Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa) / Lula. Crédito: Wilson
Dias - Agência Brasil (CC BY 3.0 BR)
REDAÇÃO CENTRAL, 29 Mai. 19 / 05:58 pm (ACI).- Embora alguns meios
tenham divulgado a recente carta enviada pelo Papa Francisco a Luiz Inácio Lula
da Silva como uma expressão de apoio do Pontífice ao ex-presidente do Brasil, o
intelectual católico Bernardo Pires Küster explicou que, na verdade, o que o
Santo Padre fez foi “foi um carta de caridade cristã”.
A missiva foi divulgada nesta quarta-feira,29, pelo site oficial de Lula
e logo alcançou grande repercussão na mídia, sendo interpretada por alguns como
apoio ao ex-presidente, que cumpre pena de oito anos e 10 meses de prisão em
Curitiba (PR) após ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Frente aos comentários e questionamentos, Bernardo Küster, influenciador
digital católico que conta com cerca de 1 milhão de seguidores em suas redes,
declarou: “Eu falei com minhas fontes lá na Santa Sé, lá no Vaticano, e eles me
confirmaram, sim, o Papa Francisco enviou uma carta a Lula”.
Entretanto, pontuou o também ensaísta e tradutor, na verdade o Santo
Padre “não enviou por iniciativa própria; o que ele fez foi responder ao Lula,
que tinha enviado uma carta de teor absolutamente político, querendo que o Papa
entrasse na conversa dele”. Assim, ressaltou, “o que o Papa fez de verdade foi
uma carta de caridade cristã”.
Em vídeo publicado
em seu canal no Youtube nesta quarta-feira, que já conta com
aproximadamente 84 mil visualizações, Küster afirmou que, embora militantes de
esquerda tenham tentado “capitalizar politicamente esta carta”, “pinçar as
partes que lhes interessam e moldar uma narrativa como se o Papa Francisco o
fosse uma espécie de lulista gritando Lula livre”, isso “é uma grande mentira”.
Pelo contrário, assinalou, a carta é uma expressão de “uma das sete
obras de caridade, que é visitar os encarcerados”. Assim, tendo em consideração
que o ex-presidente do Brasil está preso por corrupção, o influenciador digital
assinalou que também ele “é digno da misericórdia divina”.
“É de se ressaltar que o Papa Francisco, no maior parágrafo de sua
carta, fala sobre conversão, fala sobre arrependimento, neste período ainda de
Páscoa que a Igreja vive,
período em que vamos comemorar a ressurreição. O Papa Francisco fala sobre a
conversão, sobre a vitória do bem sobre o mal, sobre a vitória da luz sobre as
trevas”, observou.
Na carta, Francisco recorda que “nestes dias, estamos celebrando a
Ressurreição do Senhor” e afirma que, graças a Jesus, “podemos passar da
escuridão para a Luz; das escravidões deste mundo para a liberdade da Terra
prometida; do pecado que nos separa de Deus e dos irmãos para a amizade que nos
une a Ele”.
Além disso, o Pontífice se refere ao falecimento de parentes do
ex-presidente do Brasil, entre os quais “sua esposa Marisa Letícia, seu irmão
Genival Inácio e, mais recentemente, seu neto Arthur de somente 7 anos”.
Desse modo, Bernardo Küster destacou que o “Papa Francisco simplesmente
fez uma obra de compaixão, se compadecendo das mortes que o Lula teve, e
respondeu à carta”.
“Não tem nada de uso político”, declarou o intelectual, acrescentando
que o Papa “responde a muitas cartas de pessoas que estão presas, em carta
pessoal”.
“É uma carta pessoal e é óbvio que não vale como magistério da Igreja”,
disse e lembrou “que a Igreja não tem ideologia, a Igreja não tem lado nesse
aspecto”.
Por fim, Bernardo Küster convida todos: “Reze pelo Papa, reze pela
Igreja, reze pela conversão do Lula”.
Fonte: ACI Digital
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