Sexta-feira
Santa é o dia do silêncio e da adoração, dia no qual se medita com a Via-Sacra
a Paixão de Cristo e se repercorre com Jesus o caminho da dor que leva à sua
morte, uma morte que, sabemos, não é para sempre
Cidade do Vaticano
Depois disso Jesus, sabendo que tudo
estava consumado, e para que se cumprisse a Escritura, disse: “Tenho sede”.
Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo de hissopo uma esponja
embebida de vinagre e a levaram à sua boca. Ele tomou o vinagre e disse: “Está
consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Jo 18, 28-30).
Hoje as igrejas estão silenciosas. Na
liturgia não há canto, não há música e não se celebra a Eucaristia, porque todo
espaço é dedicado à Paixão e à morte de Jesus. Ajoelhamo-nos, para simbolizar a
humilhação do homem terreno e a coparticipação ao sofrimento do Senhor. Porém,
não é um dia de luto, mas um dia de contemplação do amor de Deus que chega para
sacrificar o próprio Filho, verdadeiro Cordeiro pascal, para a salvação da
humanidade.
A adoração da Cruz
A Cruz está presente na vida de todos
os cristãos desde a purificação do pecado no Batismo, absolvição do Sacramento
da Reconciliação, até o último momento da vida terrena com a Unção dos
enfermos. Na Sexta-feira Santa somos convidados a adorar a Cruz para o dom da
salvação que conseguimos através da sua vinda. Depois da ascese quaresmal o
cristão está preparado para não fugir do sofrimento. Durante a liturgia os
fiéis tocam a Cruz, a beijam e assim entram ainda mais em contato com a dor de
Cristo que é a dor de todos, porque Ele carregou na Cruz os pecados de toda a
humanidade para salvá-la.
No caminho da dor com Jesus
A encenação da Via-Sacra é uma
prática extra litúrgica que muitas vezes é celebrada exatamente na Sexta-feira
Santa para evocar e repercorrer juntos o caminho de Jesus para o Gólgota – o
lugar da crucificação – e portanto meditar sobre a Paixão.
A Paixão de Cristo foi introduzida na
Europa pelo dominicano beato Alvaro De Zamora da Cordoba em 1402 e mais tarde
pelos Frades Menores e compreende 14 momentos ou “estações” nas quais nos
detemos para refletir e rezar. São uma sequências de crescentes imagens
dramáticas que culminam com a morte de Cristo, em cada uma delas Jesus é
atacado pelo mal, para evidenciar, por contraste, a vitória d’Ele sobre a morte
e sobre o pecado que será celebrada daqui a dois dias com o Domingo da Páscoa
da Ressurreição.
Fonte: Vatican News
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