sábado, 18 de maio de 2019

MENSAGEM DO CELAM AO POVO DE DEUS


Mensagem do Celam ao Povo de Deus
Dom Walmor de Oliveira Azevedo, presidente da CNBB, participou da Assembleia Geral do Conselho Episcopal Latino Americano (Celam) e encaminha ao povo brasileiro a Mensagem final do encontro.

Caminhando na Fé e na Fraternidade Solidária
Mensagem do CELAM ao Povo de Deus

  1. Abertos à ação do Espírito Santo, realizamos a XXXVII Assembleia Geral Ordinária do Conselho Episcopal latino-americano (CELAM), em Tegucigalpa, Honduras, de 13 a 18 de maio de 2019. Conscientes dos enormes desafios do nosso tempo, avaliamos nosso trabalho evangelizador e tentamos discernir os sinais dos tempos presentes na realidade da América Latina e do Caribe. E à luz desse discernimento projetamos nosso caminhar como CELAM em direção ao quadriênio 2019-2023, com a intenção de nos envolver mais ativamente em nossa missão de proclamar a Palavra de Deus e oferecer a todos a oportunidade de serem alegres discípulos missionários de Jesus Cristo.
  2. Reafirmamos nossa comunhão e adesão filial ao Papa Francisco, de modo especial nestes tempos em que alguns grupos e interesses particulares negam sua missão como Pastor universal da Igreja Católica. Nossa adesão à missão do Papa se confirma quando respondemos com o anúncio do Evangelho aos novos desafios que surgem nesta mudança de época, buscando promover uma sociedade mais justa e solidária, com atenção especial aos pobres, como Igreja em saída, que caminha em direção ao Reino definitivo. Sempre caminharemos fiéis à pessoa do sucessor de Pedro.
  3. Ademais, constatamos, em toda a América Latina e no Caribe, o crescimento de uma crise ética, política, econômica e cultural, em cuja raiz  descobrimos uma fratura antropológica que se manifesta de múltiplas maneiras. Entre elas, destacamos o machismo que fere a dignidade da mulher; e as migrações causadas pela pobreza e pela violência. Diante dessa realidade, assumimos os quatro verbos com os quais o Papa Francisco orienta a atenção aos migrantes: acolher, proteger, promover e integrar. Necessitamos de nos fortalecer na fé e na escuta da Palavra de Deus para resistir às ideologias desumanizantes que impedem a busca do bem comum, o exercício das liberdades e o reconhecimento dos direitos humanos. Essas ideologias frequentemente sacrificam os mais pobres, favorecendo o aumento das desigualdades, que  são inaceitáveis. Abraçamos as dores dos povos e das igrejas que, na atualidade, mais sofrem: Venezuela, Nicarágua e Haiti.
  4. Nossa condição de discípulos missionários nos chama ao compromisso de trabalhar contra a corrupção, qualificada pelo Papa Francisco como um “câncer” profundamente enraizado nas estruturas sociais, econômicas e políticas de nossas nações. A eficácia da luta contra a corrupção passa também por uma mudança de mentalidade que leve as pessoas a compreender que seu valor não está em ter, mas sim em ser; e que sua vida se mede não por sua capacidade de consumir, mas sim por saber compartilhar.
  5. Assumimos que o cuidado com o Meio Ambiente é uma preocupação e um compromisso a favor da ecologia integral. Manifestamos nossa comunhão com a realização do Sínodo da Pan-Amazônia, convocado pelo Papa Francisco para outubro de 2019. Esperamos que este Sínodo nos traga luz e um novo impulso  com o compromisso em favor deste mesmo desafio em todas as regiões da América Latina e do Caribe.
  6. Recordamos que o Senhor nos disse: “No mundo, tereis aflições, mas tende coragem! Eu venci o mundo.” (João 16:33), e por isso nos animamos a seguir caminhando na fé e na fraternidade solidária que constrói a autêntica sinodalidade.
  7. Renovamos a disponibilidade radical para o nosso amado Povo, particularmente para os mais pobres, as mulheres e os jovens. Estamos alegres e convencidos de que somos servidores do Evangelho  da vida, desejosos de congregar a todos em nossas comunidades de fé para nos fortalecer no amor de Deus e colaborar na construção de  uma sociedade mais justa e solidária que testemunha o Reino. Colocamos todas estas intenções e propósitos sob a proteção materna de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina e do Caribe.
 Fonte: CNBB

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