Em
seu discurso aos numerosos estudantes, acompanhados por seus docentes e
familiares, o Papa disse que a comunidade escolar Visconti busca unir, com a
instrução, a formação global do cidadão e do cristão.
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre encontrou, na manhã
deste sábado (13/4), na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de 5 mil estudantes
do Instituto “Visconti” de Roma, por ocasião do Jubileu Aloisiano, ou seja, os
450 anos do nascimento de São Luís Gonzaga, protetor da Juventude.
O Instituto Visconti é o Liceu
Clássico mais antigo de Roma, fundado em 1871, na sede do Colégio Romano, por
Santo Inácio de Loyola, um ano após a fundação da Companhia de Jesus (1550). O
Colégio foi dedicado a Ênio Quirino Visconti, ilustre arqueólogo romano.
Em seu discurso aos numerosos
estudantes, acompanhados por seus docentes e familiares, o Papa disse que a
comunidade escolar Visconti busca unir, com a instrução, a formação global do
cidadão e do cristão.
Aqui, Francisco recordou que, entre
os ilustres alunos, que estudaram neste Instituto, destacam-se Eugênio Pacelli,
futuro Papa Pio XII, Franco Modigliani, Prêmio Nobel da Economia e outras
figuras importantes, que contribuíram para o progresso da ciência e da
sociedade, favorecendo um diálogo construtivo entre fé e razão.
O Papa citou ainda nomes de outros
grandes cientistas, que ali estudaram, e tantos outros jovens sacerdotes
Jesuítas, que marcaram a história da Igreja moderna e se prepararam para partir
para as missões. Em particular, Francisco falou do Padre Matteo Ricci, um dos
primeiros que estabeleceu uma ponte de amizade entre a China e o Ocidente,
implantando um modelo, ainda válido, de enculturação da mensagem cristã no
mundo chinês. E o Papa acrescentou:
“Os valores do Evangelho, que
animaram a cultura de gerações e gerações de italianos, ainda podem iluminar
consciências, famílias, comunidades, no respeito dos valores morais e do bem do
homem”.
A escola como tal – afirmou Francisco
- é um bem para todos e deve permanecer uma oficina, na qual se educa à
inclusão, ao respeito pela diversidade e à colaboração. É um laboratório que
antecipa o que a comunidade deve ser no futuro. Aí a experiência religiosa
desempenha um papel importante, no qual entra tudo o que é autenticamente
humano:
“A Igreja está comprometida, nas
pegadas do Concílio Vaticano II, em promover o valor universal da fraternidade,
baseada na liberdade, na busca honesta da verdade, na promoção da justiça e da
solidariedade, especialmente para os mais fracos. Sem a atenção e a busca
destes valores, não pode haver uma coexistência pacífica real”.
A seguir, o Papa disse que, no mesmo
edifício do Colégio Visconti, encontra-se a monumental Igreja de Santo Inácio,
em cujo interior se encontram os restos mortais de São Luís Gonzaga, sobre o
qual celebramos o Ano Jubilar pelos seus 450 anos de nascimento. Ele frequentou
este mesmo ambiente escolar de vocês. Sobre a vida de São Luís Gonzaga,
padroeiro da Juventude, o Papa extraiu alguns aspectos de muita atualidade,
como suas importantes escolhas de vida, sem se deixar levar pelo carreirismo e
pelo “deus dinheiro”:
“Há tanta necessidade de jovens,
que saibam agir desta maneira, colocando o bem comum acima dos interesses
pessoais! Por isso, é preciso cuidar da própria interioridade, através do
estudo, da pesquisa, do diálogo educativo, da oração e da escuta da própria
consciência. Tudo isso pressupõe a capacidade de criar espaços de silêncio”.
Neste sentido, Francisco encorajou os
jovens “a não terem medo do silêncio e de suas consequências, de estar sozinhos,
de escrever o próprio diário. Livrem-se do vício de estar no celular! Somente
no silêncio interior pode-se ouvir a voz da consciência e distinguir as vozes
do egoísmo e do hedonismo”.
Outro aspecto da vida de São Luís
Gonzaga, disse o Papa, foi a sua capacidade de amar com coração puro e livre.
Somente aqueles que amam podem conhecer a Deus. Na vida afetiva, são essenciais
as dimensões da modéstia, da fidelidade, do respeito e da solidariedade com os
outros, especialmente com os mais pobres.
O
Santo Padre concluiu seu discurso aos estudantes do Instituto Visconti de Roma
exortando-os ao voluntariado, sinal de esperança e de generosidade: "Quem
não vive para servir não serve para viver".
Fonte: Vatican News
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