pesqueira (PE), dom José Luiz Ferreira Sales durante meeting point na manhã a quarta-feira, 8 de maio, informou que esse cuidado com os refugiados é uma forma da Igreja se fazer presente e trazer um pouco de dignidade à essas pessoas.
“A comissão tem acompanhado o refugiado e migrante porque quando ele chega ao Brasil, ele também pode ser vítima do tráfego humano e até para a prostituição. É o cuidado que a igreja tem. Temos um grupo muito grande de pessoas que estão nesse trabalho de cuidado com a vida. Temos grupos da sociedade civil que também estão conosco para enfrentar esses problemas”, informou.
Por padre Andrey Nicioli
Fonte: CNBB

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